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Estado de Minas BEM-ESTAR | IDOSOS

Como chegar à terceira idade com saúde

Especialistas garantem que é possível envelhecer em boa forma. A cultura de não se preocupar com o envelhecimento já na juventude, para prevenir danos futuros, é que leva à decadência física precoce


postado em 19/10/2018 14:56 / atualizado em 19/10/2018 15:10

A rotina de exercícios diários curou a microempresária Eva Cândida Benedito, de 62 anos, da hipertensão e osteoporose:
A rotina de exercícios diários curou a microempresária Eva Cândida Benedito, de 62 anos, da hipertensão e osteoporose: "Eu me sinto bem de dentro para fora. Ter a saúde equilibrada vale todo o meu esforço" (foto: Viloleta Andrada/Encontro)
O relógio desperta às 4h30 da madrugada e a esteticista Eliana Amarante Peres já se prepara para o primeiro compromisso do dia. De terça a sexta-feira, às seis horas em ponto, ela inicia os treinos de natação. Integrante ativa das equipes de competição da capital, chega a nadar 2.500 metros, e coleciona medalhas. Nada tão fora do comum, não fosse o fato de Eliana fazer tudo isso aos 76 anos de idade. Com três filhos, sete netos e três bisnetos, garante ter disposição de sobra e deixar muito jovem "no chinelo". Além de cuidar da casa e atender como esteticista, arruma tempo para fabricar granola caseira, que vende para amigos e familiares. Exemplo de que nunca é tarde para mudar o estilo de vida e começar a praticar atividade física, ela conta que só se interessou por esporte aos 53 anos. "No início, queria apenas aprender a nadar. Acabei tomando gosto e não parei mais", diz. Sem radicalismos, mantém alimentação equilibrada, consome pouca carne vermelha, não fuma e o melhor: não abre mão dos momentos de lazer. "Gosto de viajar e uma cervejinha de vez em quando não faz mal a ninguém", diz.

Aos 76 anos, Eliana Amarante Peres chega a nadar 2.500 metros e coleciona medalhas de competição:
Aos 76 anos, Eliana Amarante Peres chega a nadar 2.500 metros e coleciona medalhas de competição: "No início queria apenas aprender a nadar. Acabei tomando gosto e não parei mais" (foto: Viloleta Andrada/Encontro)
A saúde de Eliana, como já é de se imaginar, vai muito bem, obrigada. Com fôlego e condicionamento físico invejáveis, ela se enquadra no conceito de que vitalidade não tem nada a ver com idade ou doenças, mas sim com a capacidade de cuidar de si mesmo nos vários estágios da vida. Os especialistas garantem que a culpa não é da velhice. A cultura de não se preocupar com o envelhecimento já na juventude, para prevenir danos futuros, é que leva à decadência física precoce. "Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ser saudável é estar em equilíbrio físico, psicossocial e espiritual, e não exatamente não ter doenças. Existem pessoas que, apesar de apresentar algumas limitações, conseguem ter qualidade de vida e ser felizes", diz o médico Fabiano Moraes Pereira, geriatra e paliativista. Mas quando, de fato, se está na terceira idade? Apesar de o Estatuto do Idoso ser destinado a pessoas a partir dos 60 anos, do ponto de vista biológico, é impossível determinar a idade exata. As variáveis estão diretamente ligadas ao estilo de vida de cada um. O sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas potencializam o desgaste físico. "Há quem diga que 70 é o novo 60, tal a independência e disposição que se tem observado. Acredito que a atual geração dos 40 a 50 anos está tendo uma oportunidade de ouro para aprender a envelhecer bem", diz o especialista.

O empresário Laércio Costa Filho, de 61 anos, não esperou a velhice chegar. Antecipou-se ao tempo e desde jovem dedica-se aos esportes:
O empresário Laércio Costa Filho, de 61 anos, não esperou a velhice chegar. Antecipou-se ao tempo e desde jovem dedica-se aos esportes: "Pratico corrida de rua, mas sempre com orientação e respeitando os meus limites" (foto: Viloleta Andrada/Encontro)
O corpo definido e bem torneado da microempresária Eva Cândida Benedito, de 62 anos, não condiz com a silhueta da maior parte das mulheres de mesma idade e até mais jovens. Aos 46 anos, ela se sentiu motivada a começar a malhar quando uma das filhas iniciou a faculdade de educação física. Aos poucos, as aulas de musculação foram sendo intensificadas. As caminhadas habituais ganharam novo fôlego e se transformaram em corridas. Atualmente, Eva percorre com tranquilidade os 21 quilômetros das meias maratonas. A rotina de exercícios diários a curou da hipertensão e da osteoporose. "Eu me sinto bem de dentro para fora. Ter a saúde equilibrada vale todo o meu esforço", diz. Para Eduardo Botelho, educador físico da academia Insane Word, são vários os benefícios das atividades físicas para pessoas da terceira idade. "Entre eles, o aumento da massa magra, da resistência muscular e a melhora no condicionamento cardiopulmonar", diz.

Em meio às inúmeras fórmulas milagrosas para retardar o envelhecimento, a receita que realmente traz resultados, segundo os especialistas, é mesmo aliar atividade física, boa alimentação, ter hábitos saudáveis e se permitir ser feliz. Orientação que ao que parece já tem sido seguida à risca por parte dos 30 milhões de brasileiros com mais de 60 anos – de acordo com o IBGE, a estimativa é de que em 2031 o número de idosos supere o de crianças e adolescentes no Brasil. Antenado na saúde, o empresário Laércio Costa Filho, de 61 anos, não esperou a velhice chegar. Antecipou-se ao tempo e desde jovem se dedicou à pratica de esportes. Foi jogador de vôlei profissional, sempre praticou musculação e não perde a oportunidade de dar uma pedalada. Mas o que o motiva mesmo é a corrida. "Faço parte de um grupo de corrida de rua e pratico na esteira três vezes por semana. Sempre com orientação e respeitando os meus limites", diz. O treinador do grupo de corrida da Cia. Athletica, Nikolas Chaves, alerta para a importância da avaliação física individual, para evitar quedas que podem ocasionar graves fraturas. "Antes de começar a correr, é importante trabalhar a força muscular para prevenir lesões", diz. Outra dica é intercalar a corrida com a caminhada. O que não vale mesmo é ficar parado.

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