
saiba mais
Pesquisa aponta malefícios de dietas ricas em açúcar e gordura
Aprenda a fazer um brigadeiro funcional tão bom quanto o tradicional
Pesquisa descobre ações anti-inflamatória e antioxidante em 'berries' típicas da Mata Atlântica
Mapeamento genético pode ajudar na produção de leite que causa menos alergia
Conheça os diferentes tipos de iogurte e os benefícios que eles proporcionam
Qual a melhor forma de tirar os agrotóxicos das maçãs?
Não deixe de comer carne de porco, que ajuda o coração e os músculos
Saiba a diferença entre alimentos prebióticos, probióticos e simbióticos
Kombucha: o chá fermentado que virou moda entre aqueles que buscam o corpo perfeito
Comer carboidrato demais pode atrapalhar a fertilidade da mulher?
Macarrão de feijão é ótimo para quem leva uma vida fitness
"Uma vez que todos comemos sal todos os dias, em cada refeição, ficamos surpresos com o fato de que ninguém ainda havia feito essa pergunta simples: o sal pode afetar os micróbios intestinais?", comenta Dominik Muller, autor principal do estudo e pesquisador do Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular, da Alemanha, em entrevista para o Correio Braziliense. Para esclarecer essa dúvida, o cientista alemão, juntamente com sua equipe, compararam amostras fecais de ratos alimentados com uma dieta com quantidade normal de sódio e de roedores que seguiram um regime com alto teor de sal.
Os investigadores colheram e analisaram as amostras das cobaias diariamente, durante três semanas. A partir do 14º dia, descobriram redução significativa de espécies microbianas na flora intestinal dos roedores que foram alimentados com sal em excesso. Por meio de técnicas de sequenciamento de DNA e análises computacionais, identificaram as bactérias Lactobacillus murinus, do gênero Lactobacillus, como o grupo mais atingido. "Como esse grupo de bactérias também é conhecido por afetar o sistema imunológico, resolvemos nos aprofundar e desvendar os detalhes envolvidos em sua redução", afirma Dominik Muller.
Em outra etapa dos testes, os cientistas observaram que a introdução do Lactobacillus murinus na dieta dos roedores reduziu a quantidade de células TH17, relacionadas à hipertensão, e impediu o agravamento de encefalomielite autoimune experimental, um modelo de inflamação do cérebro relacionada ao excesso de sal. "Curiosamente, descobrimos que o Lactobacillus atuou como um tipo de inibidor de TH17 em camundongos, algo que nos surpreendeu bastante", ressalta o líder do estudo.
Na terceira fase da pesquisa, a equipe contou com a participação de um pequeno grupo de humanos nas intervenções. Com isso, os pesqusiadores alemães descobriram que o aumento da ingestão de sal reduziu a sobrevivência intestinal de múltiplas espécies de Lactobacillus, aumentando a quantidade de células TH17 e elevando a pressão arterial.
Apesar dos resultados, os cientistas do Centro Max-Delbrück de Medicina Molecular acreditam que mais estudos com humanos são necessários a fim de comprovar a relação das bactérias Lactobacillus murinus com os problemas inflamatórios e cardiovasculares. "Precisamos analisar um número maior de pacientes para confirmar essa suspeita, esse é um dos nossos planos. Realizaremos ensaios clínicos maiores, controlados com placebo, que analisarão o efeito de bactérias do gênero Lactobacillus sobre a pressão arterial e a polarização com as células TH17. Essa função imunomoduladora pode ser interessante para tratar doenças inflamatórias, o que poderá trazer ganhos na área médica", comenta Muller ao Correio.
Comentários