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Estado de Minas PET

Supremo Tribunal Federal decide que sacrifício de animal é constitucional

A decisão unânime entre os magistrados do STF gera revolta nos ativistas da causa no país. Para eles, a medida incentiva os maus-tratos


postado em 29/03/2019 15:42 / atualizado em 29/03/2019 15:51

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Na última quinta-feira (28), o Supremo Tribunal Federal (STF)considerou constitucional o sacrifício de animais na realização de cultos de religiões de origem africanas, tendo em vista não considerar existir crueldade no ato. Segundo eles, cabe à constituição garantir a liberdade religiosa dos cidadãos. A decisão unânime entre os magistrados gerou revolta nos ativistas da causa animal que consideram a medida um retrocesso no que se refere aos avanços obtidos nas leis contra os maus-tratos. De acordo com a Lei 9605/98, Art. 32, é crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. "Lamentamos profundamente a decisão do STF quanto à decisão pela constitucionalidade do sacrifício de animais em rituais religiosos de matriz africana. Somos contra a exploração e abate de animais para atender a qualquer religião", declarou Adriana Araújo, coordenadora do Movimento Mineiro Pelos Direitos dos Animais (MMDA). O caso chegou ao Supremo por meio de recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra uma decisão do judiciário local. Na época, definiu-se que o sacrifício dos animais não violava o Código Estadual de Proteção aos animais. A solicitação foi que as mortes fossem feitas sem "excesso de crueldade". O julgamento teve início em agosto de 2018, tendo como relator o ministro Marco Aurélio Mello que votou a favor do sacrifício nos rituais de todas as religiões, e não apenas as de matrizes africanas. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, que também votou a favor, "os rituais não praticam crueldade. Não praticam maus-tratos".Os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e o presidente Dias Toffoli também votaram para autorizar a prática e reconhecer o direito de todas as religiões em sacrificar animais em cultos.

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