De lá para cá, ele revolucionou a gestão em todos os aspectos, a começar na parte estrutural da sede: jogou abaixo as divisórias fechadas e colocou vidros, para facilitar o contato e visão de todos os trabalhadores. A sala do próprio Daniel está sempre aberta e ele costuma ouvir (e resolver) a demanda dos funcionários e associados. "Faço o que posso, seja para o sim ou para o não. Comigo tudo é para ontem", diz. Mas sempre com a ajuda da equipe. "Eu não sou centralizador. Delego muito e cobro". Outra medida que tomou logo ao assumir a presidência foi implantar a transparência total. Todos os balanços são auditados e colocados no portal da associação. Com o projeto pendência zero, organizou a expedição e certificação dos cavalos. As 17 funcionárias responsáveis por esse serviço foram levadas para a parte da frente da associação.
O choque de gestão não ficou restrito às atividades na sede. Desde que tomou posse, Daniel tratou de sair pelo Brasil para divulgar e participar dos eventos da raça. Só no segundo semestre deste ano, viajou 13 fins de semana seguidos. "Gosto de ir, pois tenho a oportunidade de conversar com os associados, criadores e presidentes dos núcleos", afirma. É com essa maneira expansiva e de boa prosa que ele tem conseguido alavancar o Mangalarga Marchador no país. "Lido bem com gente", diz.
A habilidade se reflete nos números da associação, que tem ganhado, em média, 170 novos sócios por mês e tem hoje 15 mil associados, 4 mil a mais do que quando assumiu a presidência. O faturamento deve fechar em 35 milhões de reais neste ano, contra 30 milhões de reais em 2016. A 36ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, realizada em julho no Parque da Gameleira, bateu recorde de inscrições, público e negócios. O evento ganhou glamour e transformou-se na maior feira agropecuária de equinos da América Latina. "A minha responsabilidade é gigante, de um mercado de bilhões de reais. Se escorregar, machuco a raça", diz.
A associação promoveu 300 eventos neste ano. No próximo dia 7 de abril, faz a maior cavalgada do mundo, na qual reunirá 3 mil cavaleiros em Caxambú, no Sul de Minas, berço do Mangalarga. Serão 14 quilômetros de cavalgada a partir do parque de exposições, com olhares atentos de integrantes do Guinness Book. "Queremos bater o recorde mundial", afirma Daniel. As cavalgadas, diz, são fundamentais para expandir a raça, já que os grandes criadores começaram a gostar do cavalo como usuários.
No dia a dia da ABCCMM, funcionários e associados já se habituaram com a frase que o presidente usa para se despedir: "Deus no comando, Deus é chique!". E o complemento vem logo em seguida: "Deus é chique. Avante, Marchador!".
- Daniel Figueiredo Borja, 45 anos
- Nasceu em Belo Horizonte
- Casado, 2 filhos
- Empresário e presidente da ABCCMM