Tem acarajé, lasanha e macarrão. Sabores árabes e mexicanos. Bolos, tapiocas e mais. Onde encontrar tanta variedade? Nas ruas e feiras de Belo Horizonte. Lugar de passagem para a maioria, os espaços públicos da capital congregam grande variedade de produtos alimentícios à venda. Encontro visitou dez deles para conhecê-los, mapeá-los e experimentá-los, em duas semanas de julho e em uma de outubro, totalizando 130 km rodados.
Mais que encontrar diversidade de produtos, para além das frituras comumente associadas a esse tipo de alimentação, ficou claro, durante as visitas, que os preceitos básicos de higiene são seguidos pela maioria, mas ainda há gente que não usa luvas, touca ou álcool em gel, que, mesmo não sendo obrigatórios, são fundamentais para a tranquilidade do consumidor em relação à segurança alimentar. Outro ponto descumprido, e já deveria ser unanimidade, diz respeito à clara divisão entre quem prepara o alimento e quem recebe o pagamento.
Segundo a gerente de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Maria Tereza da Costa Oliveira, o ensino de aspectos como esses é constante. “Para obtenção do documento municipal de licenciamento para comércio ambulante, é preciso que algum funcionário possua capacitação em manipulação de alimentos, ter o alvará sanitário e a caderneta de inspeção e, em caso de veículo, vistoria para transporte do alimento”, explica. As sanções para quem não cumpre os procedimentos são várias, passando de simples advertência a multa e interdição.
Outro aspecto positivo encontrado na alimentação de rua de BH diz respeito à agilidade do atendimento. Mesmo quando há muitos clientes, os funcionários não se confudem com os pedidos e tentam reduzir ao máximo o tempo de espera. Por outro lado, o espaço de funcionamento dos carros de lanches, em geral, deixa a desejar. Sem qualquer preferência de estacionamento, muitos se espremem entre outros veículos, dificultando o acesso à mercadoria. Como a colocação de bancos ou cadeiras é proibida por lei, muitos procuram escapar das sanções estacionando perto de praças.
Do ponto de vista econômico, comer nas ruas pode ser uma opção barata: é possível gastar cerca de R$ 15 por uma refeição com suco ou refrigerante. O valor é menos da metade do registrado por pesquisa realizada pelo instituto DataFolha, a pedido da Associação das Empresas de Refeições e Alimentação Convênios para o Trabalhador (Assert), que apontou Belo Horizonte como a cidade com preço mais alto por refeição no horário do almoço, com custo médio de R$ 37,71; no Brasil, o valor é de R$ 30,14. O estudo, divulgado no primeiro semestre, foi realizado em 49 municípios, sendo 21 capitais. Foram coletados dados entre novembro e dezembro de 2013, somando 5.580 valores de diferentes tipos de refeição, como prato feito, por quilo, executivo e à la carte.
Com dinheiro (ou cartão de débito) na mão e os olhos atentos à segurança alimentar, é só provar o que a rua tem de melhor. Bom apetite!
Clique no quadro abaixo e confira os detalhes do teste feito pela Encontro na comida de rua em BH
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CIDADE | ALIMENTAçãO
O teste da comida de rua
Percorremos 10 barraquinhas e carros de comidas de BH para provar refeições e quitutes diversos. Comprovamos que há diversidade e os preços valem a pena. Mas a localização e higiene poderiam ser melhores
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