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Estado de Minas ESPECIAL BAIRROS | LAZER

Ladeiras do Vale do Sereno são ideais para andar de skate

Esportistas mineiros reconhecidos internacionalmente utilizam as ruas da região para treinamento


postado em 27/04/2017 14:35

Os skatistas Pepe Laporte e Thiago Lessa treinam em uma das descidas íngremes do bairro: velocidade chega a 70 km/h(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Os skatistas Pepe Laporte e Thiago Lessa treinam em uma das descidas íngremes do bairro: velocidade chega a 70 km/h (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
A adrenalina de descer ladeiras íngremes a 70 km/h é o que motiva a galera que pratica o skate downhill nas "pistas" do Vale do Sereno. A modalidade é uma mistura do skate tradicional praticado sobre longboards, ou seja, pranchas (shape) alongadas, em manobras de deslizamento feitas em alta velocidade. O desafio é manter força, equilíbrio e concentração, sem cair no chão, claro. As ruas Sibipiruna e Jacarandá há anos são palco de manobras ousadas, especialmente antes das curvas, quando atletas iniciantes e profissionais chegam a tocar o piso com a mão.

Com a evolução das técnicas e equipamentos, o recorde de velocidade do skate downhill é de 137 km/h. Quem conhece bem os desafios da modalidade é o atleta Thiago Lessa, de 28 anos, vice-campeão do Mundial de Skate Downhill em 2016 e ganhador de vários outros títulos ao longo de sua carreira. Mineiro de Belo Horizonte, ele foi um dos primeiros a explorar a região do Vale do Sereno para a prática do esporte. Desde 2010, ele e o parceiro Max Ballesteros, também de 28 anos, iniciaram a façanha de transformar o lugar em referência para treinamento. "Na época havia poucas casas e carros e a pista ficava praticamente livre. Ideal para iniciantes", diz.

(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
(foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Com o tempo o local se tornou um celeiro de atletas. Alguns deles passaram a representar Minas em disputas internacionais. Thiago se tornou um dos grandes nomes do esporte em Minas e já se prepara para o próximo mundial, que acontecerá, a partir deste mês de abril, em oito etapas, a serem realizadas em diferentes países. "Neste ano, a etapa Brasil vai ocorrer em Nova Lima, no mês de junho. Estamos ansiosos", diz. Já Max conquistou o terceiro lugar no mundial de 2016 e segue na disputa. A parceria nos treinos realizados nas ladeiras do Vale do Sereno une gerações e traz troféus para Minas. O skatista Pepe Laporte, de 19 anos, é outra referência e se orgulha em dizer que aprendeu as primeiras manobras com o amigo Thiago Lessa. "Sempre o admirei e hoje posso dizer que andamos de igual para igual. É um exemplo para mim", diz. Ele também se prepara para participar das etapas do próximo mundial, na categoria profissional. Para Pepe, o asfalto bom do Vale do Sereno permite a realização de várias técnicas de skate downhill e a facilidade de acesso ao bairro é outro atrativo.

Mesmo com o aumento do contingente de moradores na região e com a descoberta de novos circuitos para praticar, o grupo de amigos faz questão de se reunir quatro vezes ao ano no local, para confraternizar. "Fazemos um campeonato pequeno, só para manter a tradição", conta Thiago. Hoje estão mais cuidadosos, tendo em vista que o número de carros na região é volumoso. "Fui atropelado por uma moto em 2012 e fiquei um bom tempo parado." Imprevistos à parte, o vice-campeão mundial comemora a boa fase e o lançamento das rodas de skate com sua própria marca. "O material está sendo produzido na Califórnia e será distribuído no mundo todo." Agora é torcer para que os skatistas mineiros conquistem mais títulos no próximo mundial.

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