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Estado de Minas ESPECIAL BAIRROS | CARMO E SION

Charme e aconchego agradam os moradores dos bairros Carmo e Sion

Eles valorizam o passeio a pé, áreas verdes e canto dos passarinhos


postado em 25/10/2017 13:34

O casal Marilza e Márcio Pinto caminham com frequência com o neto Gabriel pelas ruas do Sion:
O casal Marilza e Márcio Pinto caminham com frequência com o neto Gabriel pelas ruas do Sion: "Vemos micos, tucanos, maritacas e muitas outras aves", diz Marilza (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O Sion cresceu em torno do Colégio Nossa Senhora do Sion, atual Santa Doroteia. Ali nas ruas e nas trilhas do Parque Mata das Borboletas, que funciona como espécie de refúgio em meio às construções que cercam o bairro, o casal Márcio Pinto da Silva e Marilza Espírito Santo criou os três filhos: Martha, Cristiano e Adriano. Depois de 23 anos no bairro, eles continuam fazendo caminhadas pelas ruas e curtindo os diversos parques da região. Mas agora a companhia é diferente: com o neto Gabriel, de 7 anos, e o cãozinho Kadu, da raça shih-tzu.

Nos passeios, a família não costuma cruzar com muitas borboletas, que deram origem ao nome do parque. "Mas vemos micos, tucanos, maritacas e muitas outras aves",  afirma Marilza. As árvores, segundo ela, ajudam a deixar a temperatura mais agradável. "É ótimo, principalmente no verão", diz. "E temos um bairro bem servido de praças", completa Márcio. Pelo menos duas vezes por semana eles passeiam por elas com o neto, intercalando entre a JK, Alasca e Nova York. "Ele gosta de tomar picolé, jogar bola e andar de bicicleta por lá", diz o avô. As praças também oferecem lazer para os adultos. Na quinta-feira à noite, por exemplo, é dia de feira de artesanato na Nova York, com direito a apresentação de capoeira.

A estilista e cabeleireira Milene Coelho mora no bairro desde a infância e quis criar o filho Vítor lá:
A estilista e cabeleireira Milene Coelho mora no bairro desde a infância e quis criar o filho Vítor lá: "Aqui é como uma cidade do interior. Todo mundo se conhece", afirma ela (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O convívio de Márcio com o bairro é antigo. "Eu atravessei muito o córrego Acaba Mundo em cima da tubulação de água na adolescência, pois não tinha rua", recorda-se. Ele também subia de moto e fazia trilha no que hoje é a avenida Bandeirantes." Era o lugar que eu ia com a turma de amigos para excursão e piquenique, para uma aventura", diz.

A localização estratégica é outro benefício do Sion, segundo o casal. Os filhos têm um escritório de contabilidade na Savassi, para onde costumam ir a pé. Márcio tem uma oficina de bricolagem e marcenaria no Jardim Canadá, em Nova Lima. "É só subir a Nossa Senhora da Carmo", diz. O charme, lazer e localização da região, no entanto, têm preço: o elevado valor do IPTU. "Mas acaba compensando pela estrutura e localização", observa Márcio. O casal não reclama da segurança, embora já tenha sofrido dois furtos no apartamento. "São situações difíceis de toda cidade grande", observa Márcio.

O contato com o ar livre, plantas, horta e flores são um privilégio para a artista visual e arte-educadora Lúcia Castanheira. Ela mora há dez anos em uma casa no bairro, onde tem também seu ateliê de pintura e onde ministra cursos de história da arte. Muita coisa mudou na região na última década, segundo ela. "Do meu quarto eu avistava mangueira e coqueiros. Agora tem sempre um barulho de obra, vi muitos prédios serem erguidos", afirma.

A blogueira Bárbara Myssior, com o marido, o advogado André Myssior, e os filhos Rafael e Felipe:
A blogueira Bárbara Myssior, com o marido, o advogado André Myssior, e os filhos Rafael e Felipe: "É libertador poder fazer as coisas a pé", diz ela (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Mas o incômodo fica pequeno quando começa a falar do ambiente acolhedor que consegue proporcionar a suas alunas durante as aulas de pintura. "A rua tem estacionamento fácil e fica próxima de grandes avenidas, como a Bandeirantes", diz. Ela faz questão de preparar os lanches das aulas e usa sempre o tempero da sua horta. "Aqui consigo ter a minha privacidade e área grande para colocar as telas de pintura", afirma. Lúcia faz pilates a um quarteirão de casa e tem a opção de frequentar três supermercados nas redondezas. Mas reclama dos preços. "As coisas aqui são mais caras, tanto de serviços como de produtos. O IPTU é a metade do preço em regiões vizinhas. Mas acaba compensando, pois a maior parte dos meus alunos mora perto", diz.

Há pouco tempo a estilista e cabeleireira Milene Coelho cruzou com uma visita inesperada mas bem-vinda à sua cozinha. Um tucano apareceu na janela, provavelmente vindo da Mata das Borboletas, que ela costuma definir como o "quintal de casa", pois mora em um prédio vizinho ao colégio Santa Doroteia. "Aqui não tem barulho, só de maritaca, bem-te-vi e outros passarinhos", diz.

Ela mora no Sion desde a infância. É lá que criou o filho Vítor, hoje com 21 anos. "Eu me casei, separei e quis continuar aqui", afirma Milene, que tem muitas amigas de adolescência no bairro. O filho sempre estudou no Santa Doroteia, onde construiu grande parte de suas amizades. "E, como eu tinha uma confecção e loja no bairro, dava para vir almoçar em casa quando ele era menor", diz a estilista. Hoje, ela trabalha em um salão de beleza ali perto.  Um dos seus hobbies prediletos é caminhar na pista da avenida Bandeirantes, onde vai cerca de três vezes por semana com uma amiga. Seu filho Vítor gosta de aproveitar os bares e restaurantes da rua Pium-í com os amigos. "Aqui temos lugares de espetinhos, açaí, comida japonesa e hambúrguer perto. Estamos bem servidos", afirma. Aos sábados, faz aula de gaita na vizinhança. "Temos ótimas escolas", diz.

A artista Lúcia Castanheira (à dir.) mora em uma casa que funciona também como ateliê para aulas de pintura:
A artista Lúcia Castanheira (à dir.) mora em uma casa que funciona também como ateliê para aulas de pintura: "O ambiente é estimulante para a criação" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O advogado André Myssior e a blogueira de moda e modelo plus size Bárbara Myssior se mudaram do Luxemburgo para o Sion há quatro anos. "Queríamos um lugar mais plano", afirma Bárbara. Ela conta que antes morava em um prédio com uma padaria na esquina, mas tinha de pegar o carro para chegar lá, pois o morro era muito íngreme. Os dois filhos do casal, Rafael, de 4 anos, e Felipe, de 2, estudam no Santa Doroteia, que fica a 100 metros do apartamento em que moram. "Nem precisamos atravessar a rua", diz Bárbara, que tem conta mensal na padaria e é amiga do dono da farmácia. "Sempre que preciso, ligo e peço remédio", diz. "O motoboy traz sem taxa."

O casal costuma frequentar os bares e restaurantes da região, como a tradicional Pizzaria Sion. Nos fins de semana, tem o hábito de ir ao clube Minas 1 ou 2. "Estamos no meio do caminho, então variamos", diz Barbára. Para tratar dos gatos Ozzy e Tia, eles recorrem ao veterinário do bairro. Sempre sem precisar tirar o carro da garagem. "É libertador poder fazer as coisas a pé."

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