Publicidade

Estado de Minas PET

Isolamento social reforça a importância dos animais de estimação

Em tempos de pandemia do novo coronavírus, os pets se tornaram grandes aliados no combate ao estresse, ansiedade e depressão


postado em 12/06/2020 13:26 / atualizado em 22/06/2020 23:16

A fotógrafa Leca Novo não desgruda do vira-lata Darth, de 4 anos, e vice-versa:
A fotógrafa Leca Novo não desgruda do vira-lata Darth, de 4 anos, e vice-versa: "Ele fica o dia todo deitado debaixo da minha mesa de trabalho. Ajuda a abstrair os pensamentos" (foto: Juliano Arantes/Divulgação)
"Quando eu saí, ele ficou me esperando. Quando voltei, eu ainda era o seu mundo”, disse um pensador. Mais que bons companheiros, os animais de estimação compartilham com os humanos o privilégio de existir. Isentos de maldade e tendo a inocência como principal atributo, têm o dom de deixar os dias mais suaves. Nos tempos atuais, em que o isolamento social se faz necessário, tornaram-se grandes aliados no combate ao estresse, ansiedade e depressão. “A troca afetiva desinteressada e permeada pela gratidão traz um novo significado à vida de milhares de pessoas”, diz a psicóloga Márcia Muzzi.
 
Na residência do casal Daniel Alvim e Fernanda Calábria Lage, a weimeraner Zoey e a dálmata Phoebe agitam a rotina:
Na residência do casal Daniel Alvim e Fernanda Calábria Lage, a weimeraner Zoey e a dálmata Phoebe agitam a rotina: "Alegram o ambiente" (foto: Arquivo pessoal)
Há quem diga que em casa que tem bicho, a tristeza não faz morada. Se tiver criança, então, não tem depressão que aguente. Nem mesmo na quarentena. A terapeuta Larissa Magalhães Machado, se vira nos trinta para conciliar o tempo e dar conta da rotina. Em seu apartamento, além da filha Alice, de 5 anos, também conta com a ilustre companhia dos gatos Pixie, de 2 anos, e Café, 1, ambos sem raça definida. “Eu trabalho em casa, e agora que a Alice não tem aula, criamos uma lista de atividades. Os gatinhos ajudam bastante, interagindo e renovando as energias do ambiente”, diz.
 
Segundo os especialistas, o sentimento legítimo pelos pets, não substitui as relações humanas, mas, sem dúvida, ajuda a combater a sensação de angústia e solidão. Seja em casas ou apartamentos, passar dias presos entre paredes de concreto, pode gerar vários transtornos emocionais. A apreensão trazida pela pandemia aos núcleos familiares, reforçou a chamada “deprê dos domingos”, que muitos sentem ao cair da tarde, quando a segunda-feira se aproxima. A diferença é que, agora, esta sensação se repete diariamente, perpetuando a vivência do desamparo. “Por outro lado, o afeto ofertado pelos animais neste momento traz alívio e aconchego."
 
A terapeuta Larissa Magalhães e a filha Alice se divertem com os gatos Café e Pixie, sem raça definida:
A terapeuta Larissa Magalhães e a filha Alice se divertem com os gatos Café e Pixie, sem raça definida: "Interagem e renovam as energias do ambiente" (foto: Arquivo pessoal)
O veterinário Pedro Paulo de Abreu Teles é professor universitário. Impedido de dar aula presencial, mantém uma rotina de trabalho em casa, dando curso on-lin­e. Morando sozinho, e em apartamento, nem sempre é fácil manter o alto-astral. Para isso conta com uma ajuda para lá de especial. Desde que passou a acompanhar o dono durante as aulas, a gatinha Bella, de 3 anos, sem raça definida, tem roubado a cena. “Virou a atração dos alunos. O carinho e a conexão com ela tem tornado os dias mais leves e descontraídos”, diz.
 
Pesquisas realizadas em todo o mundo, apontam que a convivência entre bicho e gente traz mesmo vários benefícios à saúde física e mental. Na infância, ajuda a despertar a consciência para valores como respeito, cuidado e responsabilidade. No outro extremo, tornam-se grandes companheiros para aqueles que já chegaram à terceira idade. Em muitos casos, a Terapia Assistida por Animais (TAA) promove o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social de pacientes de todas as idades.
 
A gatinha Bella, sem raça definida, acompanha o professor Pedro Paulo de Abreu durante as aulas on-line:
A gatinha Bella, sem raça definida, acompanha o professor Pedro Paulo de Abreu durante as aulas on-line: "Virou a atração dos alunos" (foto: Arquivo pessoal)
Na casa do designer de joias Daniel Alvim e da assistente de direção de arte Fernanda Calábria Lage o assunto não é novidade. Gostam tanto das “meninas”, que recentemente até se mudaram para uma casa maior. E engana-se quem pensa que o espaço da dálmata Phoebe, de 1 ano, e da weimeraner Zoey, da mesma idade, se resume ao quintal. “Nossa cama é mais delas do que nossa. Elas agitam a nossa rotina e alegram o ambiente”, diz Daniel.
 
A fotógrafa LecaNovo não desgruda do vira-lata Darth, de 4 anos, e vice-versa. Mestiço de labrador com dog alemão, o gigante gosta mesmo é de colo e água fresca. “Moramos em apartamento, mas mesmo agora que estamos na casa dos meus sogros, ele fica o dia todo deitado debaixo da minha mesa de trabalho. Ajuda a abstrair os pensamentos.” A psicóloga Márcia Muzzi acredita que ter um animal de estimação em casa ajuda na travessia da crise. Até mesmo a rotina de cuidados demandada, com alimentação, higienização e atividades físicas, incentiva a produtividade e tira o foco das notícias desagradáveis. 

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade