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Estado de Minas PET | SAúDE

Ele ficou dodói

Assim como os humanos, os cães também sofrem com a gripe. A tosse dos Canis é mais comum do que se pensa e, por ser altamente contagiosa, requer cuidados no tratamento. Mas o melhor, claro, é prevenir


postado em 21/02/2014 15:03 / atualizado em 21/02/2014 15:07

(foto: Shutterstock)
(foto: Shutterstock)

De um simples pigarro, aos poucos, surge uma tosse incômoda e persistente, e uma sensação constante de engasgamento. Com ela também vêm espirros, olhos lacrimejantes, secreção nasal, rouquidão, apatia e febre. Em muitos casos, um tipo de espuma branca é expelido. Esses são os sintomas da chamada traqueobronquite infecciosa, mais conhecida como tosse dos Canis, doença respiratória extremamente contagiosa entre os cães. 

Provocada por agentes infecciosos como o adenovírus, a parainfluenza e a bactéria Bordetella bronchiseptica, tem seu ápice de transmissão no inverno. No entanto, é também muito comum no período de férias e carnaval, épocas em que muitos animais de estimação ficam abrigados em hoteizinhos e pet shops, aumentando o contato com outros cães. Além disso, outros fatores também influenciam em sua incidência. "O excesso de poeira no período seco, contendo as partículas virais causadoras da doença, e a baixa umidade do ar elevam a sua ocorrência no verão", alerta o veterinário Gilson Dias Rodrigues. Segundo ele, a incidência da tosse dos Canis foi 30% maior este ano, no mês de janeiro, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

A pequena Lisbela, mestiça de 5 meses, sofreu com a doença. "Ficávamos angustiados ao ouvi-la tossir sem parar, especialmente à noite. O problema melhorou depois que nos indicaram um xarope", conta o radialista Carlos Antônio. Outra preocupação da família era que a gripe fosse transmitida para a cadelinha Ivie, de 16 anos. "Como elas sempre ficam juntas, tivemos a sorte de ela não ser contaminada." 

O radialista Carlos Antônio com as cadelas Ivie e Lisbela, que teve a tosse dos Canis:
O radialista Carlos Antônio com as cadelas Ivie e Lisbela, que teve a tosse dos Canis: "Tivemos a sorte de a Ivie não ser contaminada" (foto: João Carlos Martins)

Assim como ocorre com a gripe nos seres humanos, o contágio se dá por meio de secreções, contato direto, pelo ar e objetos compartilhados, e se potencializa em ambientes fechados, mas não atinge outras espécies e muito menos as pessoas. Apesar de não ser fatal, a doença requer cuidados, pois apresenta sintomas comuns a patologias graves, entre elas, broncopneumonia, cinomose e insuficiência cardíaca. "Animais com mais de 7 anos podem apresentar tosse de origem não infecciosa, como a chamada tosse seca, que tem origem cardiogênica e é muito grave", explica o veterinário José Lasmar, da Bom Garoto Pet Shop. Os sinais desaparecem entre o sétimo e décimo dia, e o tratamento consiste no uso de xaropes, anti-inflamatórios e repouso. Os animais infectados devem permanecer separados dos demais por, no mínimo, dez dias. Já a administração de antibiótico é indicada apenas em casos específicos.  

A prevenção deve ser feita por meio da vacinação, que pode ser injetável ou administrada diretamente nas narinas dos animais. Filhotes, idosos e cães com baixa imunidade integram o grupo de risco e devem ser vacinados, já que, nesses casos, a gripe pode evoluir facilmente para uma pneumonia. "Como a doença é comum em qualquer época do ano, além das vacinas antirrábica e múltipla,  indicamos o uso da vacina contra a tosse dos Canis", explica o veterinário Luiz Carlos Pereira, do Hospital Veterinário da UFMG. A primeira dose deve ser dada entre a sexta e oitava semanas de vida, e a segunda, após 30 dias. Já o reforço deve ser feito anualmente.

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