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Estado de Minas ARTE

Nos bastidores do Cirque du Soleil

Artista mineiro trabalha há seis anos no mais importante circo do mundo, e fala sobre sua trajetória na companhia circense que tem sua origem no Canadá


postado em 07/06/2014 09:43 / atualizado em 07/06/2014 09:54

O mineiro Gabriel Christo (centro, de chapéu) com seus colegas do Cirque du Soleil(foto: Instagram/Gabriel Christo/Reprodução)
O mineiro Gabriel Christo (centro, de chapéu) com seus colegas do Cirque du Soleil (foto: Instagram/Gabriel Christo/Reprodução)
O artista belo-horizontino com sua mãe, Laís Christo(foto: Facebook/Laís Christo/Reprodução)
O artista belo-horizontino com sua mãe, Laís Christo (foto: Facebook/Laís Christo/Reprodução)
“Apesar de viver nas alturas, meu filho é bem pé no chão”. Assim a empresária Laís Christo Aleixo descreve o filho famoso, o artista Gabriel Christo Aleixo Machado, de 26 anos, que há seis anos faz parte da trupe do Cirque du Soleil. Mineiro de Belo Horizonte, o ex-ginasta  do  Minas Tênis Clube já morou em mais de seis países, entre eles Canadá, Estados Unidos, Bélgica e Argentina, e tem muita história para contar. Atualmente em turnê pela América do Sul e América Central com o espetáculo Corteo, Gabriel garante que apesar do sucesso não esquece suas raízes, mantendo como seu "porto seguro" a casa da mãe, em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), distrito de Nova Lima. “Nada como almoçar um estrogonofe com a família. Quando vou ao Brasil, aproveito cada momento que posso ao lado da minha mãe”, diz o artista.

Por trás das cortinas do palco, Gabriel segue uma rotina diária de treinos que se dividem entre acrobacias e condicionamento físico – necessários para cumprir uma agenda que chega a dez shows por semana. Acostumado às essas exigências, que remontam do tempo em que era ginasta, ele não reclama: “Antes eu buscava resultados em competições e, hoje, quero chegar à perfeição em cada número que faço”.

O mundo de sonhos representado nos espetáculos da companhia canadense requer dedicação e superação dos artistas circenses. Muitas vezes, a dor é uma companheira constante. “Apesar de fazermos tudo parecer uma grande brincadeira, estamos sempre executando exercícios perigosos que exigem muito do nosso corpo. Temos que nos superar a todo o momento”, explica Gabriel Christo.

Longe da família e dos amigos de infância, o mineiro vê nos companheiros de picadeiro verdadeiros irmãos. É com a ajuda deles que consegue vencer a saudade do Brasil. “Somos uma grande família. Todos vindos de lugares diferentes e vivenciando a mesma realidade. Isso faz com que encontremos apoio uns nos outros. Trabalhamos e nos divertimos juntos”. A agenda apertada também não deixa espaço para os assuntos do coração. Algo que entristece um pouco o artista. “Minha vida é uma constante despedida. Nunca fico muito tempo num lugar só e muitas vezes sou obrigado a deixar pessoas incríveis para trás. Mas sei que tudo tem a hora certa para acontecer”.

Mesmo após ter se apresentado em 26 países, em cinco continentes diferentes, Gabriel não se esquece de uma data marcante: o dia em que se apresentou pela primeira vez em sua terra natal. “Foi a realização de um sonho. Eu nunca imaginei que teria a oportunidade de mostrar o meu trabalho no meu país, ainda mais em BH”, conta. Outro momento inesquecível foi representar o Cirque du Soleil na premiação do Oscar, em Los Angeles, em 2012. Nessa ocasião, apenas 30 artistas foram selecionados. “Jamais imaginei que um dia participaria do maior evento de cinema do mundo, no meio de todos aqueles artistas, que costumava ver somente no cinema. Nesse momento, eles eram os meus espectadores”.

Planos para o futuro? Muitos. Entre eles, estreiar mais um espetáculo do Cirque du Soleil – até hoje já participou de três – e se mudar definitivamente para os Estados Unidos. Claro, sem nunca se esquecer sua origem. “Belo Horizonte fez muito por mim. Foi aí que nasci, cresci e me tornei o profissional que sou. E é para aí que um dia ainda hei de voltar”, completa.

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