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Estado de Minas CRÔNICA

Prejuízos da maternidade, por Paula Pimenta

"Se eu posso dar um conselho para mães e futuras mães é este: nunca circule com seu bebê por uma loja de móveis e decoração, a não ser que ele esteja com uma camisa de força!"


postado em 20/08/2019 16:44 / atualizado em 23/08/2019 15:48

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Sempre soube que ter filhos acrescenta gastos ao orçamento. Mas eu imaginava que os tais gastos fossem relacionados a fraldas, lenços umedecidos, leite em pó, remédios, roupas e, um pouco mais tarde, escola. Porém, acabei descobrindo (da pior forma possível) que não é só isso...

Quando nossa filha nasceu, eu e meu marido havíamos acabado de comprar um apartamento. Passamos meses, aliás, anos procurando o lugar perfeito e apenas com a iminência do nascimento dela é que resolvemos deixar a perfeição de lado. Acabamos escolhendo o que mais se encaixava no que sonhávamos, de acordo com as ofertas disponíveis. Só que comprar um imóvel requer certa burocracia e com isso acabamos conseguindo pegar as chaves quando faltava menos de dois meses para a Mabel nascer.

Como queríamos fazer uma pequena reforma no local, com sete meses e meio de gravidez me vi rodeada de pintores, pedreiros, marceneiros... E, ainda por cima, meu marido estava viajando a trabalho. Realmente, um pesadelo que não desejo para nenhuma grávida. Por sorte, tive muita ajuda da família.

Tudo estava se encaminhando para entrarmos no local algumas semanas antes do parto, mas eu não contava com um detalhe: minha filha resolveu nascer antes da hora. Por isso, a primeira noite que dormimos no nosso apartamento já foi em companhia dela.

Tudo certo e até um pouco romântico. Certamente, ela vai gostar de saber desse caso quando crescer. Só que com isso acabamos não finalizando os últimos detalhes, aqueles que nos fazem chamar uma casa de lar. Cama e berço já havíamos providenciado, graças a Deus! Mas ainda faltavam móveis, cortinas, utensílios domésticos, fogão, forno... Porém, quem já teve filho sabe que os primeiros meses pós-parto não são brincadeira. A falta de sono, o desgaste emocional, os cuidados constantes com o neném (e eu ainda por cima não quis ter babá) fazem com que sair de dentro de casa seja a última coisa da lista de prioridades. Por isso tudo, apenas agora, com a Mabel prestes a completar 1 ano, é que realmente estamos tentando finalizar a decoração. Nossa filhinha já pode acompanhar nossas excursões a shoppings e lojas de interiores e até mesmo "opina", mostrando se gosta ou não dos móveis que olhamos. E é aqui que realmente começa a história.

Algumas semanas atrás, estávamos na Silviano Brandão, procurando um sofá. Depois de muito procurar, acabamos encontrando um que era bem parecido com o que havíamos imaginado. Enquanto meu marido conversava sobre o valor e prazo de entrega com o vendedor, vi que a Mabel estava meio impaciente e por isso resolvi passear pela loja com ela. Só que em um único momento de distração, enquanto parei para prestar atenção no que o vendedor estava dizendo, ela, que estava no meu colo, puxou com suas mãozinhas ágeis um adorno pesado que caiu em cima de uma mesa de vidro... Imagina meu susto! Minha primeira reação foi me afastar para o tal enfeite não cair em cima dela, mas logo depois veio a consciência do estrago. A mesa espatifou-se e vi sobre mim os olhares de todas as pessoas que estavam no local.

Meu marido rapidamente avisou que assumiríamos o prejuízo (que foi bem caro!) e, como comecei a chorar, várias vendedoras vieram me consolar, dizendo que poderia ter sido pior, a Mabel podia ter se machucado... Claro que eu sabia disso; aliás, a razão principal das minhas lágrimas foi a culpa por não ter tomado conta dela direito! Apenas fui me sentir melhor quando todos que ficaram sabendo do caso vieram me dizer que bebês são mesmo travessos e que eu não devia me sentir culpada.

Prejuízo pago, o que ficou foi a lição de que realmente não dá para bobear. Agora, não desvio os olhos da minha pequena peralta nem por um segundo e só ando com ela a uma boa distância de qualquer objeto frágil.

Aliás, se eu posso dar um conselho para mães e futuras mães é este: nunca circule com seu bebê por uma loja de móveis e decoração, a não ser que ele esteja com uma camisa de força!

E não invente de se mudar, grávida, para lugar nenhum.

*Leia também na edição impressa (nº 218) da Encontro

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