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Estado de Minas

Cresce procura por vacinas em laboratórios particulares de BH

Atendimento diferenciado e produtos mais completos são os principais motivos


postado em 13/06/2018 15:43 / atualizado em 13/06/2018 16:35

A professora particular Paloma Duarte:
A professora particular Paloma Duarte: "Há cinco anos reservo um horário %u2028na agenda para comparecer ao laboratório e tomar a vacina da gripe" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Engana-se quem pensa que a busca pela vacina da gripe em laboratórios contempla apenas os chamados "grupos risco" pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A oferta da vacina do tipo Tetravalente – que imuniza contra uma variação maior do Influenza B – leva crianças, idosos e gestantes aos principais laboratórios da cidade. É por ela, por exemplo, que a consultora ambiental aposentada Sandra Murta, de 69 anos, abre mão de ir ao posto de saúde para ser atendida em um laboratório particular. "Todos os anos sinto a gripe voltar neste mesmo período, que antecede a minha vacinação. É como um aviso de que chegou a hora do reforço", diz.

A percepção da aposentada não é por acaso. Segundo a médica infectologista e especialista em vacinas do Laboratório Hermes Pardini, Priscila Saleme, a vacina muda de lote a cada ano para que haja coincidência com o vírus que está circulando. "Por isso a necessidade que a vacina seja tomada todos os anos", diz Priscila. "A prevenção deve ser encarada como um hábito e tratada como tal." Segundo ela, os fabricantes desenvolvem as novas vacinas baseados nas recomendações do monitoramento epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apresenta quais vírus estão em maior circulação em cada hemisfério todos os anos.

 consultora ambiental aposentada Sandra Murta:
consultora ambiental aposentada Sandra Murta: "Todos os anos sinto a gripe voltar neste mesmo período, que antecede a minha vacinação. É como um aviso de que chegou a hora do reforço" (foto: Samuel Gê/Encontro)
Apesar de não atender aos critérios do grupo prioritário, o compromisso com a campanha também faz parte da rotina anual da professora particular Paloma Duarte. "Há cinco anos reservo um horário na agenda para comparecer ao laboratório e tomar a vacina da gripe", diz. A prevenção inspira parentes e vem, principalmente, da preocupação em não espalhar o vírus para as pessoas ao seu redor – desde seu marido, portador de doença autoimune, até as crianças e idosos que frequentam suas aulas de inglês. A atitude da professora vem ao encontro do que defendem os infectologistas: a imunização deve ser pensada de forma coletiva, como um impacto positivo em toda a sociedade. "A vacina da gripe reduz ou até mesmo impede o risco de o imunizado adoecer, mas, principalmente, diminui a gravidade da doença", afirma Adelino de Melo Júnior, médico infectologista do Grupo São Marcos. "Quanto mais gente protegida, menos vírus circulando, e isso protege de forma indireta até mesmo quem não está vacinado."

Outro diferencial para quem escolhe a rede particular é o cartão digital. "O paciente possui registro para acessar quando e onde quiser. É um benefício que permite ao cliente ter acesso às informações de forma prática e independente de cartão físico, até mesmo para compartilhar com seu médico", diz a responsável técnica de enfermagem de vacinas do laboratório Geraldo Lustosa, Marta Moura.

Tanto no posto quanto no laboratório, as campanhas de vacinação contra a gripe promovem prevenção contra os vírus H1N1 e H3N2 (este último responsável pelo surto que ocorreu nos Estados Unidos no início deste ano). No entanto, a vacina tetravalente, oferecida apenas na rede particular, imuniza também contra o subtipo Brisbane, do Influenza B. Apesar de a circulação do tipo B ser menor, ele é imprevisível. "A circulação do tipo A é muito marcada agora no inverno e depois diminui. Já a B não tem incidência aumentada; por sua vez, circula o ano inteiro", diz Adelino Júnior. Ele explica que já houve períodos em que a cepa não contemplada pela trivalente circulou mais, mas é um cenário imprevisível.

Oito dúvidas comuns sobre a vacina da gripe

1 | A vacina causa gripe?
Mito. A vacina é composta por um vírus morto.

2 | A vacina pode causar efeitos colaterais?
Verdade.  Pode ocorrer dor, vermelhidão e endurecimento local, que devem desaparecer em até 48h.

3 | É necessário tomar a vacina anualmente?
Verdade. A composição da vacina muda de ano a ano. Por isso, é fundamental que as pessoas sejam revacinadas anualmente.

4 | A vacina da gripe é contraindicada a quem tem alergia a ovo?
Verdade. Pessoas com história de alergia grave a ovo não devem receber a vacina.

5 | Estou gripado, então não posso tomar a vacina?
Mito. O quadro de resfriado não contraindica a vacinação. Recomenda-se, no entanto, que as pessoas, caso seja possível, esperem a melhora do quadro para se vacinar. É possível que a pessoa evolua com febre em função do quadro infeccioso e, em função da vacinação posterior, que ela atribua à vacinação equivocadamente.

6 | Dez a 15 dias é o período que o organismo leva para desenvolver os anticorpos contra o vírus da gripe, depois da vacina?
Verdade. Após um período de 2 a 3 semanas da vacinação, é possível que já sejam detectados anticorpos.

7 | A vacina da gripe imuniza também contra resfriado e pneumonia?
Mito. A vacina contra a gripe protege apenas contra os quadros causados por alguns vírus Influenza. O resfriado comum e a pneumonia são causados frequentemente por outros vírus e bactérias.

8 | Se eu já tiver pegado a gripe H1N1, não preciso tomar a vacina?
Mito. Em função das possíveis mutações sofridas pelo vírus e da variedade de cepas, é fundamental que todas as pessoas se revacinem anualmente, independentemente de já ter contraído ou não a doença. A vacina continua sendo uma das principais estratégias de prevenção contra a gripe.

Fonte: médica infectologista Priscila Saleme

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