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Estado de Minas ARTE

BH se transforma em cidade dos "corações frágeis"

Intervenção urbana criada por uma jornalista espalha imagens de corações pela cidade, com a palavra frágil escrita em diversos idiomas


postado em 29/05/2014 16:13 / atualizado em 29/05/2014 17:09

(foto: Facebook/Sabrina Abreu/Reprodução)
(foto: Facebook/Sabrina Abreu/Reprodução)
Estátuas e construções de BH estão recebendo a intervenção urbana dos corações frágeis(foto: Facebook/Sabrina Abreu/Reprodução)
Estátuas e construções de BH estão recebendo a intervenção urbana dos corações frágeis (foto: Facebook/Sabrina Abreu/Reprodução)
Em tempos de manifestações pela cidade, a maioria delas atrapalhando o trânsito e atrasando a vida de muita gente, a jornalista e escritora Sabrina Abreu, de 32 anos, resolveu se expressar também, mas o curioso é que ela achou uma maneira diferente de fazer isso, e sem atrapalhar as pessoas – sem contar que ela consegue passar uma mensagem positiva: cola lambe-lambes (pequeno poster com teor artístico) com o desenho de um coração humano e a palavra "frágil" em cima, escrita em vários idiomas, em diversos pontos de Belo Horizonte. "A ideia é lembrar que o coração de todo mundo é frágil, em qualquer do mundo. Quem sabe assim, como acontece com as etiquetas coladas em malas e em caixas de taças, inspiramos as pessoas a terem cuidado com o sentimento do outro, e evitar tantos corações partidos?", explica Sabrina.

A mineira imprimiu 200 cartazes com corações humanos ilustrados pelo designer Bruno Téo e adicionou "frágil" escrito em português, em inglês, hebraico e japonês. Segundo ela, a capital, pode ser um lugar que desperta vários sentimentos, especialmente devido à sua rotina, muitas vezes, caótica. "Somos nós, residentes, que podemos fazer com que existam mais sentimentos bons do que ruins. Não é utopia, é um exercício diário que, se levado a sério, pode melhorar a vida de todo mundo", diz.

Pelo visto, não é apenas a jornalista que pensa assim. Ela conta que, enquanto colava alguns cartazes na região da Savassi, um ilustrador se ofereceu para levar sua ideia para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em outro momento, um amigo também pediu os arquivos das imagens para imprimir e colar em Sydney, na Austrália. "Tanto a fragilidade desse órgão, quanto a metáfora do coração partido são universais", lembra Sabrina.

Nas redes

Os cartazes lambe-lambes já podem ser vistos na Savassi e na região central da capital mineira. Além do coração, ela criou também a hashtag "#s2fragil", numa espécie de campanha, para que os cidadãos possam fotografar e divulgar nas redes sociais.

Em lugares públicos e monumentos que não permitem a colagem, os corações são pendurados com fita cor de rosa, para não depredar o patrimônio. É o caso das estátuas de Fernando Sabino e dos outros cavaleiros do apocalipse, na Praça da Liberdade, e de Henriqueta Lisboa e Roberto Drumond, na Praça da Savassi. Até o filósofo Kant, que tem uma estátua no prédio da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, ganhou um coração frágil.

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