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Estado de Minas MULHER

Como manter a saúde e o bem-estar no dia a dia?

Conversamos com várias mulheres sobre temas importantes do universo feminino


postado em 07/06/2019 14:00 / atualizado em 07/06/2019 16:50

(foto: Alexandre Rezende, Violeta Andrada e Uarlen Valério / Encontro)
(foto: Alexandre Rezende, Violeta Andrada e Uarlen Valério / Encontro)
Acostumadas a cuidar da família, dos amigos e até de seus animais de estimação, as mulheres muitas vezes esquecem de cuidar da própria saúde. Afinal, muitas vezes os afazeres são tantos que os dias parecem bem mais curtos para elas. No universo feminino, as múltiplas tarefas continuam a crescer rapidamente. O risco de acumular tantas atividades é acabar deixando para depois atitudes muito importantes para a saúde, como a atividade física, o check-up, a alimentação saudável e um tempinho para o descanso. Apesar de muitas mulheres elegerem como atitude de prevenção a consulta anual com o ginecologista, "transformando" o especialista em uma espécie de clínico geral, os cuidados devem ser mais amplos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) lista as doenças cardíacas e as infecções pulmonares como aquelas que mais afetam as mulheres. Nesta reportagem, Encontro ouviu especialistas de diversas áreas, que dão dicas do cabelo aos pés, e traz histórias estimulantes de quem dedica ao menos um tempo aos cuidados pessoais. E você, está em dia com sua saúde? Aproveite a leitura e se inspire. Não dá para deixar para depois. Se não for agora, quando será?

Leia maisTudo sobre a saúde da mulher, de A a Z

Alegria e bom humor

(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Vistas juntas, Adriana, de 57 anos, e Natália Vasconcelos, de 31, são muito parecidas. Mas a conexão entre mãe e filha vai além dos traços físicos e do bom gosto nos projetos de decoração e arquitetura - as duas são proprietárias da loja A. De Arte, no bairro Sion, empresa especializada em iluminação. Desde muito cedo, elas compartilharam bons hábitos como atividade física e alimentação saudável, além de um ingrediente mágico: o bom humor. O "grude" permitiu que a filha absorvesse um estilo de vida que coloca a alegria em primeiro lugar. "Minha mãe me passou desde muito cedo a importância de ter autoestima e alegria com a vida", diz Natália. Se via a filha aborrecida, Adriana já tratava de desanuviar o ambiente. "Como está o dia hoje?", perguntava. A filha tinha de responder quase como em um mantra: "Mamãe, hoje o dia está liiiindo!" Sem deixar de rir da lembrança, Adriana explica por que considera o mau humor uma das doenças graves do nosso tempo. "O mal humorado contagia as relações e pessoas saudáveis podem se transformar em doentes." Missão cumprida, alegria e leveza ajudam a manter a saúde em forma. Mas, entre mãe e filha, as lições vêm dos dois lados. Natália cresceu em ambiente onde respirava esportes. O pai foi atleta olímpico de vôlei e ela se encontrou na corrida. Começou a treinar aos 15 anos e continua correndo maratonas. Adriana vai mais de leve na atividade física, mas sempre viaja junto para as provas, na torcida pela filha. "Acho muito bacana desenvolver hábitos que nos levam a ter uma vida saudável. Gosto também de ver como a geração da Natália trata alguns temas ligados à maternidade, como a amamentação", diz. "Há uma preocupação em estender esse momento." Mãe do pequeno Davi, de 9 meses, Natália comprou um carrinho de rodas especiais, que pode ser empurrado durante o treino. Assim, repete com o filho o que aprendeu com a mãe. "Com esse carrinho, podemos ficar juntos nos meus momentos de lazer." Mas qual seria o maior segredo de uma amizade que faz bem para a saúde do corpo e da mente? Mãe e filha acreditam que a proximidade permite a troca, cria na rotina espaço para o diálogo. "Se quisermos que alguém seja parecido conosco, precisamos trazê-lo para perto de nós", diz Adriana. "Quando Jesus esteve por aqui, ele agiu exatamente assim."

Quanto mais natural melhor

(foto: Samuel Gê/Encontro)
(foto: Samuel Gê/Encontro)
A quantidade de afazeres é tão grande que muitas vezes a rotina não cabe no tempo e fica a sensação de que é preciso esticar o dia... A advogada Maria Luiza Furbino, de 23 anos,  decidiu colocar freio nessa correria depois que desenvolveu uma intolerância à proteína animal. Na pressa, essa acabava sendo uma fonte muito constante em sua alimentação. O primeiro passo foi procurar a ajuda de uma nutróloga. A surpresa veio logo. Além de perder peso, Maria Luiza percebeu que a alimentação saudável não exige tanto tempo de dedicação na cozinha. Ao longo da semana, ela consegue organizar bem seu cardápio. "Hoje, tudo o que como é o que chamo de comida de verdade, com o mínimo de industrializados." Legumes, ovos, frutas, granola, lentilhas, folhas verdes, pasta de grão-de-bico e suco verde passaram a colorir seu dia.  "Ganhei mais disposição para minhas atividades, para estudar e trabalhar." Até incômodos  que surgiam de vez em quando, em momentos de estresse, como a candidíase, sumiram. Apesar de ter reduzido o consumo de carnes, Maria Luiza ainda abre espaço para os seus preferidos: os hambúrgueres. "Reservo os fins de semana para comer o que não está no cardápio." Como ela descobriu, cuidar da alimentação pode ser um santo remédio.

Adolescência ativa

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Qual é o momento certo para começar a se preocupar com a saúde? Especialistas dizem que o quanto antes, melhor. A preocupação, de preferência deve começar pelos pais, durante a gestação. A estudante Gabriela Mesquita tem 15 anos e já trilha um caminho para garantir boa qualidade de vida. Ela pensa longe. No futuro, quer ser uma adulta saudável e depois, uma velhinha bem ativa. Para isso, ela não se descuida da prevenção. Tem as vacinas em dia e se preocupa com a alimentação. "Como frutas, verduras e pouco carboidrato", diz Gabi. "E nada de refrigerantes." Apesar da rotina de estudos acelerada no primeiro ano do ensino médio, ela sempre procura abrir espaço na agenda para a atividade física. "Adoro jogar futebol." Gabi acredita que cultivar bons e simples hábitos são ótimos para o corpo e a mente. Como incentivo para caminhadas diárias, ela conta com a companhia fiel de Harry Potter, seu shitzu de estimação. "Eu e ele damos voltas pelo quarteirão. É um bom hábito para nós dois." Quem diria que se exercitar por aí com o melhor amigo pode ser tão bom 
para o coração?

Um aliado contra o câncer

(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Em uma doença grave como o câncer de mama, família, amigos e médicos são importantíssimos para a superação. Mas, outro aliado foi imprescindível para a funcionária pública e professora da Fundação Dom Cabral Cristina Torres: o esporte. Ela começou a correr aos 47 anos e apaixonou-se pela rotina que lhe trouxe disposição, qualidade de vida e muitos companheiros. Os últimos 20 anos não foram fáceis para Cristina. Nesse período, ela recebeu dois diagnósticos para o câncer de mama. Com coragem, cirurgia e radioterapia, venceu a doença. "Quando estava em tratamento, um dos pensamentos que me vinham à cabeça é que eu precisava melhorar rápido, para correr uma prova", lembra. "Esse objetivo era um estímulo." Assim aconteceu. Cristina, de 62 anos, foi voltando devagarzinho para os treinos e, conforme foi ficando mais forte, acelerou e correu maratonas e meias maratonas ao redor do mundo. Ela costuma brincar que hoje escolhe suas viagens pelas provas em que vai competir – e depois vê os passeios que pode fazer por lá. Além do bem-estar, ela valoriza a boa forma que o esporte lhe proporciona. Além do bom humor, necessário para quem é obrigado a acordar às 6 horas da manhã. "Gosto de correr na rua, ao ar livre, de observar a cidade, sem fones de ouvido. É um sentimento 
de conquista."

Um up na autoestima

(foto: Uarlen Valério/Encontro)
(foto: Uarlen Valério/Encontro)
Com 1,80 metro de altura, expressivos olhos castanhos e andar decidido e elegante, Gabriela Lima, de 27 anos, está na profissão certa: é modelo. Difícil acreditar que a beldade, que usa manequim 38, tivesse algo a ser corrigido no corpo perfeito para as passarelas, por onde desfila desde os 13 anos. Mas ela considerava que tinha, sim. "Em um determinado momento, comecei a achar que me faltava um pouquinho de volume nos seios." A iniciativa coincidiu com uma mudança na carreira, justamente quando Gabriela passou a trabalhar não só com desfiles, mas também como modelo fotográfico. "Não fiquei pensando muito tempo. A partir do momento que tomei a decisão, logo marquei a cirurgia." A prótese escolhida foi discreta, mas os 275 ml de volume fizeram diferença. O silicone deixou os decotes mais bonitos e, como a modelo tem quadris bem desenhados, a prótese ficou proporcional. "Antes, eu quase não usava decotes. Agora, qualquer peça que coloco fica muito bonita." A mudança repercutiu na autoestima mas também nos contratos. "Depois do silicone passei a trabalhar para duas novas agências internacionais e hoje divido o meu tempo entre Belo Horizonte, Paris e Nova York."

Sabedoria que vem da experiência

(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
De repente 50. O nome escolhido por Maria Antonia Calmon para sua página nas redes sociais declara uma idade que assusta muitas mulheres. Designer de moda, Maria Antônia já trabalhou como modelo no exterior, onde fez trabalhos inclusive para a marca francesa Chanel. Agora, aos 51, ela quer compartilhar suas descobertas sobre essa nova fase, repleta de desafios e descobertas. "É importante que as mulheres se preparem para chegar bem aos 50 anos, com toda a alegria que a idade representa." Em plena forma, Maria Antonia foi a modelo da coleção moda praia da marca Cila. "Eu costumo dizer que para chegar bem à maturidade, à menopausa, é preciso trabalhar a cabeça para as mudanças que são naturais, buscar uma espiritualidade que dá sentido à vida, cuidar da alimentação e praticar atividade física." Outro ponto importante, segundo Maria Antônia, é perder o medo e conversar sobre os sentimentos e inquietações dessa nova etapa. "Muitas mulheres têm receio de falar sobre o tema, de pensar que estão envelhecendo. Esse é um estágio da vida que traz muitas coisas boas, não pode ser mais um tabu." E só para citar coisas boas, três delas têm nome próprio: Pedro, Rafaela e Julia, com idades entre 2 e 4 anos. "Amo os meus netos, eles são um dos presentes que ganhei ao me aproximar dos 50 anos."

Contra a queda, disciplina

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Cabelo pode ser colorido, natural, ondulado, liso... A beleza dos fios faz toda a diferença como moldura para o rosto. Por isso a economista Ivina Gontijo, de 27 anos, decidiu investir para valer nos cuidados, com persistência e disciplina. Não vá pensando que tratar dos cabelos, para reduzir a queda e a perda de volume, é algo passageiro. Os cuidados devem ser permanentes e não se pode descuidar mesmo quando os objetivos iniciais forem alcançados. Há cinco anos, Ivina percebeu que seu cabelo, oleoso na raiz mas seco nas pontas, estava afinando, perdendo volume. No ano passado, procurou ajuda especializada e foi diagnosticada com uma espécie de calvície feminina. Decidiu então começar um tratamento para recuperar os fios. Seis meses depois já comemora os resultados: um cabelo mais volumoso, brilhante e com vida. Novos fios nasceram. "Desenvolvi uma rotina para cuidar dos cabelos. Não gasto mais de 15 minutos por dia e os resultados são muito bons." Em casa, Ivina usa um spray e um boné de Led que ajuda a ativar a circulação, além de tomar algumas pílulas de vitaminas específicas para os fios, como a biotina. A cada dois meses retorna à clinica para aplicações de MMP (microinfusão de medicamentos na pele). "Em algum tempo, vou passar a fazer apenas uma manutenção, três vezes ao ano." E já deu para se acostumar com a rotina de cuidados? "Sim, e vale muito a pena", comemora.

Realização de um sonho

(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
(foto: Alexandre Rezende/Encontro)
Há quatro anos, Michelle Buldrini realizou de todos o seu maior sonho: ser mãe. Mas, chegar à maternidade não foi um caminho fácil. Atualmente com 38 anos, ela precisou vencer a endometriose, uma doença que atinge a mucosa na parede interna do útero. Além de provocar dores intensas, a doença pode comprometer a fertilidade. Desde a adolescência, as cólicas de Michelle incomodavam muito e não melhoravam depois de um remédio ou de algum tempo de repouso. Várias vezes, ela precisava ser medicada no hospital e chegava a perder os sentidos. Assim, perto dos 30 anos, decidiu investigar. Por conta própria, buscou especialistas e confirmou o diagnóstico. "Queria muito ser mãe e tinha receio de que a endometriose prejudicasse a fertilidade." Michelle se submeteu a uma videolaparoscopia para combater os focos da doença. Mas, o que seria um procedimento simples, colocou em risco sua vida. O ureter foi atingido e a falha demorou a ser descoberta. "Já não tinha forças para ficar de pé, tinha febre, emagreci muito." Uma nova cirurgia conseguiu restabelecer o funcionamento dos rins. O susto e a dor só fizeram crescer a vontade de ser mãe. Com os focos da endometriose controlados, Michelle optou para uma fertilização in vitro. "Consegui na primeira tentativa produzir três óvulos, o que é um número muito pequeno. Mas, dos três, dois deram certo, uma bênção completa." Julia e Bruna nasceram em 2015, em uma quarta-feira de sol, pesando 2,5 quilos, com 46 centímetros. São a alegria da casa. A vida tem mesmo boas surpresas.

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