Publicidade

Estado de Minas

Diesel: redutor amplia possibilidades


postado em 18/08/2011 10:42

Freelander está sozinho no segmento de SUVs médios com motor a diesel(foto: Divulgação)
Freelander está sozinho no segmento de SUVs médios com motor a diesel (foto: Divulgação)

Aproveitando nova interpretação da portaria que regulamenta a venda de carros a diesel no Brasil, a Land Rover passa a incluir em sua lista de ofertas o Freelander 2 a diesel, com três versões de acabamento.

 

Combustível proibido no Brasil desde 1976 para veículos com capacidade de carga inferior a uma tonelada, carros com motor a diesel sempre foram cobiçados pelos consumidores brasileiros. A justificativa da proibição era o preço subsidiado para os transportadores de cargas e a necessidade que o país tinha de “efetuar expressivas importações desse produto com elevado dispêndio de divisas”, como explica a portaria nº 23, de 6 de junho de 1994. Foi quando a lei foi alterada e permitiu motores a diesel para veículos da categoria dos jipes e uso misto, “com tração nas quatro rodas, caixa de mudança múltipla e redutor”. Mais recentemente, nova alteração foi publicada, estendendo a exceção para veículos equipados com redutores eletrônicos, como o sistema All Terrain da Land Rover. Até então só eram aceitos motores com redutores mecânicos.

 

Com a nova brecha legal, a Mercedes-Benz foi a primeira a agir. Incluiu em sua linha de oferta no Brasil o utilitário-esportivo ML-350, equipado com motor 3.0 V6 4x4 a diesel com potência de 224 cv, vendido por R$ 280 mil. A Chrysler/Jeep foi a segunda, trazendo para o mercado brasileiro a Grand Cherokee Limited, com motor 3.0 Turbo Diesel automático ao preço de R$ 162 mil. Só que, com o lançamento da nova geração da linha Cherokee, interrompeu a importação da versão a diesel e, segundo a assessoria de imprensa da marca, não tem planos de retomar. Agora é a vez da Land Rover, que traz o Freelander2, seu SUV compacto com os preços mais competitivos nesse segmento. O motor é o menor e menos potente entre os concorrentes atuais (2.2 litros turbo diesel com potência de 190 cv) e os preços vão de R$ 148 mil a R$ 173 mil, dependendo da versão.

 

Com a chegada da nova geração, o Grand Cherokee Limited 3.0, que completava o trio da oferta de SUVs a diesel, deixou de ser vendido no Brasil

 

 

Atualmente, as remessas giram em torno de 200 unidades mensais. Com a nova oferta, Flávio Padovan, diretor-presidente da Jaguar Land Rover para América Latina e Caribe, planeja atingir em setembro 350 unidades vendidas do modelo a diesel por mês.

 

Mesmo que as vendas do modelo a gasolina sofram grande canibalização, a marca projeta algo como 5 mil unidades de Freelander por ano. Hoje, o Freelander responde por 36% das vendas no Brasil, enquanto o Discovery, maior e mais caro, com motorizações a diesel e a gasolina, representa quase metade das vendas Land Rover no país.

 

Embora seja novidade no Brasil, a versão a diesel do Freelander é a que domina “mundo afora”, informa o fabricante. Esse motor, desenvolvido pela PSA Peugeot-Citroën, está nos modelos vendidos na Europa. O propulsor a gasolina, chamado de SI6, feito pela Ford e usado em vários modelos da Volvo, é aplicado ao Freelander nos poucos países que têm alguma restrição ao combustível. Caso dos Estados Unidos, onde o diesel só interessa a caminhoneiros, e do Brasil, que proíbe esse tipo de motorização em veículos sem tração integral e reduzida.

 

O Freelander é apenas o primeiro utilitário esportivo médio do mercado que oferece motor a diesel – até agora, só modelos maiores como Classe M e Grand Cherokee tinham essa opção. A tendência é que em breve os concorrentes se apressem para apresentar suas versões movidas a diesel, diz Padovan. 

 

Enquanto isso, o Freelander 2 SD4 disputa uma briga solitária. Seus principais concorrentes diretos (Chevrolet Captiva, VW Tiguan, Hyundai ix35 e Kia Sportage) não oferecem a opção do motor a diesel para no país. 

 

Já passou da hora de o Brasil levar mais a sério a política de abertura para o uso do diesel em carros de passeio. Nossa dependência da importação desse combustível diminuiu muito, e a tecnologia evoluiu de tal forma que hoje os motores equipados com motor a diesel não são apenas mais econômicos em consumo, mas também são menos poluidores que os motores a gasolina. Não é por outra razão que os carros europeus são, em sua grande maioria, equipados com motor a diesel. Deixar de lado uma política de abertura do diesel para os veículos brasileiros é impedir o desenvolvimento dessa tecnologia pela engenharia nacional.

 

Com a ML350, Mercedes-Benz foi a primeira a tirar proveito na brecha na legislação sobre o diesel

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade