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Estado de Minas PET

Seu cachorro ou gato costuma fugir? Saiba mais sobre placas e chips de identificação

Métodos ajudam tutores a recuperarem os animais em casos de fuga e, até mesmo, roubo


postado em 29/09/2020 00:47 / atualizado em 29/09/2020 01:03

Os educadores caninos Juliana Reis e Augusto Vieira utilizam o microchip nas irmãs Bulma e Rita, da raça pastor belga malinois:
Os educadores caninos Juliana Reis e Augusto Vieira utilizam o microchip nas irmãs Bulma e Rita, da raça pastor belga malinois: "O ponta pé inicial deveria ser microchipar todos os pets nas campanhas de vacinação, castração e adoção", diz ela, na foto com a filhinha Selena Tacchi (foto: Arquivo pessoal)
Quando um animal de estimação se perde, na maioria das vezes ao se aventurar em fugas inocentes, tem início um sofrimento que nem sempre chega ao fim. Pior do que a certeza da morte é o tormento de não saber qual o paradeiro de um ser amado. Além da dor gerada à família e ao bicho, que deixa o conforto do lar para enfrentar as agruras das ruas, sofre também quem eventualmente os encontra e tenta localizar seus donos. Um drama que, segundo especialistas, poderia ser facilmente evitado.

A medida mais prática e barata continua sendo a velha e boa plaquinha de identificação. Um animal perdido na rua, portando o acessório, logo se diferencia dos demais. Sem a plaquinha, mesmo quando resgatados por terceiros, possivelmente jamais retornarão a seus antigos tutores. Panfletos colados em postes, anúncios em redes sociais, correntes em aplicativos, faixas distribuídas nos bairros e até o uso de carro de som são recursos válidos se o objetivo é localizar um pet, mas nem sempre bastam. "Antes que seja necessário utilizá-los, o melhor mesmo é se precaver", diz Alexandra Cristina da Silva, coordenadora do projeto Missão Animal. A ativista sabe bem como é a dor de perder um bichinho que fugiu e jamais foi encontrado. "Desde então, nunca mais deixei de usar a plaquinha de identificação nos meus resgatados. É um sofrimento que pode ser evitado", diz.

A veterinária Jéssica Ferreira Santos reforça a praticidade do dispositivo:
A veterinária Jéssica Ferreira Santos reforça a praticidade do dispositivo: "O microchip é funcional durante toda a vida do animal. Permanece inerte e só é ativado no momento da leitura", diz, ao lado da lhasa apso, Meg, e da shiba inu, Hanna (foto: Arquivo pessoal)
Portando informações básicas como telefone para contato e o nome do animal, a plaquinha de identificação encurta caminhos e faz o link direto com o dono. Para que seja efetiva, no entanto, requisitos como qualidade da gravação, segurança da argola do pingente, para que não se solte, e durabilidade do material são fundamentais. Tudo isso aliado a uma coleira confortável e resistente. "São cuidados que garantem que o animal não perca sua identificação", explica Eliana Malta, diretora da ONG Rockbicho. A protetora acredita que o ideal para garantir a segurança dos pets é agregar reforços. E cita como exemplo o trabalho realizado no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da capital mineira, onde todos os bichos castrados são microchipados.

O implante em cães e gatos seria uma das ferramentas mais eficazes para garantir a guarda responsável, considerando que possibilita a identificação do proprietário em casos de abandono, fuga ou roubo dos pets. Obrigatório em vários países, o dispositivo é constituído por um chip eletrônico envolvido em uma cápsula feita de vidro biocompatível que não provoca alergia, e é do tamanho de um grão de arroz. Inserido com agulha hipodérmica debaixo da pele, na nuca do animal, possui aplicação rápida e indolor. Apesar de não ser dotado de tecnologia GPS, o microchip possui um código exclusivo e inalterável que pode ser identificado em leitores específicos.

Os dados ficam armazenados na rede, em endereços fornecidos pelos fabricantes. Ainda pouco utilizado no Brasil, o sistema sofre com a falta de locais que disponibilizem leitores eletrônicos e da existência de um cadastro unificado. "O ideal seria que todos os postos de saúde regionais, clínicas veterinárias e CCZs disponibilizassem os leitores. E que as empresas do ramo trabalhassem para unificar o cadastro dos animais em uma plataforma única. Atualmente, cada uma possui um código diferente", diz Eliana.

A protetora Alexandra Silva (na foto, com a gata Amora) sabe bem como é a dor de perder um bichinho que fugiu e jamais foi encontrado:
A protetora Alexandra Silva (na foto, com a gata Amora) sabe bem como é a dor de perder um bichinho que fugiu e jamais foi encontrado: "Desde então, nunca mais deixei de usar a plaquinha de identificação nos meus resgatados" (foto: Arquivo pessoal)
Em Belo Horizonte, a microchipagem teve início somente em cães da raça pitbull.  Posteriormente, a ação foi ampliada e aproximadamente 65 mil animais já receberam o implante feito pela prefeitura. Criadores de bichos de raça e tutores de cães que participam de exposições foram os primeiros a aderir ao método. Planos de saúde pet exigem o RG Animal, que também é necessário para viagens ao exterior. A educadora canina Juliana Reis utiliza em todos os seus cães, entre eles as irmãs Bulma, de um ano, e Rita, de quatro meses, ambas da raça pastor Belga Malinois. Ela acredita que é preciso popularizar a técnica. "O ponta pé inicial deveria ser microchipar os pets nas campanhas de vacinação, castração e adoção. Essa iniciativa diminuiria bastante a taxa de abandono". Fora isso, diz a educadora, se as clínicas veterinárias divulgassem o uso do microchip e investissem em leitores eletrônicos, o acesso dos usuários seria facilitado.

A médica veterinária Jéssica Ferreira Santos, reforça a praticidade do dispositivo.  "O microchip é funcional durante toda a vida do animal. Permanece inerte e só é ativado no momento da leitura. Além disso, não necessita de recargas ou manutenção", diz. O procedimento é seguro e não possui contraindicação para nenhuma espécie. O preço médio da unidade no mercado varia entre 15 e 70 reais, de acordo com a marca, mais o custo da implantação.

As vantagens e desvantagens de cada método de identificação de animais:*

Placa

  • Pontos positivos: fácil colocação e baixo custo; permite a identificação imediata do tutor

  • Ponto negativo: possibilidade de perda da plaquinha ou retirada da coleira por terceiros

Microchip

  • Pontos positivos: aplicação rápida e indolor; sem risco de perda do dispositivo; durabilidade contínua, sem necessidade de recarga; sua leitura possibilita a identificação dos dados do tutor e do animal

  • Pontos negativos: apesar de mais tecnológico, não possui tecnologia GPS; não dá acesso a um cadastro único

*Fontes: especialistas consultados

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