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Estado de Minas CULTURA

Tudo indica que museu Clube da Esquina sairá do papel

Anunciado em 2010, o projeto de construção de um museu sobre o mais famoso movimento musical mineiro "sumiu" da mídia, mas, segundo os responsáveis, tem tudo para ser implantado até 2017


postado em 26/03/2015 13:10 / atualizado em 26/03/2015 13:23

A sede do Servas vai abrigar o Museu Clube da Esquina, e tudo indica que as obras devem ser retomadas e o espaço ficar pronto até 2017(foto: Google Maps/Reprodução)
A sede do Servas vai abrigar o Museu Clube da Esquina, e tudo indica que as obras devem ser retomadas e o espaço ficar pronto até 2017 (foto: Google Maps/Reprodução)
Em 2010 foi anunciada a criação do museu Clube da Esquina, em homenagem ao famoso movimento musical mineiro. O espaço destinado à abertura do museu seria o imóvel que abriga o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), que fica junto ao palácio do governo de Minas, na praça da Liberdade. A previsão era de que as atividades do museu se iniciassem em 2011, porém, até hoje, as obras não saíram do papel. Para os mais esperançosos, a boa notícia é que os idealizadores ainda estão otimistas com o desenvolvimento do projeto.

Segundo Claudia Brandão, diretora da Associação dos Amigos do Museu Clube da Esquina (AAMUCE), o projeto continua, apesar da morosidade do processo. "Muito pelo fato se tratar de um empreendimento complexo, que coexistirá com o Centro de Referência da Música de Minas. Para isso, estamos trabalhando em parceria com a UFMG desde 2012 e envolvendo diversas áreas acadêmicas, como história, museologia, música e educação", explica.

Já a secretaria de estado de Cultura de Minas Gerais, por meio de sua assessoria de imprensa, informa que as obras não foram iniciadas porque o projeto do Museu Clube da Esquina passou por interveniência da escola de Música da UFMG, e, com isso, está sendo aprimorado. Com a mudança da gestão do Circuito Cultural Praça da Liberdade, que passou a ser administrado pelo estado, o projeto, bem como a ocupação dos espaços, estão sendo repensados.

A diretora da AAMUCE prevê um prazo de dois anos para inauguração do espaço e acredita na boa parceria com o governo. "O atual governo estadual elogiou o estágio avançado em que estamos e sinalizou positivamente no sentido de viabilizarmos, conjuntamente com o IEPHA e a secretaria de Cultura, a ocupação do Servas. Se desta vez tudo se der conforme nossa expectativa, as obras começam este ano, e o museu será inaugurado em 2017. Enquanto isso, vamos desenvolvendo diversas ações, como seminários, exposições, entrevistas e ampliação do acervo", comenta.

Perspectiva mostra como será a entrada do anexo que será construído ao lado da sede do Servas e que vai abrigar concertos e oficinas de música(foto: AAMUCE/Divulgação)
Perspectiva mostra como será a entrada do anexo que será construído ao lado da sede do Servas e que vai abrigar concertos e oficinas de música (foto: AAMUCE/Divulgação)


Procurado pela reportagem, o Servas diz que a possibilidade de construção e instalação do museu Clube da Esquina em sua sede, junto ao Palácio da Liberdade, está sob avaliação do governo de Minas Gerais, já que o anúncio da criação do equipamento cultural, em dezembro de 2010, foi iniciativa da gestão anterior.

O projeto do museu propõe salas de concerto, áreas educativas e de apoio. Também estão previstos palco e sala de cinema. Segundo Claudia Brandão, serão oferecidas oficinas ligadas aos vários aspectos das práticas musicais e da história das artes.

História do clube

No início dos anos 1960, jovens músicos começaram a se reunir em Belo Horizonte. Influenciados pela bossa nova, por elementos do jazz, do rock and roll, da música folclórica dos negros mineiros, da música erudita e da hispânica, esses artistas produziam um som que ganhava destaque no Brasil. Nos anos 1970, a turma que se encontrava no tradicional bairro Santa Tereza, na capital mineira, tornou-se referência de qualidade da MPB.

O Clube da Esquina, como ficou conhecido o grupo, surgiu a partir da amizade entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô). A turma mineira foi se reforçando com outros grandes nomes, como Wagner Tiso, Fernando Brant, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Paulo Braga, até se transformar em um dos principais movimentos musicais e culturais da história brasileira.

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