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Estado de Minas AGRICULTURA

Estoque menor pode elevar preço do café no Brasil

Houve queda de mais de 27% na quantidade do grão estocado em todo o país


postado em 12/07/2017 15:48

Mercado brasileiro consome, em média, 52 milhões de sacas de café. Este ano, estoque deve ficar em 55,5 milhões de sacas, o que pode gerar aumento dos preços(foto: Pexels)
Mercado brasileiro consome, em média, 52 milhões de sacas de café. Este ano, estoque deve ficar em 55,5 milhões de sacas, o que pode gerar aumento dos preços (foto: Pexels)
O estoque privado de café da safra 2016 atingiu 9,86 milhões de sacas, volume 27,4% inferior ao contabilizado no levantamento do final da safra 2015, de 13,59 milhões de sacas. Os dados foram divulgados nesta quarta, dia 12 de julho, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, alerta que os números são preocupantes. Segundo ele, o estoque somado à safra do ano deverá garantir um abastecimento apertado dos mercados interno e externo, o que poderá resultar no aumento de preço do produto. "Não significa falta de café, que é um fenômeno raro, mas pode significar um mercado onde a oferta seja curta", avalia o diretor da Abic.

Segundo a Conab, o tipo arábica corresponde a 90% do total do estoque privado de café da safra 2016, com 8,87 milhões de sacas. O conilon, por sua vez, representa apenas 10% do total, com 994,8 mil sacas. A região sudeste, líder na produção nacional, é responsável por 90,7% do estoque total brasileiro na safra 2016.

Os dados referem-se aos estoques em 31 de março, data que antecede a nova safra, de 2017, e foram fornecidos espontaneamente por produtores de todo o país. A pesquisa é realizada anualmente. Neste ano, foram consultados 931 armazenadores, responsáveis por 1.495 armazéns participantes.

A última estimativa da safra de café de 2017, divulgada pela Conab em maio, mostra que são esperados aproximadamente 45,6 milhões de sacas no ano, valor inferior ao de 2016, quando a safra foi de 51,37 milhões de sacas.

De acordo com Nathan Herszkowicz, o mercado trabalha com uma demanda de 52 milhões de sacas anuais: 32 milhões para exportação e 21 milhões para o mercado interno. Em 2017, caso seja confirmada a expectativa de safra, a produção mais o estoque deverão somar cerca de 55,5 milhões de sacas para abastecer esses mercados. A queda se deu, segundo o diretor executivo da Abic, devido ao clima seco.

Conilon

O setor está preocupado especialmente com o café conilon, o mais popular no mercado interno, e o que mais sofreu com a seca dos dois últimos anos. Os cafés vendidos nos supermercados geralmente são uma mistura de conilon e arábica, esta última uma espécie mais suave com variações que permitem a produção dos tipos 'gourmet', mais refinados.

A produção do café conilon está estimada em 10,1 milhões sacas em 2017. O estoque privado em 2016 foi o menor entre as espécies, com 994,8 mil sacas. "Mesmo sabendo que a colheita do café conilon deve ser um pouco melhor, fica o receio de que oferta fique apertada durante todo o período, até a próxima safra", comenta Herszkowicz.

(com Agência Brasil)

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