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Estado de Minas ESPECIAL BAIRROS | GUTIERREZ

Para os moradores, acesso e comércio são as principais vantagens do Gutierrez

Bairro mescla imóveis antigos com modernos edifícios residenciais e comerciais


postado em 27/04/2018 14:42 / atualizado em 27/04/2018 15:06

A gerente de marketing Giovanna Rossini e o filho, Lucca:
A gerente de marketing Giovanna Rossini e o filho, Lucca: "No bairro tenho tudo que preciso. Apesar dos problemas do dia a dia, aqui é ótimo de se morar", diz Giovanna (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Na esquina das ruas Oscar Trompowsky e General Dionísio Serqueira, uma residência, erguida em 1953, resiste ao tempo protegida por pés de café, flores e plantas trepadeiras. Sua principal guardiã é dona Maria Carolina Garcia de Oliveira, de 88 anos, que se derrete pela vida no bairro. "A vizinhança é ótima, o comércio é maravilhoso e os atendentes nos chamam pelo nome", diz. Para dona Maria, esse clima se aproxima aos ares interioranos. "Por causa de alguns problemas de saúde, não consigo mais sair para fazer compras, mas eles entregam tudo aqui. É só ligar e pedir", diz a ex-professora, que mora no Gutierrez desde 1976.

Saulo Cunha de Oliveira, de 58 anos, filho de dona Maria, adora relembrar as histórias da juventude, vivida no bairro. "Era uma época muito diferente, a região ainda era tomada por casas. Chegaram a chamar o bairro de 'Ipanema de BH', porque ditávamos tendências", diz. Quando Saulo se casou, mudou-se do bairro. Morou no Prado, Mangabeiras e Santo Antônio, mas não resistiu e voltou para o Gutierrez. Hoje, é vizinho de sua mãe. "Antigamente, era comum as pessoas virem ao bairro para passar férias e feriados prolongados. Aqui nem parecia BH", afirma. Hoje, a realidade é diferente, e para ele isso se deve à crescente expansão imobiliária pela qual o bairro passou.

Saulo Cunha de Oliveira e a mãe, Maria Carolina Garcia Cunha de Oliveira:
Saulo Cunha de Oliveira e a mãe, Maria Carolina Garcia Cunha de Oliveira: "Era uma época muito diferente, a região ainda era tomada por casas. Chegaram a chamar o bairro de 'Ipanema de BH', porque ditávamos tendências", diz Saulo (foto: Ronaldo Dolabella/Encontro)
Com o crescimento, alguns aspectos negativos se tornaram mais evidentes. "Por um lado, a urbanização desenfreada traz diminuição do custo de moradia; por outro, sobrecarrega serviços que já estão em déficit por aqui", diz o engenheiro elétrico Danilinho Maia, de 29 anos, que nasceu no bairro. Para ele, questões como segurança pública, trânsito e infraestrutura são alguns dos pontos problemáticos da região. "O aumento repentino do número de moradores atrai constantemente onda de crimes, que, apesar de existir em qualquer lugar, vem piorando por qui", diz ele, que é um dos moradores mais engajados em projetos sociais por lá.

O analista de sistemas Cláudio Costa, de 46 anos, mudou-se para o bairro em 2011, pela facilidade de acesso à região sul. "Apesar de o Gutierrez fazer parte da regional Oeste, ele está muito próximo da Centro-Sul e, como a maioria dos meus clientes são de lá, isso facilita". Para ele, que mora sozinho, o bairro se mostrou bastante acolhedor, tanto no aspecto comercial como de convivência. Atualmente, Cláudio faz parte da rede de vizinhos protegidos. "Passo muito tempo fora de casa. A localização e a parceria com os vizinhos acabam ajudando muito", afirma.

O engenheiro elétrico Danilinho Maia:
O engenheiro elétrico Danilinho Maia: "A urbanização desenfreada nunca é boa. Por um lado, há diminuição do custo de moradia, mas sobrecarrega outros serviços que já estão em déficit por aqui" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A opinião é a mesma da gerente de marketing Giovanna Rossini Coelho, de 40 anos, que também foi criada no Gutierrez. "Saio do bairro para trabalhar e ir ao cinema. Se pelo menos tivéssemos um cinema por aqui, eu nem sairia", diz. Ela conta que até hoje é comum vizinhos perguntarem pela família ou se vão se encontrar no Barroca Tênis Clube, no fim de semana. Giovanna morou sete anos em Brasília, mas voltou para o Gutierrez quando o filho Lucca tinha 3 anos. Hoje, ele tem 13. "Fiquei muito tempo longe da minha família. Mesmo que aqui não seja tão bom no aspecto profissional, tenho aconchego", afirma. E ela se mudaria do Gutierrez? "Jamais. No bairro tenho tudo que preciso. Apesar dos problemas do dia a dia, aqui é ótimo para morar", diz.

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