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Estado de Minas GASTRÔ | EVENTO

Vem aí o Festival Botecar 2017

O evento, que reúne alguns dos principais estabelecimentos da cidade e elege o melhor bar, terá como tema os quintais de Minas. Atuais vencedores traçam planos para assegurarem o pódio


postado em 27/03/2017 13:27 / atualizado em 28/03/2017 10:55

Felipe Pidner e sua mãe, Alcione Pidner, da Cervejaria Seu Romão, eleita melhor boteco em 2016:
Felipe Pidner e sua mãe, Alcione Pidner, da Cervejaria Seu Romão, eleita melhor boteco em 2016: "Em um festival grande, todos precisam estar envolvidos, da pessoa que limpa o banheiro a quem recebe os clientes na porta" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Palito ou garfo? Long neck ou litrão? Mesa ou balcão? Quem entende desses dilemas espera anualmente a chegada de abril para celebrar os bares de Belo Horizonte. É durante esse mês que começa o Botecar, festival que busca valorizar a tradição dos estabelecimentos do tipo. Vai reunir 50 botecos que buscam o título de "o melhor da cidade". Entre os participantes, há oito novatos escolhidos no Botecar de Verão - A Seletiva, realizado no fim de 2016.

Para conquistar o almejado posto, os estabelecimentos apresentarão petiscos inéditos, entre os dias 12 de abril e 13 de maio, com o tema quintais de Minas. Os sabores e o atendimento serão avaliados pelo público e um corpo de jurados. Os dois grupos têm peso idêntico.

Segundo o organizador do festival, Antônio Lúcio Martins, a temática reverencia o período dos tropeiros. "Os quintais permitiram que o povo mineiro se fixasse, pois era possível tirar alimentos da horta, do galinheiro, do pomar", diz. Ele explica que os petiscos serão "bem variados". "O interessante é que a combinação de ingredientes dá características únicas a um mesmo item", diz. "A costelinha, por exemplo, aparece em diversas formas de preparo."

O Desconfiadinho traz copa lombo defumada ao molho de damasco acompanhada por uma cerquinha de bacon e bolinhos de cará recheados com queijo de minas: petisco da Cervejaria Seu Romão para o festival deste ano(foto: Denis Medeiros/Encontro)
O Desconfiadinho traz copa lombo defumada ao molho de damasco acompanhada por uma cerquinha de bacon e bolinhos de cará recheados com queijo de minas: petisco da Cervejaria Seu Romão para o festival deste ano (foto: Denis Medeiros/Encontro)
O festival está agendado para começar na Semana Santa, e a organização acredita que a data é oportuna, já que nos primeiros dias o movimento fraco vai contribuir para que os botecos realizem os últimos ajustes. "Nas datas que antecedem a Sexta-feira Santa, muita gente está com uma dieta restritiva e, assim, haverá prazo para todos os participantes se prepararem para o primeiro sábado", afirma Antônio Lúcio.

Ainda assim, a equipe da Cervejaria Seu Romão, que venceu em 2016, não quer deixar nenhum detalhe para a última hora e preparou com meses de antecedência o petisco concorrente. Desta vez, ganha espaço o Desconfiadinho, com copa lombo defumada, molho de damasco e uma espécie de "cerquinha de bacon", além de bolinhos de cará recheados com queijo de minas. A montagem lembra o tira-gosto do ano passado, o Despachadinho, com costelinha defumada ao molho de jabuticaba, uma cestinha de queijo e bolinhos de batata-baroa recheados de muçarela. "O tema foi ótimo porque já trabalho com coisas regionais, valorizando a gastronomia mineira", diz o empresário Felipe Pidner, que tem como braço direito a mãe, Alcione Pidner, e a cozinheira Valéria Borges. "Elas criam e eu palpito. Desta vez, testamos mais de 20 vezes o prato", conta. "Tínhamos a ideia, mas até chegarmos ao ponto demorou. Na geleia, tivemos de reduzir açúcar, usar mel."

De 2015 para 2016, Márcia Soares levou o Casa Velha Bar e Restaurante do terceiro para o segundo lugar:
De 2015 para 2016, Márcia Soares levou o Casa Velha Bar e Restaurante do terceiro para o segundo lugar: "O Botecar é igual carnaval: quando um acaba, já estamos pensando no ano seguinte" (foto: Denis Medeiros/Encontro)
Além da cozinha, Felipe frisa a importância de uma equipe afiada. "Em um festival grande, todos precisam estar envolvidos, da pessoa que limpa o banheiro a quem recebe os clientes na porta", defende. Por isso mesmo, serão ao menos mais cinco funcionários atuando no período. Quem também não deixa de contratar colaboradores é a empresária Márcia Soares, já que, segundo ela, o movimento aumenta até 80% durante os dias do festival. Em 2016, ela melhorou a colocação de 2015, passando de terceiro para segundo lugar. "Minha principal estratégia é montar uma excelente apresentação do petisco, porque as pessoas ‘comem’ com os olhos. E claro que o sabor tem de ser bom", diz. Ela não sabe precisar durante quantos meses se prepara para o festival. "O Botecar é igual carnaval: quando um acaba, já estamos pensando no ano seguinte", brinca.

Em 2016, Márcia apostou na música ao vivo e já avisa que vai repetir o modelo. "O pessoal gostou muito. Colocamos sertanejo, MPB, samba", diz. Para acompanhar o clima descontraído, o tira-gosto novo mistura bolinho de carne de lata ao molho de goiabada picante com crisp de couve e angu de milho verde com queijo de minas, guarnecido de quiabo com bacon e farofa de torresmo. "Eu sou de Dores do Indaiá e lá tem muita tradição de carne de lata, que deixa tudo com mais sabor. Para mim, tem a ver com a memória do meu quintal, do quiabo, da couve."

Inspirada nos quintais de sua cidade natal, Dores do Indaiá, Márcia Soares, do Casa Velha Bar e Restaurante, apresenta o Delícias do Quintal do Casa Velha: bolinhos de carne de lata ao molho de goiabada picante com crisp de couve, angu de milho verde com queijo de minas, guarnecido de quiabo com bacon e farofa de torresmo(foto: Denis Medeiros/Encontro)
Inspirada nos quintais de sua cidade natal, Dores do Indaiá, Márcia Soares, do Casa Velha Bar e Restaurante, apresenta o Delícias do Quintal do Casa Velha: bolinhos de carne de lata ao molho de goiabada picante com crisp de couve, angu de milho verde com queijo de minas, guarnecido de quiabo com bacon e farofa de torresmo (foto: Denis Medeiros/Encontro)
À frente do Família Paulista, que ficou em terceiro no ano passado, Nicola Vizioli é taxativo ao dizer o segredo para conseguir uma boa colocação. "Minha estratégia é dedicação. O que faço é envolver todos", diz. E ele avisa que não quer ficar no terceiro lugar de novo. "O objetivo é melhorar a colocação", diz. "Pelo menos o segundo lugar eu vou pegar." Seu petisco concorrente traz iscas de frango empanadas, molho mediterrâneo, muçarela e ovos estrelados. "Foram quatro meses para formatar a receita. Fizemos algo dentro do perfil do nosso público e inclusive pedimos a alguns clientes para provarem", explica.

Para o organizador Antônio Lúcio, essa relação quase familiar entre clientes e donos de bares é um dos motivos para o sucesso do evento. "O festival fortalece o vínculo do público com o boteco", diz. Ele acredita que 500 mil pessoas vão circular pelos bares durante a festa. E se já há discussão para escolher as pequenas coisas da rotina do boteco, como onde se sentar, qual garrafa escolher ou utensílio usar, imagine então para eleger o melhor bar da capital? Mas isso é história para se resolver petiscando e bebericando.

O Botecar 2017
Quando: entre 12 de abril e 13 de maio
Tema: Quintais de Minas
Participantes: 50, sendo 8 estreantes
Informações: www.botecar.com.br

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