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Estado de Minas

Do futebol ao basquete: um grande investidor


postado em 08/12/2011 12:32

O jogador de basquete Marcelinho, com Flávio (filho de Ricardo Guimarães) e o colega Leandrinho(foto: Júnia Garrido, Divulgação)
O jogador de basquete Marcelinho, com Flávio (filho de Ricardo Guimarães) e o colega Leandrinho (foto: Júnia Garrido, Divulgação)

continuação: Perfil Ricardo Guimarães

 

Antigamente, dizia-se que os três melhores negócios do mundo eram: banco, banco e banco. Hoje, além do mercado financeiro, há outro que desponta no topo do ranking de rentabilidade. Trata-se da comercialização de direitos sobre jogadores de futebol. O BMG, de Ricardo Guimarães, está nos dois mercados. Entrou no esporte depois que percebeu que a modalidade seguia no firme caminho da profissionalização. Hoje, é o maior investidor de futebol no Brasil, em patrocínios dos clubes e também em direitos sobre atletas.

 

Ricardo nunca escondeu de ninguém: sempre foi atleticano. E fanático. Uma paixão tão grande que o levaria à presidência do clube entre 2001 e 2006. Mas quando o assunto é investimento, o banqueiro não deixa dúvidas: o BMG não tem time. “Não torcemos para nenhum clube. Com o futebol, buscamos visibilidade e oportunidades de negócio”.

 

De olho vivo nestes “possíveis negócios”, o banco criou a Soccer BR1. O fundo de investimentos opera a compra e venda de jogadores. Famosos e desconhecidos. Único acionista deste fundo, o banco mineiro tem jogadores em diversas equipes do futebol e hoje já é considerado um dos maiores investidores individuais em jogadores do Brasil.

 

“Quando deixei a presidência do Galo, fiz questão de cumprir um período de quarentena. Fiquei um tempão sem mexer no assunto. Só depois é que a Soccer BR1 surgiu. Não queria misturar as coisas”, conta o empresário que criaria o fundo no final de 2009.

 

Nos bastidores, alguns jornalistas especializados afirmam que Ricardo tem o direito de quase 200 jogadores. Ele garante que este número não passa de 80. Mais recentemente, correu boato de que o banqueiro estaria comprando um time da segunda divisão. Ele nega e acha graça. “Como inventam. Não vamos comprar time nenhum”, diz. “Não sei por que as pessoas gostam tanto de falar de mim. E como arranjam criatividade para tantas estórias”.

 

Sem detalhar números, com a discrição típica de banqueiros, Ricardo conta que a Soccer BR1 tem sempre porcentagens sobre o direito dos jogadores e que esse número varia entre 20% a 50%. Segundo ele, não vale a pena ser o proprietário integral dos direitos de um jogador. O clube onde o atleta atua tem de se interessar pelo destino dele. “Para que o negócio tenha sucesso, o clube também tem de ser parte interessada, ser parceiro de verdade”.

 

As letras amarelas do BMG também estão estampadas nas camisas dos jogadores de alguns
dos mais importantes times de vôlei da Superliga, como o paulista São Bernardo
 

 

O Soccer BR1 é o único fundo brasileiro constituído para investir em jogadores e com registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Funciona da seguinte forma: empresários e clubes oferecem atletas para que o fundo seja sócio no investimento. Definido o nome, adquirem os direitos e o jogador fica à disposição do clube para atuar – e aparecer. É uma aposta no sucesso e na valorização dos atletas que depois são negociados, em geral, com times do estrangeiro. Desde que foi lançado, o fundo já realizou a venda de 13 jogadores, dentre os quais Dentinho e Elias, do Corinthians, além de Gil e Henrique, do Cruzeiro. Ainda detém direitos de dezenas de outros nomes que estão na elite do futebol brasileiro, como Paulinho e William, do Corinthians; Montillo e Welington Paulista, do Cruzeiro; Herrera, do Botafogo; e Réver e Renan Ribeiro, do Atlético-MG.

 

Nos negócios já realizados, a rentabilidade sobre a comercialização dos direitos dos atletas foi de 50%, na média. Ou seja, um negócio e tanto. “Nem banco tem, atualmente, essas margens”, diz Eduardo Rezende, sócio e vice-presidente comercial de produtos da Brunoro Sport Business (BSB).

 

Depois de consagrar-se como investidor do futebol, Ricardo e sua equipe começaram a prospectar em outros campos. Hoje, o BMG investe no vôlei (patrocina três equipes da Superliga masculina e duas da feminina); no MMA (patrocina o lutador Vitor Belfort), na ginástica olímpica (Jade Barbosa) e mais recentemente, no basquete. No final do mês passado, Leandrinho e Marcelinho visitaram a sede do banco em Belo Horizonte para conhecer o mais importante patrocinador do clube carioca em que atuam, o Flamengo.

 

“Com a greve da NBA e sem nenhuma perspectiva de jogar este ano, resolvi voltar para o Brasil”, diz Leandrinho, ídolo nos EUA, o país do basquete. “O convite do Flamengo foi muito atraente”, afirma o jogador, que não esconde a satisfação de poder jogar ao lado de Marcelinho, estrela da seleção brasileira de basquete. “Voltei para meu país graças ao BMG”, diz.

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