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Estado de Minas PERFIL | PAPAI NOEL

Saiba quem são três dos papais noéis mais famosos de Belo Horizonte

A cada ano, centenas de novos bons velhinhos se aventuram a representar pela cidade um pouco da magia das festas. A seguir, três personagens que conquistaram um lugar cativo nesta época


postado em 07/12/2017 14:22 / atualizado em 07/12/2017 14:46

(foto: Alexandre Rezende/Encontro, Violeta Andrada/Encontro e Jai Baptista/Divulgação)
(foto: Alexandre Rezende/Encontro, Violeta Andrada/Encontro e Jai Baptista/Divulgação)
Olhos que brilham por trás das lentes transparentes dos óculos, barba branquinha, cabelos macios como nuvem, aquelas bochechas rosadas e, se possível, uma barriga proeminente. Mas tudo isso não basta. Papai Noel de verdade tem de ser cheio de talentos. Gostar de crianças e cultivar aquela empatia com o espírito da festa é decisivo para o sucesso. Afinal, a concorrência é grande e a cada ano novos velhinhos surgem para experimentar o trabalho temporário. Se tiver agenda cheia durante o mês do Natal, um Papai Noel pode chegar a receber mais de 10 mil reais.  Dona da agência e bufê Mãos de Fada, Renata Guimarães afirma que "o Papai Noel dos sonhos, desses com barba original, é o mais valorizado." A cada ano cresce o número de novatos que experimentam o disputado trabalho do Noel, mas alguns incorporaram tão bem o personagem que se firmam e têm lugar garantido no Natal. "Alguns são tão queridos que começam a receber reservas em outubro", diz Renata.

Flávia Moreira, supervisora da Projectum, especializada em decoração de Natal e Projetos Especiais, é responsável por levar o Papai Noel a vários shoppings da cidade, como os do grupo Multiplan. Neste ano, a agência tem sua equipe de bons velhinhos em 17 centros de compras. "O mais importante é que ele seja generoso e bondoso com crianças e adultos", diz Flávia. O fato é que o personagem que chega na noite de Natal - de trenó, entra pela chaminé e deixa presentes debaixo da árvore - precisa ter perspicácia e sabedoria para lidar com as perguntas e os pedidos dos pequenos. Nesta reportagem, Encontro procurou contar alguns dos segredos de três papais noéis disputados no Natal de BH.

A magia da foto perfeita
(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
No BH Shopping, Julia, de 2 anos, e Laura, de 4, estão prontas para a foto com o Papai Noel. No momento exato do clique, Julia olha desconfiada para o Bom Velhinho e ameaça dar meia volta antes de chegar ao trono de veludo vermelho. Decidida, Laura se acomoda para a foto e acaba convencendo por alguns segundos a irmãzinha. Quem observa por um tempo o trabalho do Papai Noel Bráulio Rodrigues Moura, de 60 anos, percebe que a cena se repete entre crianças. Mas elas não são as únicas na fila. Adultos também querem ser fotografados ao lado dele. Sorridente, ele distribui balas, recebe cartas e posa para a foto histórica. Com barba e cabelos brancos, óculos, roupas vermelhas, o instalador industrial aposentado, de 106 quilos para 1,78 m, há mais de cinco anos cumpre agenda certa nos shoppings da cidade, entre 10h e 16h. Nas horas vagas, ele também visita escolas públicas. Emotivo, Bráulio conta que tem em casa perto de 800 cartinhas, com os mais variados pedidos. "Os pedidos variam de um martelo a um avião. Isso é o mais bonito." Braúlio, que é avô, diz que sua experiência como Papai Noel é antiga, já que ele costumava se vestir para as filhas. A barba, item precioso, ele cuida com produtos especiais para manter os fios sempre brancos e hidratados. Bráulio acredita que o segredo para ser um Bom Velhinho disputado pelo mercado é amar as crianças, gostar de sorrir e ser carinhoso. "A magia do Natal passa pelas gerações, às vezes penso que os adultos gostam até mais do Papai Noel que as crianças." No ano passado, Bráulio ganhou do BH Shopping uma homenagem e uma viagem, um presente para o querido Papai Noel.

Direto do Polo Norte

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Os cabelos e a barba branquinha de Salvador Papatella, de 65 anos, costumam chamar atenção por onde ele passa e foi a responsável por sua história como o Bom Velhinho. Um dia, o perito em automóveis estava no trânsito, quando o sinal fechou. Do carro ao lado alguém lhe gritou pelo vidro: "O senhor se veste de Papai Noel?" A pergunta inesperada despertou Salvador para a ideia e no Natal seguinte ele experimentou dar um tempo na agenda de perícias para se transformar em Bom Velhinho. Adorou. Desde então, há mais de cinco anos Salvador tem agenda cheia nesta época do ano. Sua especialidade é atender festas de famílias e confraternizações. Sua chegada é sempre uma surpresa. "Converso com as crianças, distribuo presentes e tiro fotos com todos." Na noite de Natal, suas duas netas não conseguem ver o avô. A agenda é lotada e na agência de papais noéis onde ele trabalha suas reservas costumam ser feitas com bastante antecedência. "Sou grato por poder viver esse papel que me traz alegria e me aproxima das pessoas", diz. Salvador chegou rápido à conclusão de que, para incorporar o espírito do velhinho do Polo Norte, é preciso ser alegre e um pouco psicólogo: "O Papai Noel deve entender a vida, cheia de altos e baixos, para abraçar e confortar."

Ele canta e dança
(foto: Jai Baptista/Divulgação)
(foto: Jai Baptista/Divulgação)
Entre os papais noéis mais procurados de BH está o ator e cantor Freddy Mozart, de 54 anos. Freddy adotou o personagem pela primeira vez em 1985, para alegrar colegas da empresa onde trabalhava. O hobby foi crescendo e se tornou um trabalho muito original. Além de visitar famílias e participar de confraternizações com o seu tradicional "ho, ho, ho, criançada", Freddy é um Papai Noel artista, que canta, dança e se comunica com o público. Ele faz shows para shoppings da cidade, empresas, ações solidárias e escolas. Já foi o Papai Noel dos Correios e da Jornada Solidária do Menor. Para ele, os anos passam, mas a magia do Natal permanece a mesma. "A única diferença é que em seus pedidos algumas crianças querem material escolar ou alimentos e outras, eletrônicos." Freddy lembra que ele próprio, quando criança, nem sempre recebia o que havia pedido. Mas conta que conseguia compreender o presente possível. Na definição de Freddy, para ser um Papai Noel convincente, mais que a barba de verdade, a barriga gorducha e roupas de quem veio do gelo, é preciso "amar as crianças, ter um temperamento aberto e se comunicar muito bem." Na noite de Natal, assim como o velhinho empreendedor que passa o ano todo fabricando brinquedos, o Papai Noel cantor enfrenta uma maratona pela cidade. "Entre 18h e meia-noite, vou visitar sete casas", calcula. E depois de realizar os sonhos de tanta gente, o que ele deseja nesse Natal? "Políticos honestos e pessoas justas", diz. Esse seria um presente para todos nós.

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