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Estado de Minas VEÍCULOS

Hyundai promete pequenos carros voadores até 2030

A montadora coreana já tem projetos prontos para lançamento, assim como a Daimler, Toyota, Geely e Porsche


postado em 12/11/2020 00:50 / atualizado em 12/11/2020 00:50

O grupo Hyundai Motor está desenvolvendo modelos que irão transportar cinco ou seis pessoas nas áreas metropolitanas: versão maior irá voar entre cidades(foto: Hyundai/Divulgação)
O grupo Hyundai Motor está desenvolvendo modelos que irão transportar cinco ou seis pessoas nas áreas metropolitanas: versão maior irá voar entre cidades (foto: Hyundai/Divulgação)
A Hyundai está entre os não poucos fabricantes de veículos que acredita e aposta que carros voadores irão dominar o céu das cidades dentro de uma década. Prova disso é que a marca coreana já tem uma completa gama de veículos aéreos, prontos para sair do papel, ou melhor, da realidade virtual nas telas dos computadores para a linha de montagem. Em seus projetos de Urban Air Mobility (UAM), ou mobilidade aérea urbana, o grupo Hyundai Motor está desenvolvendo modelos que irão transportar cinco ou seis pessoas nas áreas metropolitanas e uma versão maior para voar entre cidades. A empresa espera entrar nesse segmento de mercado em 2028. "As pessoas que estão constantemente presas no trânsito urbano e nas estradas irão ficar aliviadas e entenderão a conveniência de se locomoverem por meio de veículos aéreos", diz Jaiwan Shin, chefe da unidade de mobilidade urbana da montadora. "Será o momento de explosão da demanda."

Sem se perturbarem com os obstáculos regulatórios e de segurança, vários fabricantes de aviões, automóveis, e startups estão tentando irromper na indústria do transporte com carros voadores e drones transportadores de pacotes. Em suas estimativas mais otimistas, analistas da consultoria Morgan Stanley preveem que essa tecnologia irá alavancar uma indústria de US$ 2,9 trilhões até 2040 – e mesmo na visão mais pessimista esse valor é fixado em US$ 615 bilhões. O carro voador conceito da Hyundai, desenvolvido em parceria com a Uber Technologies, foi apresentado no início deste ano na CES - Consumers Electronic Show, feira de eletrônicos de Las Vegas (EUA). Inicialmente, esses veículos serão conduzidos por pilotos humanos de empresas como a Uber, até se tornarem autônomos por volta de 2035, como prevê a Hyundai.

Protótipo foi apresentado em Las Vegas: projetado para atingir velocidade de cruzeiro de 290 km/h, voar em altitude de aproximadamente 300 a 600 metros, com autonomia de até 97 km(foto: Hyundai/Divulgação)
Protótipo foi apresentado em Las Vegas: projetado para atingir velocidade de cruzeiro de 290 km/h, voar em altitude de aproximadamente 300 a 600 metros, com autonomia de até 97 km (foto: Hyundai/Divulgação)
Nos próximos anos, a indústria e os reguladores precisarão lidar com questões sobre que tipo de licença para pilotagem é necessária e como eliminar e minimizar as possibilidades de acidentes. Novas regras e infraestrutura serão necessárias para assegurar que os veículos não interferiram no tráfego de aviões e helicópteros. Shin acredita que alguns carros voadores devem chegar já em 2023, mas a data oficial da Hyundai é 2028, quando a infraestrutura necessária estiver mais consolidada e o público mais familiarizado com a nova modalidade de transporte. Para atrair os primeiros clientes a Hyundai está tentando reduzir o custo dos veículos e o nível de ruído, ao mesmo tempo em que mantém a segurança como foco principal.

O conceito apresentado pela Hyundai em Las Vegas é o de um táxi voador capaz de pousar e levantar voo verticalmente. Projetado para atingir velocidade de cruzeiro de 290 km/h, o veículo pode voar em altitude de aproximadamente 300 a 600 metros. A autonomia de voo é de até 97 km. Além do transporte de pessoas, a Hyundai trabalha na variante do transporte de bens, com capacidade para até 300 quilos, de acordo com Shin. A empresa ainda não decidiu onde irá construir e inicialmente lançar seus veículos aéreos. Os concorrentes da Hyundai são a Airbus SE, Boeing e startups como a Lilium. O Vahana, o táxi aéreo auto dirigível desenvolvido pela A3, posto avançado de tecnologia da Airbus no Vale do Silício, completou sua primeira fase de testes em 2018. Já o protótipo da Boeing fez seu voo inaugural em janeiro do ano passado. O fabricante chinês de carros elétricos Xpeng revelou no mês passado um protótipo para o transporte de duas pessoas capaz de levitar até 25 metros.

Em um primeiro momento, veículos serão conduzidos por pilotos de empresas como a Uber : previsão de se tornarem autônomos por volta de 2035(foto: Uber/Divulgação)
Em um primeiro momento, veículos serão conduzidos por pilotos de empresas como a Uber : previsão de se tornarem autônomos por volta de 2035 (foto: Uber/Divulgação)
A Hyundai tem a vantagem de possuir uma rede global de vendas e unidades que podem fornecer serviços e participar na construção e desenvolvimento da infraestrutura para ecosistemas voltados para veículos aéreos. "Nós somos diferentes de outros desenvolvedores que olham para apenas um aspecto do negócio", diz Schin. Os fabricantes de veículos têm também uma vantagem sobre os fabricantes de aviões por causa da experiência com produção em massa, argumenta Shin. O normal para a Airbus e Boeing é entregar menos de 1.000 aeronaves por ano, cada, enquanto fabricantes de automóveis fazem milhões. O volume de produção dos veículos aéreos deverá ser de centenas de milhares. "Nós não queremos ser o primeiro no mercado", afirma Shin. "Nós queremos ser o primeiro com o produto certo."

A corrida pelos pequenos carros voadores tem a participação da Daimler, da chinesa Geely (controladora da Volvo) e da Toyota, que investiram em startups voltadas para o desenvolvimento de carros elétricos voadores capazes de pousar e decolar na vertical. A Porsche trabalha nesse mesmo sentido em colaboração com a Boeing. Um estudo da Porsche Consultoria concluiu que o mercado de mobilidade aérea urbana irá acelerar a partir de 2025. Os táxis aéreos virão em vários formatos e tamanhos. Motores elétricos substituem os motores a jato. As aeronaves terão asas rotatórias e, em alguns casos, rotores no lugar de propulsores. É esperar para ver.

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