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Estado de Minas CIDADE | IGREJAS

Templos históricos

Em restauração, paróquias da Boa Viagem e São José chamam a atenção pela beleza arquitetônica. Junto com a capela do Rosário e basílica de Lourdes, representam importantes patrimônios da cidade


postado em 22/02/2016 16:18 / atualizado em 22/02/2016 16:29

(foto: Rogério Sol/Encontro)
(foto: Rogério Sol/Encontro)
Quem aprecia a imponente e charmosa igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, no quarteirão das ruas Timbiras, Sergipe, Alagoas e Aimorés, no bairro Funcionários, nem suspeita que o lugar foi o marco zero de Belo Horizonte. Ali, há aproximadamente 300 anos, uma humilde capela foi erguida para abrigar uma imagem de Nossa Senhora, vinda de Portugal. O lugar passou a ser parada obrigatória de tropeiros que viajavam do sertão baiano em direção às cidades mineiras. Essa tradição transformaria o precário templo em ponto de devoção. Com o passar dos anos, não apenas viajantes, mas uma cidade inteira se aglomerava em seu entorno. Tanto que, mais tarde, Nossa Senhora da Boa Viagem acabou recebendo o título de padroeira da capital mineira.

A capelinha deu lugar a uma nova igreja entre 1788 e 1793, segundo o livro Catedral – Um Santuário de Adoração, de João Victor Ferreira, depois demolida para a construção da atual, que está sendo restaurada desde o ano passado. Diante de tanta história, é natural que as obras reservem surpresas. "A igreja tem mais de cinco camadas de tinta. Ela já foi cinza e azul-claro, por exemplo. A cor original se aproxima do ouro colonial, semelhante ao tom dos prédios da praça da Liberdade", diz Marcelo Carlos da Silva, pároco, reitor e diretor das obras sociais do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua – Nossa Senhora da Boa Viagem), nome atual. A Boa Viagem tornou-se catedral provisória (veja definição no quadro) em 1923, quando dom Antônio dos Santos Cabral foi nomeado primeiro arcebipo da cidade. O bastão será passado para a futura catedral Cristo Rei, em construção no bairro Juliana, região Norte, que deverá estar concluída em 2021.

A previsão é de que as obras do santuário durem cinco anos e contemplem melhorias na parte elétrica, telhado, incluindo o restauro das 140 torres, piso, pintura interna e externa. O governo estadual liberou 100 mil reais para as obras, no final do ano passado. "A igreja será um cartão-postal ainda mais belo da cidade", diz o pároco Marcelo Carlos.

Belo também é o adjetivo que os belo-horizontinos e turistas estão usando diante da fachada principal da igreja de São José, no centro. Ela foi restaurada e as cores originais voltaram à cena. Os trabalhos tiveram início há dois anos, mas o restauro e melhorias internas começaram em 2012. "Foram necessários mais de 4 milhões de reais. Tudo angariado junto à comunidade", afirma o vigário paroquial Flávio Santos Campos. A partir de junho, será iniciado o restauro das laterais da igreja, erguida em 1900. O trabalho deverá ser concluído em 18 meses e vai demandar mais de 1 milhão de reais.

Outras duas relevantes igrejas ainda não têm projetos de restauração, mas são igualmente importantes na história da cidade. A capela curial de Nossa Senhora do Rosário, na rua São Paulo, esquina com avenida Amazonas, foi a primeira a ser criada na então novíssima capital mineira, em setembro de 1897. Como a cidade ainda não contava com uma igreja matriz, lá eram realizadas as principais celebrações da cidade. A matriz atual, a igreja de São José, só abriu as portas em 1904. "Desde a sua abertura, a capela do Rosário se tornou um templo democrático", diz o monsenhor Geraldo Calixto, há 21 anos à frente da capela. "Ricos e pobres se encontram aqui."

A basílica de Nossa Senhora de Lourdes, no bairro de mesmo nome, também foi inaugurada em 1923. Não por acaso, sua arquitetura recebeu a mesma influência da catedral da Boa Viagem: o imponente e sofisticado estilo neogótico. Mais conhecida como igreja de Lourdes, passou a receber, sobretudo na primeira metade do século XX, as famílias mais tradicionais da cidade. Isso pode ser explicado por estar próxima do principal centro do poder do estado, o Palácio da Liberdade. "As missas dominicais eram um desfilar de belos vestidos", diz Maria da Glória Vargas Ramos, de 84 anos, que há 50 participa dos trabalhos na paróquia

(foto: Denis Medeiros/Encontro)
(foto: Denis Medeiros/Encontro)

(foto: Gláucia Rodrigues/Encontro)
(foto: Gláucia Rodrigues/Encontro)

(foto: Rogério Sol/Encontro)
(foto: Rogério Sol/Encontro)

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