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Estado de Minas CIDADE

Vamos pescar na Pampulha?

Principal cartão-postal de BH completa 70 anos. Há mais de duas décadas, o poder público promete despoluir a lagoa e agora renova a intenção. A meta é liberá-la para pesca já em 2014 . Você acredita?


postado em 07/06/2013 16:27

Há sete décadas, o então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (JK), inaugurava o surpreendente complexo arquitetônico e paisagístico da Pampulha, um conjunto modernista de monumentos, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e com jardins de Burle Marx, que se tornou o principal cartão-postal da capital mineira. O problema é que há anos a igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), a Casa do Baile e a lagoa estão em estado de calamidade pública. Mas, para mudar esse quadro e tornar o local agradável para os frequentadores e turistas que virão para a Copa do Mundo, em 2014, a Prefeitura de BH tem investido na revitalização da região.

O complexo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), está passando por uma série de obras e recebeu investimento de R$ 425 milhões. A prefeitura e o governo federal entram com R$ 158,4 milhões e o governo estadual, com R$ 256 milhões. O restante, R$ 10,8 milhões, está sendo captado por meio de recursos particulares e de parcerias firmadas pelo município. A lagoa vai receber mais de R$ 100 milhões destinados à despoluição e desassoreamento. As intervenções começam no segundo semestre deste ano. Novas estações elevatórias de esgoto estão sendo construídas para que a lagoa se livre de 95% de dejetos. Serão quase 25 milhões de litros de sujeira bombeados por dia para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Onça, no bairro Ribeiro de Abreu.

Equipamentos para obras em frente à Casa do Baile: local será totalmente restaurado(foto: Leo Araújo)
Equipamentos para obras em frente à Casa do Baile: local será totalmente restaurado (foto: Leo Araújo)
A intenção, de acordo com a prefeitura, é que no primeiro semestre de 2014 a lagoa esteja apropriada à pesca e prática de esportes náuticos, exercícios que, quando inaugurada, eram realizados regularmente por velejadores e praticantes de remo. “Contamos que, até 2016, o complexo receba o título de Patrimônio da Humanidade, cedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Educação (Unesco)”, afirma o presidente da Fundação de Cultura da PBH, Leônidas de Oliveira.

O entorno da orla, com 18 quilômetros, também está sendo beneficiado. O projeto, divido em duas etapas, prevê o recapeamento de sete quilômetros da avenida Otacílio Negrão de Lima e a implantação de ciclovias neste trecho, na primeira fase. A segunda inclui a reforma do restante da avenida e a restauração da sinalização da pista de caminhada. Para que os estrangeiros não fiquem perdidos, 65 placas indicativas também estão sendo instaladas. Todas trilíngues (português, inglês e espanhol), com dados dos principais locais de visitação e um QR code que permite o acesso a conteúdo multimídia por meio de dispositivos móveis. Além disso, será construído um Centro de Atendimento ao Turista na praça Dino Barbieri, em frente à igrejinha.

Museu de Arte da Pampulha, instalado na orla: obras estão adiantadas e devem ser entregues neste mês (foto: Leo Araújo)
Museu de Arte da Pampulha, instalado na orla: obras estão adiantadas e devem ser entregues neste mês (foto: Leo Araújo)
Em comemoração à data, os Correios criaram um selo personalizado com o desenho dos azulejos da igreja de São Francisco de Assis. E, para divertir os turistas, a Belotour, em parceria com a Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), criou o Roteiro de Turismo Pampulha-Niemeyer. São quatro tipos de circuitos: Verde (passando pelos parques Guanabara e Ecológico, Zoológico e Aquário); Gastronômico (divulgando os melhores restaurantes da região); Esportivo (visitando os estádios do Mineirão e Mineirinho); e Niemeyer (fazendo o percurso de suas obras no entorno da lagoa).

 

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