Professora da Escola Americana lança livro sobre a chegada do homem à Lua

Cinco, quatro, três... Há 50 anos, a espaçonave Apollo 11 pousava na Lua. A contagem regressiva que marcou o lançamento da nave ao espaço, seguida pelos passos desajeitados do astronauta Neil Armstrong, deixou o mundo em uma espécie de êxtase naquele 20 de julho de 1969. Ir à Lua foi um feito histórico para a humanidade e uma conquista muito especial para uma cidadezinha da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. O vilarejo participou da confecção dos uniformes espaciais e superou sua maior crise ao colaborar com a viagem ao satélite natural da Terra. A história  é contada por Kristy Dempsey, escritora e professora de literatura da Escola Americana de Belo Horizonte no livro infantil Papa Put a Man on the Moon (Papai Colocou um Homem na Lua).

O livro lançado em Belo Horizonte e nos Estados Unidos conta a trajetória da pequena cidade de Slater. A fábrica, que empregava quase toda a população adulta da comunidade, vivia na década de 1960 seu pior momento e ameaçava fechar as portas para sempre. Foi quando recebeu o desafio de produzir um tecido tecnológico. O contrato para a confecção do Beta-cloth, criado pela Nasa e até hoje utilizado nas roupas espaciais, deu vida nova à indústria de Slater. "Isso permitiu que a comunidade contribuísse com algo muito além do que todos podiam sonhar", diz Kristy. O livro em inglês é inspirado em personagens reais e faz uma homenagem aos trabalhadores do vilarejo, inclusive ao avô da autora, um ex-trabalhador da fábrica.

Por causa do cinquentenário da conquista da Lua, muitas escolas do Brasil - e também a Escola Americana de BH - dedicam o ano de 2019 à ciência e à tecnologia. Kristy acredita que a história dessa pequena fábrica vai encantar os pequenos estudantes. "O livro ajuda as crianças a perceberem que muitas vezes o trabalho pode nos levar a lugares que nunca sonhamos, como o meu avô, que de certa forma chegou à lua." Segundo a autora, a história também reforça a ideia de que cada pessoa e cada profissão têm a sua importância. "Algumas crianças, às vezes, podem ver o trabalho dos pais como algo pequeno e não enxergar seu valor real", diz. "A história ajuda a pensar sobre isso, a ver que a partir do nosso trabalho estamos ligados a algo maior, muitas vezes maior do que podemos imaginar."

Kristy Dempsey se mudou com a família para Belo Horizonte há 21 anos. Ela conta que sempre viveu entre os livros. Antes de ser professora, foi bibliotecária e gostava de ler para os pequenos e de escrever poemas para os três filhos. Desde 2009, a carreira de escritora deslanchou. Kristy já publicou nove livros e recebeu prêmios internacionais. Para ela, apesar do crescimento da tecnologia, o papel continua tendo o seu espaço. "Percebemos que as crianças têm amor pelos livros, gostam de pegar e apreciar antes de ler", afirma. Segundo Kristy, toda criança tem um sonho (muitas vezes de ser astronauta) e há sempre um livro que lhes dará a oportunidade de se ver no espelho ou de fazê-las olhar através de uma janela. "São espelhos e janelas que vão refletir nossa realidade ou que vão dar vistas para outras oportunidades."

*Leia também na edição impressa (nº 218) da Encontro