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Estado de Minas COMPORTAMENTO | EVENTOS

Ritual para poucos

No momento em que antigas tradições estão sendo revisitadas, chegou a vez do velho casamento ganhar roupagem nova. A moda agora é o miniwedding, cerimônia que mantém o luxo e a sofisticação, mas com no máximo 100 convidados


postado em 05/11/2013 16:31 / atualizado em 05/11/2013 17:13

Isabella Rocha e Luís André Monsef casaram-se na matriz de Santo Antônio, em Tiradentes:
Isabella Rocha e Luís André Monsef casaram-se na matriz de Santo Antônio, em Tiradentes: "Pensamos como faríamos para que os convidados compartilhassem cada momento ao nosso lado", diz ela (foto: André Correa)

As cinderelas modernas não usam sapatinhos de cristal nem longos vestidos românticos. As saias rodadas e bordadas deram lugar a modelos justos e sem babados, muitas vezes com cores inusitadas. E os príncipes contemporâneos já não fazem questão de trajes imponentes com lapelas impecáveis. No entanto, a mesma emoção ainda marca os Romeus e Julietas do século XXI, que não abrem mão de selar sua união diante de um altar. A diferença agora é que o número de convidados, que antes chegava a 300 ou mais pessoas (era sinal de prestígio dos noivos), está ficando menor. O chique agora é uma cerimônia que, embora mantenha o glamour e a sofisticação das grandes festas, seja mais intimista, restrita a familiares, padrinhos e amigos de longa data. São os miniweddings (ou minicasamentos).
 
A proposta é unir o útil ao agradável, realizando tanto a cerimônia quanto a festa de casamento em um mesmo local. O estilo europeu de realizar celebrações em ambientes intimistas, como o próprio jardim de casa ou o salão de festas do prédio, tem agradado aos mineiros. "Eu e o meu marido (Daniel Fernandes, de 41 anos, auditor fiscal do Trabalho) estamos juntos desde 2007 e, para completar nossa relação, só faltava mesmo dizer o sim no altar. Já tínhamos casa, cachorro e duas filhas e queríamos oficializar nossa união de um jeito bem nosso", conta a empresária Mariana Castelo Branco, de 32 anos. A celebração aconteceu em 2011, e o lugar escolhido fez toda a diferença. "Convidamos cerca de 60 pessoas e celebramos no Sebastião, restaurante em São Sebastião das Águas Claras (Macacos, em Nova Lima). Fiz questão de acompanhar todas as etapas". Detalhes como adereços para photobooth, kits com massinha, giz de cera, caderno de colorir, tiara, minibuquê e máquinas fotográficas analógicas fizeram da festa um evento único.

A empresária Patrícia Magalhães Drummond e Silva e o consultor Leonardo Jardim Pirani se casaram na cidade dos apaixonados:
A empresária Patrícia Magalhães Drummond e Silva e o consultor Leonardo Jardim Pirani se casaram na cidade dos apaixonados: "Como eu já tinha morado em Paris, tive a ideia de me casar em um barco, às margens do rio Sena e tendo a torre Eiffel como cenário de fundo", conta Patrícia (foto: André Correa)

Com um número máximo de 100 convidados – a média é de 50 – cada detalhe é pensado cuidadosamente, proporcionando todo o conforto e requinte que a ocasião pede. "A escolha por uma recepção mais íntima está ligada à intenção dos noivos de transformarem o ritual do casamento em um momento mais pessoal e, é claro, diferenciado, podendo ainda dispensar atenção a todos os presentes", diz Myriam Kalvan, consultora do blog Casando em BH. Alguns casais optam, por exemplo, em realizar pequenas cerimônias em cidades do litoral, históricas ou no exterior. "Nem sempre os miniweddings são uma questão de economia, e sim, principalmente, de personalização. Os anfitriões buscam o buffet catering, moldado de acordo com o seu gosto particular", explica a cerimonialista Rose Quadros. Em 2012, a jornalista Isabella Rocha, de 31 anos, e o arquiteto de software Luis André Monsef, de 32 anos, transformaram o seu casamento em um cenário de filme. O pano de fundo foi a serra de São José e a matriz de Santo Antônio, na cidade de Tiradentes. "Pensamos na cerimônia como um todo, na natureza, na beleza da arquitetura barroca e em como faríamos para que nossos convidados (aproximadamente 100) compartilhassem de cada momento ao nosso lado", diz Isabella.
 
A liberdade nas escolhas, tanto do local quanto da decoração e bufê, não raramente remonta à nostalgia dos anos 1960, em um misto retrô e artesanal. Os elementos vintages podem ser vistos por toda parte, até mesmo no buquê de flores da noiva, que ganha aquele toque especial com flores de tecidos perfumados, flores aramadas e buquês personalizados com pequenos objetos da família, como terços e broches. "Os noivos fazem questão de acompanhar tudo de perto, em especial a decoração, dando um ar pessoal ao ambiente. Recentemente, acrescentamos, a pedido da noiva, fitas de cetim coloridas descendo dos lustres do salão", diz Cláudia Sotelo, da Verde Musgo. Os doces preferidos são os caseiros, e o tão cobiçado bolo de casamento surge na versão naked cake, sem cobertura de glacê e com o recheio à mostra, enfeitado por flores e frutas. As damas e pajens não precisam ser obrigatoriamente crianças, podendo ser substituídos por familiares próximos, como tias e avós. A tradicional valsa vem acompanhada por ritmos que tragam lembranças de bons momentos ao casal, e o número de padrinhos – que não precisam ser casados – também pode ser reduzido.

A noiva Mariana Castelo Branco e as amigas Cristiane Modesto, Maíra Lemos e Amana Torres no restaurante localizado no distrito de Macacos (Nova Lima), onde ela se casou:
A noiva Mariana Castelo Branco e as amigas Cristiane Modesto, Maíra Lemos e Amana Torres no restaurante localizado no distrito de Macacos (Nova Lima), onde ela se casou: "Queríamos (ela e o marido Daniel Fernandes) uma cerimônia com um jeito nosso". O evento contou com 60 convidados (foto: Hugo Ruax)
 
A palavra de ordem é mesmo inovar, tendência que a empresária Patrícia Magalhaes Drummond e Silva e o consultor Leonardo Jardim Pirani, ambos de 35 anos, seguiram à risca. Em setembro do ano passado, comemoraram sua união de uma forma bem original, na cidade dos apaixonados. "Eu morei alguns anos em Paris e é claro que sonhava me casar nesse lugar maravilhoso. Foi daí que surgiu a ideia de alugar um barco para fazer a cerimônia, às margens do rio Sena, tendo a torre Eiffel como cenário", conta Patrícia. As bênçãos foram realizadas ao pôr do sol na proa do barco, e a festa para 80 convidados em seu interior, com direito a bolo de macaron, banda de jazz, pulseira de pérola para as mulheres e silhuetista – artista local que desenhou o perfil de cada convidado em recortes de papel que ao final receberam dedicatórias para os noivos. Lembrança impossível de ser esquecida.

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