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Estado de Minas RELIGIOSIDADE

Fé, reflexão e beleza

As celebrações religiosas da Semana Santa em Minas Gerais atraem turistas de todo o país, que se emocionam ao reviver a paixão de Cristo. Confira o que há para ver no estado


postado em 20/03/2013 15:29 / atualizado em 20/03/2013 16:58

Oração, devoção e reflexão. Sentimentos que traduzem uma das épocas mais significativas do ano: a Semana Santa. A fé que move montanhas também reúne multidões para celebrar a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Dos dias 24 a 31 de março, do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa, os fiéis vão reviver os momentos únicos da passagem de Jesus pela Terra, entre eles o doloroso trajeto percorrido por ele até o calvário. Missas, vigílias, encenações e ritos emblemáticos marcam, em cada cidade, as homenagens a uma das principais datas cristãs. Já a capital mineira celebra a Santa Missa da Unidade no dia 28, no Mineirinho. Presidida pelo arcebispo metropolitano Dom Walmor de Oliveira, a celebração eucarística promove a Bênção dos Santos Óleos, usados no batismo, crisma e unção dos enfermos. Nas cidades históricas, as celebrações ganham um atrativo a mais: a magia da arte barroca.

Congonhas

Em Congonhas, a encenação da Paixão de Cristo (foto acima) é o ponto alto das comemorações da Semana Santa. Por conta da beleza e harmonia do seu conjunto arquitetônico, a basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos é o local escolhido para a montagem do palco do Calvário, onde cada detalhe é pensado. As estruturas do templo, do Palácio de Pilatos e de Herodes e do Horto das Oliveiras são erguidas na alameda das Palmeiras. Na escadaria da matriz de Nossa Senhora da Conceição, são fixados os palcos da Santa Ceia, da casa de Lázaro e o espaço para abrigar as imagens de Roca, do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores. As procissões acontecem nas enfeitadas ruas do centro histórico.

(foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)
(foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)


Ouro Preto

Cultivando os ritos praticados por seus ancestrais, os moradores de Ouro Preto decoram a cidade com tapetes coloridos, enfeitados com serragem e decorados com flores por onde multidões passam, acompanhando as procissões. Colchas de renda e jarros de flores ornamentam janelas e, nas calçadas, uma areia branca coberta por folhas de laranjeira completa a decoração. As toalhas de mesa são expostas no domingo de Páscoa, mantendo uma tradição centenária. Entre as celebrações, a Procissão da Ressurreição é um dos destaques, ocasião em que os fiéis se alegram ao som de sinos, bandas de música e foguetes.

(foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)
(foto: Beto Magalhães/EM/DA Press)


São João del-Rei

A terra dos sinos é famosa por sua beleza barroca e pelos acordes de suas orquestras que emocionam os fiéis na Semana Santa. Pelas ruas enfeitadas, fé e esperança são repercutidas em uma só voz nas procissões. Cultivando suas raízes, o latim é revivido nas celebrações na Catedral do Pilar. Um dos momentos mais emocionantes é o Descendimento da Cruz, que acontece na Sexta-feira Santa, na escadaria da igreja de Nossa Senhora das Mercês. Na praça Francisco Neves, a cerimônia de Lava-Pés é um convite à reflexão sobre humildade.

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)


Serro

É com muita originalidade que a terra de um dos melhores queijos mineiros celebra anualmente a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Já na sexta-feira anterior à Semana Santa, a Procissão de Nossa Senhora das Dores prepara os fiéis para o período solene.Sempre ativa, a população decora com riqueza de detalhes as ruas por onde passa a Procissão da Ressurreição. As encenações realizadas pelo grupo de teatro Marte nas praças e igrejas da cidade dão vida à trajetória de Cristo. Nas janelas e sacadas, vasos de flores e toalhas conferem beleza ao cenário barroco.

(foto: Sidney Lopes/EM/DA Press)
(foto: Sidney Lopes/EM/DA Press)


Sabará

Em meio a casarões centenários, a religiosidade do povo sabarense pode ser flagrada em monumentos como a igreja Nossa Senhora do Rosário, construída com pedras por escravos. Na igreja de São Francisco, a Abertura do Santo Sepulcro é única em todo o país. A cerimônia acontece às vésperas da Sexta-Feira da Paixão, ocasião em que devotos munidos de ramos de manjericão visitam o corpo do Senhor morto. Durante a Semana Santa, os sinos permanecem em silêncio. Na madrugada da Sexta-Feira da Paixão, inúmeros fiéis seguem a via sacra até o ponto mais alto da cidade, levando a imagem de Nossa Senhora das Dores ao som da matraca, dos cânticos e das orações. As apresentações da Sociedade Musical Santa Cecília e a encenação da Paixão de Cristo também são um marco tradicional.






(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)


Diamantina

Pelas ladeiras da cidade, os ritos tradicionais da Semana Santa são cultivados com quadros vivos em que moradores encenam toda a trajetória de Cristo. Adornada por armaduras, capacetes e capas, a Guarda Romana, composta por mais de 150 homens, é um espetáculo à parte, fazendo a escolta dos caminhantes da via sacra. A confecção dos tapetes de serragem, cuidadosamente decorados, tem início a partir da meia-noite do Sábado de Aleluia até a manhã do domingo de Páscoa, dia em que é realizada a Procissão da Ressurreição.













(foto: Rpgério Borges/Divulgação)
(foto: Rpgério Borges/Divulgação)


Caeté

Situado no alto da serra da Piedade, a 1.746 metros de altitude, o santuário de Nossa Senhora da Piedade atrai inúmeros romeiros que participam de missas, procissões e se entregam à fé em sua mais bela forma: integrada à natureza. Contemplando os passos de Jesus, a via sacra sobe o morro da serra até a igreja Nova das Romarias. Devotos relembram a Entrada de Jesus em Jerusalém, com cortejo encenado por figurantes da comunidade.

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