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Estado de Minas PET | SOLIDARIEDADE

Conheça pessoas que são verdadeiros anjos-da-guarda dos animais

Corrente do bem pelos bichinhos reúne gente de todas as idades e profissões, e salva inúmeras vidas nas cidades mineiras


postado em 12/12/2018 13:14 / atualizado em 12/12/2018 13:36

A assessora parlamentear Fúlvia Macnog Sabino resgatou o vira-lata Bruno em julho deste ano, no bairro Prado, e o levou para um lar temporário:
A assessora parlamentear Fúlvia Macnog Sabino resgatou o vira-lata Bruno em julho deste ano, no bairro Prado, e o levou para um lar temporário: "Ele estava exausto de fome e cansaço. O seu olhar era um pedido angustiado de ajuda" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
A vida é cheia de desencontros. Mas há quem garanta que também é pautada por vários encontros inesperados e transformadores. Em junho deste ano, o destino de várias pessoas se cruzou após um imprevisto. Tudo começou quando uma delas avistou um cachorro muito debilitado às margens da avenida Senhora do Carmo, na altura do bairro Santa Lúcia. O animal estava tão fraco que caiu próximo à mureta central. Após muito esforço e cuidado para que ele não se assustasse e corresse em meio aos carros, ele chegou ao outro lado da via, na calçada. Muito amedrontado e arisco, não permitia que ninguém se aproximasse. Durante cinco dias as tentativas de resgate foram frustradas, até que, enfim, deu certo. Informada da situação, a gerente administrativa Solange Rabelo não poupou esforços para ajudar.

Poucos dias antes, tinha conhecido o servidor público judiciário federal Marco Antônio Paiva Nogueira Junior. "A pessoa que encontrou o Bruce já havia resgatado vários animais e não tinha condições de arcar com as despesas veterinárias de mais um caso, muito menos pagar por um lar temporário", diz ela. Consciente do amor de Marco pelos animais, relatou a história e foi prontamente auxiliada. "Quando soube do estado do animal me sensibilizei. Recorri a uma amiga de trabalho, que topou ajudar com os custos", diz ele. Encaminhado à clínica veterinária, outra personagem se envolveu na trama, a veterinária Lilian Mayumi Mano, da Clínica Patativas. "Esse caso realmente me emocionou. Eu e Bruce criamos um vínculo de amor muito forte", diz ela. Apaixonada por animais, auxilia, na medida do possível, os pets carentes, seja participando de grupos de ajuda seja realizando campanhas de castração a baixo custo, entre outras ações. Cinco meses depois do início dessa história, Bruce está totalmente recuperado. Passou de 13 para 25 quilos, está curado da babesiose, doença transmitida pelo carrapato; superou a leishmaniose e recuperou a confiança no ser humano.

Mentora do Projeto Gato Uai, a pediatra Glória Araripe se incomodava com o fato de não haver abrigo para gatos de rua em BH:
Mentora do Projeto Gato Uai, a pediatra Glória Araripe se incomodava com o fato de não haver abrigo para gatos de rua em BH: "Realizamos campanhas, rifas, bazares e arrecadamos doações para manter o nosso abrigo" (foto: Alexandre Rezende/Encontro)
O número de animais abandonados pelas ruas de Belo Horizonte ainda é grande. Estima-se que sejam cerca de 30 mil cães e gatos. Mas a quantidade de pessoas dispostas a ajudar também tem aumentado. A rede do bem é formada por pessoas anônimas, das mais variadas idades e profissões, unidas por um único ideal: salvar o máximo de vidas possíveis. A assessora parlamentear Fúlvia Macnog Sabino auxilia como pode os bichos carentes que encontra pelo caminho. Ração e água já ficam a postos no porta-malas do seu carro. Em alguns casos, como do vira-lata Bruno, encontrado no bairro Prado, em julho deste ano, conseguiu apoio de uma amiga para arcar com os custos do lar temporário e das despesas veterinárias. "Ele apareceu do nada, de madrugada, exausto de fome e cansaço. O seu olhar era um pedido angustiado de ajuda", recorda-se. Para ela, existem tantas maneiras de ajudar, que difícil mesmo é encontrar desculpas para não fazer nada. Desde colocar vasilhas de água e alimento na porta de casa, fazer pequenas doações mensais para ONGs que realizam resgates, ser voluntário em abrigos e feiras de adoção, dar lar temporário gratuito a adotar um animal em vez de comprar.

E os gatos não ficam de fora da rede de solidariedade. A médica pediatra Maria da Glória de Alencar Araripe se incomodava com o fato de serem comuns os abrigos para cães na capital mineira, mas nenhum para os felinos domesticados. "Cresci vendo minha mãe cuidar de gatos da rua. Em 2011 comecei a participar da Corrente do Bem pelos Animais, criada pelo deputado estadual Osvaldo Lopes, e isso mudou a minha vida", conta. Um ano depois se reuniu com mais 15 pessoas e fundou o Projeto Gato Uai. "Nunca tivemos ajuda do governo, nem mesmo para as castrações. Realizamos campanhas de conscientização, rifas, bazares e arrecadamos doações para manter o nosso abrigo." Atualmente, o Gato Uai conta com 31 voluntários e mais de 6 mil membros nas redes sociais. Prova de que, para ajudar, basta se importar.

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