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Estado de Minas ESPECIAL BAIRROS | SAVASSI E FUNCIONÁRIOS

Moradores aprovam liberação de ruas da Savassi para lazer

Aos domingos, projeto da prefeitura interdita vias próximas à praça Diogo de Vasconcelos com programação para todas as idades


postado em 23/08/2017 13:27

A avenida Getúlio Vargas, com brinquedos para a garotada e jovens andando de patins: sem trânsito das 9h às 14h aos domingos(foto: Gláucia Rodrigues/Encontro)
A avenida Getúlio Vargas, com brinquedos para a garotada e jovens andando de patins: sem trânsito das 9h às 14h aos domingos (foto: Gláucia Rodrigues/Encontro)
De segunda a sexta, por volta das 18h30, a cena se repete: carros, motocicletas e pedestres ocupam as vias que cruzam a praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi. Independentemente das cores do semáforo, o trafego não cessa e buzinas insistentes aumentam ainda mais o barulho da região - transformando a hora do rush em um verdadeiro caos. Esse cenário muda radicalmente aos domingos. Não apenas porque o trânsito no fim de semana diminiu, mas por causa do projeto da prefeitura A Savassi É da Gente, que interdita das 9h às 14h o tráfego de veículos em parte das avenidas Cristovão Colombo e Getúlio Vargas. "A rua não deve ser sinônimo de estresse, mas precisa ser coletiva para que as pessoas também a aproveitem", diz o jornalista Leandro Lao, que mora na região há quatro anos e frequenta o projeto desde a primeira edição, em março. Ele está sempre acompanhado de sua cadela golden retriever Manoela. "Eu a trago e solto para que interaja com crianças e outros cachorros."

O secretário municipal de Esporte e Lazer, Bebeto de Freitas, responsável pela iniciativa, afirma que segue o exemplo de capitais como Rio de Janeiro e São Paulo. "Em uma cidade metropolitana, faz-se necessária a abertura de espaços para que a população vá com segurança para as ruas", diz. "Queremos que o belo-horizontino tenha um lugar para ficar em família, andar de bicicleta, soltar pipa e olhar a cidade sob uma nova ótica." A secretaria oferece aulas de ginástica e dança, além de brinquedos infantis como jogos de tabuleiro e pula-pula. Tudo sem custo para a população. Com o filho Henrique, de 3 anos, o casal de empresários Bruno Santos e Denise Mendonça não perde uma edição. "Todo domingo é uma coisa diferente. Já teve quadrilha, encontro de moto e campeonato de peteca", lembra Bruno.

O engenheiro Tarcísio Menezes com sua mulher, Magda, e os filhos Pedro e Felipe: tempo para olhar a Savassi sem pressa(foto: Gláucia Rodrigues/Encontro)
O engenheiro Tarcísio Menezes com sua mulher, Magda, e os filhos Pedro e Felipe: tempo para olhar a Savassi sem pressa (foto: Gláucia Rodrigues/Encontro)
O engenheiro Tarcísio Menezes ressalta a importância de olhar a Savassi sem pressa, com mais atenção. "Isso é fundamental em uma sociedade tão inquieta quanto a nossa", diz ele, que costuma ir acompanhado da mulher, Magda Menezes, e dos filhos Pedro, de 4 anos, e Felipe, de 7. "Pedalar em ruas que durante a semana são tão agitadas é muito bacana, posso deixar meus filhos livres sem me preocupar", afirma o empresário Rodrigo Guimarães, ao lado de Frederico, de 9 anos, e Eduardo, de 7. Tamanho movimento está incentivando os comerciantes do entorno, como cafeterias e livrarias. "Temos recebido de todos aqui da Savassi o agradecimento pela abertura do espaço. Já temos doações de bicicletas infantis e muitos estão interessados em nos ajudar. A região, agora, tornou-se um ponto de encontro", diz Bebeto de Freitas.

Além do lazer aos domingos, acomodar pessoas para brindar, comer ou ouvir boa música é característica da região. São inúmeros os exemplos de festas que reúnem pessoas de culturas distintas. Apenas neste ano, a Savassi já recebeu eventos como a festa irlandesa St. Patrick’s Day, em março, a Festa Italiana, em junho, e a Festa Peruana, em julho. Em todas as ocasiões, é possível experimentar pratos típicos e viver um pouco da cultura de cada lugar. O chef Pedro Mendes, do espaço Ámendes, que participou da Festa Peruana pela terceira vez, define o evento como uma rica oportunidade de troca cultural. "Apresentamos o Peru por meio da gastronomia. Todos os pratos são inspirados na cultura e em tudo que vivi naquela terra", diz. Também explicamos os sabores aos visitantes e instruímos onde é possível encontrá-lo em uma futura viagem ao país." De acordo com ele, uma festa dessas não poderia ser feita em outra região. "É a cara da Savassi. Por mais que outros bairros tenham muitos restaurantes bons, esse é um lugar que abraça as pessoas e promove interação entre elas. É democrático e receptivo", finaliza. Se depender dos belo-horizontinos, vida longa à Savassi.

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