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Estado de Minas PET

Descubra por que os cães e gatos fogem e como evitar que isso aconteça

A procura por animais de estimação é comum, assim como a dor que os donos sofrem por não saber o seu paradeiro


postado em 19/08/2019 16:34 / atualizado em 21/08/2019 16:46

A assistente em ciência e tecnologia Cláudia Marcia Alves Ferreira viveu 12 dias de pavor, quando a gata Paixão fugiu:
A assistente em ciência e tecnologia Cláudia Marcia Alves Ferreira viveu 12 dias de pavor, quando a gata Paixão fugiu: "A sensação que eu tive, de pensar em não mais encontrá-la, foi de medo, angústia, culpa e pânico" (foto: Samuel Gê/Encontro)
"Gata preta perdida. Ela tem um cortezinho na orelha e o rabo bem peludo. Dona inconsolável". Esses dizeres foram colocados em uma faixa no mês de julho, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte mas era só mais uma entre várias na cidade. A busca por pets fujões é comum, assim como a dor que os donos sofrem por não saber o paradeiro de seus animais de estimação. Imaginar que podem estar sofrendo privações, maus-tratos, ou mesmo, ter morrido atropelados, é uma angústia sem fim. E não é para menos. A ligação entre nós e os bichos é tão antiga que pesquisadores chegaram a encontrar a ossada de um cão em uma sepultura humana que datava de mais de sete mil anos. A descoberta se deu na Sibéria e tanto o animal quanto o homem haviam sido enterrados com os mesmos ritos funerários.

O sumiço de um pet é uma morte suspensa. Um luto não vivido. Em maio deste ano, a assistente em ciência e tecnologia Cláudia Marcia Alves Ferreira viveu 12 dias de pavor. Uma de suas gatas, a vira-lata Paixão, de 3 anos, desapareceu. O apartamento com janelas teladas, no bairro São Pedro, em BH, parecia à prova de fugas, mas não foi o suficiente. "No dia 28, senti falta dela em casa. A única saída possível seria a porta da área de serviço que dá acesso às escadas. Provavelmente  ela fugiu quando fui levar o lixo". Após várias buscas em casa, Cláudia constatou que, de fato, a gata não estava lá. "A sensação que eu tive, de pensar em não mais encontrá-la, foi de medo, angústia, culpa e pânico", diz. Arisca, não seria fácil localizá-la. Como de fato, não foi. Foram vários dias de procuras incessantes na região. Parentes, amigos, vizinhos, desconhecidos, todos eram avisados através de mensagens em grupos de WhatsApp e cartazes. Por vezes, a dona saía às ruas chamando o seu nome. "Se ela ouvisse o som da minha voz, com certeza responderia." Após noites sem dormir, enfim, o tormento acabou. Paixão foi encontrada em um prédio vizinho ao seu. Estava escondida embaixo de entulhos de uma reforma. "Quando chamei e ouvi o seu miadinho foi um dos melhores momentos da minha vida", conta Cláudia.

O empresário Christian Jardim Vitorino fala com emoção sobre o período em que ficou sem o vira-lata Bento:
O empresário Christian Jardim Vitorino fala com emoção sobre o período em que ficou sem o vira-lata Bento:"Foi uma experiência terrível. Depois disso, já colocamos coleira de identificação e agendamos sua castração" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Apesar de alguns acontecimentos serem imprevisíveis, é possível adotar algumas medidas para minimizar os riscos de um cão ou gato fugir. O terapeuta canino Augusto Lavinas orienta que é preciso investir em enriquecimento ambiental para que os pets não fiquem entediados. "É uma maneira de reduzir a ansiedade e de deixá-los mais calmos." No caso dos cães, a dica é usar brinquedos em que eles ganham petiscos como recompensa. Além, é claro, fazer caminhadas diárias para queimar energia e socializar. Para os gatinhos, jogos, arranhadores e prateleiras permitem que desenvolvam sua capacidade cognitiva e se exercitem.

O empresário Christian Jardim Vitorino, morador do bairro Sion, na capital mineira, fala com emoção sobre o período em que ficou sem seu cão Bento, vira-lata de 1 ano. A ideia de que o animal havia retornado para as ruas o martirizava. Bastou apenas um descuido para que Bento fugisse pela garagem. "Recebemos uma visita que acabou deixando o portão aberto. Foi questão de segundos." A notícia de que o animal havia sumido chegou por telefone. Assim que soube, Christian deixou o trabalho para ir à sua procura. "Fiquei das 15h às 23h circulando na minha vizinhança. E nada". A saga continuou no outro dia, mas sem sucesso. Dias depois, o cunhado do empresário passou em frente ao Pátio Savassi e se deparou com o animal. "Foi uma experiência terrível. Depois disso, já colocamos coleira de identificação e agendamos sua castração", conta. Segundo os especialistas, a esterilização dos pets reduz as variações hormonais provocadas pelo cio das cadelas e gatas. Machos castrados tendem a não fugir com a intenção de cruzar. A cirurgia também diminui a agressividade e possibilidade de brigas com outros animais.

Motivos que levam os pets a fugir

  • Estímulos fortes: fêmeas no cio e animais estranhos os instigando

  • Fobias: especialmente a barulhos como fogos de artifícios

  • Falta de socialização: animais adotados, com longo histórico nas ruas, tendem a tentar fugir por não estar acostumados a ficar presos em espaços restritos

  • Apego ao tutor: a ansiedade de separação pode levar o animal a fugir para tentar ir ao encontro do dono

  • Maus-tratos: animais que sofrem qualquer tipo de violência física ou psicológica

Medidas preventivas

  • Socialização do animal com pessoas e animais

  • Passeios regulares para que pratiquem atividade física, queimem energia e aprendam como voltar para casa

  • Coleira de identificação

  • Castração

  • No caso de gatos, telas em todas as janelas da casa

Como agir em casos de fugas
  • Distribua cartazes e faixas na região

  • Divulgue fotos e informações do pet nas redes sociais

  • Informe amigos, parentes e familiares

*Leia também na edição impressa (nº 218) da Encontro

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