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Estado de Minas

A Casa Cor mais nova


postado em 21/09/2011 11:50

Cida Telles, Luciano Costa e Flávia Freitas, profissionais que projetaram o Disco-Lounge Interativo(foto: Junia Garrido)
Cida Telles, Luciano Costa e Flávia Freitas, profissionais que projetaram o Disco-Lounge Interativo (foto: Junia Garrido)

Nem é preciso muitas andanças pelos 56 ambientes montados na 17ª edição da Casa Cor Minas para perceber o que mudou este ano na maior mostra nacional de decoração e design. Além dos talentos revelados por projetos arrojados – que antes eram assinados principalmente por profissionais consagrados –, o público visitante também já não tem o mesmo perfil.

 

Atenta às tendências da decoração e da arte, a nova geração, formada por jovens executivos e universitários, já pode ser vista circulando por todos os espaços. Eles são atraídos não só pelos ambientes criados com propostas que superam suas expectativas, mas também pelas inovações tecnológicas em que são ambientadas. Em busca do que há de mais moderno no segmento, este frequentadores engrossam a lista de presença e mostram que estão antenados com todas as tendências do mercado.

 

A estreante Sandra Diniz em seu Home Office: “Pensando no cotidiano de um jovem empresário, criei um multiuso com foco no bom gosto de um cliente exigente”
 

 

Com vocação para impressionar e surpreender, a Casa Cor Minas 2011 é atração até 4 de outubro. Por ter um cenário bucólico e privilegiado pela beleza natural, o Alphaville, em Nova Lima, foi escolhido pela terceira vez como sede do evento. O terreno, onde funcionava um antigo colégio da pequena cidade, tem mais de 30 mil metros quadrados.

 

Embora os organizadores tenham conservado nomes conhecidos da decoração e da arquitetura mineira, a maioria dos profissionais que participam da edição deste ano apresenta seu trabalho pela primeira vez. Alguns mal chegaram e já se destacam. Casos de Flávia Freitas, Luciano Costa e Cida Telles, profissionais que projetaram o Disco-Lounge Interativo. A estreia deles foi marcada com o prêmio de melhor ambiente de uso público da Casa Cor Minas, e o resultado é conferido todos os dias com a presença constante de um público que não abre mão de conhecer a primeira boate ambientada desde o início da mostra.

 

A universitária Carolina Araújo observa tudo na mostra: “Desejar ambientes sofisticados não é privilégio de quem está reformando ou construindo”
 

 

Além da nostalgia promovida pelo mobiliário vintage, o projeto do trio tem a ousadia e a tecnologia da música eletrônica, que reinventa canções das gerações passadas. “A proposta é fazer com que a juventude de hoje experimente as mais diferentes sensações vividas na década de 70”, acrescenta a arquiteta Flávia Freitas.

 

Outro ambiente que também agrada muito é o The Art Bistrô, um restaurante aconchegante e, ao mesmo tempo, sofisticado, feito por Ana Paula Paolinelli, que participa pela quarta vez do evento. “Há muito, percebo o interesse dos jovens pelo segmento. Este ano decidi criar um projeto que agradasse especificamente a eles”, diz.

 

Fernando César Rosário aguarda pela Casa Cor todos os anos: “A beleza dos ambientes me traz inspiração para a elaboração dos trabalhos da faculdade”
 

 

Para quem visita o Bistrô, é impossível ignorar os detalhes inspirados na Feira de Milão 2011, como um revestimento de papel que imita tecido matelassado, painéis em ripa de madeira com alto e baixo relevo, tiras de espelho, bronze e mármore travertino sintético. Além de não perder a nobreza, os materiais são ecologicamente corretos.

 

A estreia de Sandra Diniz no espaço do Home Office também chama a atenção. “Pensando no cotidiano de um jovem empresário, criei um multiuso com foco que vai além da praticidade e do bom gosto de um cliente exigente”, ressalta. Ela entende que trabalho, relaxamento e cuidado com o corpo são três itens que precisam ser considerados na elaboração de um projeto como este. Foram criados, então, a chaise e o painel para TV, que simbolizam a pausa. A preocupação em manter um corpo saudável é representada por elementos verticais, como organizadores de peso e barra para exercícios diários. Como revestimento de piso e parede, a arquiteta usa elementos práticos, modernos e sofisticados.

 

Paula Paolinelli fez o The Art Bistrô para o público jovem: “Este ano decidi criar um projeto que agradasse especificamente a ele”
 

 

O quarto criado pela arquiteta Gislene Soeiro é direcionado a jovens na faixa etária de 15 anos, que mantêm hábitos modernos, apreciam esportes radicais e ainda expressam todo o seu potencial criativo em manobras executadas com diversos graus de dificuldade. “Além de todos os aparatos, eu não podia deixar de incluir a música no contexto”, diz. E para suavizar um ambiente que tem tudo para ser pesado, Gislene usou tons neutros como base, explorando as cores apenas em alguns detalhes.

 

Não é a primeira vez que a universitária Carolina Araújo de Paula Santos, de 22 anos, troca os compromissos com os amigos por uma longa visita aos ambientes da Casa Cor Minas. Para ela, a mostra é uma vitrine onde as tendências da arquitetura e da decoração podem ser conhecidas e apreciadas. “Se pudesse, projetaria alguns desses ambientes em casa”. Alguns deles são o Hobby do Viajante, de Juliana Couri e Natascha Nascif; o Le Séjour du Chef, de Fernando Hermanny e Germana Giannetti; e a sala de TV de Bernadete Corrêa. “Desejar ambientes sofisticados não é privilégio de quem está reformando ou construindo”, argumenta a universitária.

 

Quarto criado pela arquiteta Gislene Soeiro para jovens de 15 anos, com hábitos modernos: tons neutros na base do ambiente, explorando as cores apenas em alguns detalhes
 

 

Fernando César Rosário tem 21 anos, faz arquitetura e todo ano fica no aguardo da realização da mostra para colocar seus conhecimentos em dia. Visitar a Casa Cor é ponto obrigatório desde que optou pela profissão. “A beleza dos ambientes me traz inspiração para a elaboração dos trabalhos da faculdade”.

 

Uma das organizadoras do evento, Júnia Nochi, avalia a participação mais efetiva dos jovens como uma tendência muito positiva. Ela lembra que há 17 anos, logo que foi lançada a Casa Cor Minas, o público de adultos era o que mais pedia cortesias. Hoje, as mesmas pessoas ainda solicitam convites, mas para seus netos ou filhos. “Este ano a expectativa é receber mais de 40 mil visitantes”.

 

 

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