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Estado de Minas MINEIROS DE 2018

Sergio Leite

O presidente da Usiminas fez com que a empresa voltasse a registrar bons resultados e selou o fim da disputa entre acionistas. Em agosto deste ano, mostrou agilidade e transparência ao lidar com grave acidente em sua fábrica de Ipatinga


postado em 02/01/2019 14:44 / atualizado em 02/01/2019 17:23

O presidente Sergio Leite, em sua sala na sede da Usiminas: ele começou na companhia como engenheiro pesquisador, em 1976(foto: Samuel Gê/Encontro)
O presidente Sergio Leite, em sua sala na sede da Usiminas: ele começou na companhia como engenheiro pesquisador, em 1976 (foto: Samuel Gê/Encontro)
Quando completou 14 anos, o adolescente Sergio Leite fez um contrato por escrito consigo mesmo. Antes de assinar, leu o termo com cuidado e concordou com sua decisão: na vida, seria feliz. O engenheiro que nasceu em Belo Horizonte, cresceu no Rio de Janeiro e criou os filhos em Ipatinga, no Vale do Aço, diz que tem conseguido manter o trato. Neste ano, por pouco, a felicidade não se transforma em euforia, movida pelos bons resultados da Usiminas, empresa da qual é o presidente. O cargo é a 13ª posição de Sergio na companhia. Ele começou como engenheiro pesquisador em 1976 e nos últimos 41 anos viu a siderúrgica se transformar, passar por muitas fases da economia brasileira e atravessar uma crise tão grave entre seus principais sócios que quase causou seu fim.

Em 2016, quando Sergio assumiu o comando da siderúrgica, líder na produção de aços planos no Brasil, a companhia sentia forte os efeitos de um conflito entre a ítalo-argentina Terniun e a japonesa Nippon Steel. O mau humor dos acionistas crescia e deteriorava os resultados da empresa. No primeiro semestre de 2016, era difícil acreditar, mas a Usiminas quase foi à lona, correu o risco de entrar em recuperação judicial ou até mesmo de falir. "Começamos então um trabalho de recuperação e hoje temos uma empresa normal", diz. Os resultados de 2017 foram os melhores desde 2013, período anterior à crise. A empresa apurou lucro líquido de 315 milhões de reais. E os números de 2018 estão ainda melhores. Nos três primeiros trimestres, o lucro líquido chegou a 427 milhões de reais. Com o caixa voltando a ficar positivo, os sócios se reconciliaram e Sergio foi confirmado no cargo por mais dois anos, até maio de 2020.

Este foi, de fato, um ano de superação para a Usiminas. Em agosto um susto veio da fábrica em Ipatinga, mas a empresa conseguiu agir rápido. Na tarde de uma sexta-feira, o gasômetro que funcionava na área de aciaria da companhia, onde o ferro é convertido em aço, explodiu. O impacto do barulho foi sentido em alguns bairros da região. Trinta e quatro pessoas foram levadas para o hospital e quatro tiveram ferimentos, como cortes no corpo, mas foram liberadas no mesmo dia. Uma semana depois, a Usiminas comunicou ao mercado os motivos do acidente: uma falha no dispositivo de controle de uma válvula do equipamento permitiu que o ar entrasse, causando a explosão.  "Estamos trabalhando na desmontagem e no projeto de um novo gasômetro, que deve entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2020."

Para cumprir o desafio que se fez na adolescência, Sergio também dedica-se, nos fins de semana, à família e aos amigos. Aliás, quando se refere à família, não esquece os pets, dois gatos adotados e dois cães das raças bulldog francês e shih-tzu. "Eles são meus filhos também", diz. Em casa, tem uma joia, a biblioteca de mais de 3 mil títulos. É lá que está uma de suas biografias preferidas: a que narra a vida de Juscelino Kubitschek, o mineiro que sonhou e viabilizou a Usiminas quando foi presidente do Brasil. "Trabalho para transformar em realidade projetos, planos de ação, objetivos e metas", diz. "Como Juscelino, também sou movido a sonhos."

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