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Estado de Minas ESPECIAL GASTRONOMIA - HERÓIS DA RESISTÊNCIA

Encontro Gastrô 2020 - Conheça os homenageados na categoria Cafeteria


postado em 02/01/2021 00:09 / atualizado em 06/01/2021 14:10

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Nessa edição especial de Encontro Gastrô - O melhor de BH contamos como os estabelecimentos da capital enfrentaram a maior crise já enfrentada pelo setor. Em meio à tempestade que tomou conta do mundo diante do novo coronavírus, todos que sobreviveram à pandemia são vencedores e merecem nossos aplausos.

Confira os homenageados na categoria Cafeteria:

Mocca Coffee and Meals

Adriana Martins, que retomou o comando da confeitaria:
Adriana Martins, que retomou o comando da confeitaria: "Voltei a acordar cedo, abrir a casa, ficar lado a lado com a minha equipe. É importante estar com eles, para demonstrar que enfrentamos esse período juntos" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Adriana Martins abriu a primeira unidade do Mocca Coffee and Meals em 2016, no Vila da Serra, usando as receitas de sua família. "Aqui nunca existiu uma alta confeitaria e nem alta gastronomia. É tudo simples, mas com aquele sabor de comida caseira", diz a empresária, que tenta reproduzir essa sensação também na unidade do Santa Lúcia. "Planejei o Mocca para ser isso: um lugar que reflete a casa das pessoas. Tem tanto espaço para trabalhar, fazer reuniões, quanto para tomar um café, comer um bolo ou almoçar com calma". A aposta de Adriana se provou certeira. O Mocca cresceu tão rapidamente que logo a empresária precisou abdicar do seu papel na cozinha para se concentrar exclusivamente na parte administrativa. "Por um lado, foi ruim, pois eu gosto de fazer os bolos eu mesma."

Mas no início do ano ela já havia decidido dar um passo atrás e fechou quatro das seis unidades. A medida, apesar de não ter nada a ver com a pandemia, se mostrou providencial. Quando a unidade do Vila da Serra voltou a receber clientes, havia uma novidade na cozinha: Adriana arregaçou as mangas e retornou ao comando da parte de confeitaria do Mocca. "Voltei a acordar cedo, abrir a casa, ficar lado a lado com a minha equipe", conta. "É importante estar com eles, para demonstrar que enfrentamos esse período juntos".

E não é só dentro da cafeteria que Adriana aposta na força da união para superar os desafios. Durante a pandemia, o Mocca inaugurou a sua plataforma online de vendas, com bolos, kits de café da manhã e - claro - cafés especiais. "Dentro dela, tem o setor Mocca Colab, onde outras empresas do ramo tem um espaço para expor os seus produtos", afirma. "Se nós não nos ajudarmos, a economia nunca vai melhorar".

Alameda do Ingá 16, Vila da Serra
(31) 3656-7404

Rua Maria Luiza Santiago 200, Santa Lúcia
(31) 99616-7737

Café com Letras

Para substituir os eventos, o fundador Bruno Golgher investiu nas lives, realizadas dentro do próprio Café com Letras.
Para substituir os eventos, o fundador Bruno Golgher investiu nas lives, realizadas dentro do próprio Café com Letras. "As doações eram destinadas inteiramente aos grupos. Isso foi feito com a intenção de estender a mão, de ajudar quem estava precisando." (foto: Divulgação)
Referência na cena cultural de Belo Horizonte, o Café com Letras é um lugar que cumpre muito mais do que o seu nome promete. Sim, o estabelecimento possui cafés de qualidade no seu cardápio e uma livraria famosa. Mas o seu interior abriga muito mais do que isso. "Lançamentos de livros, shows de jazz, DJs... Sempre tivemos essa ligação muito forte com a produção cultural da cidade", conta o fundador, Bruno Golgher. O empresário criou o Café com Letras junto de mais dois amigos em 1996, para realizar um sonho que carregava desde criança: uma livraria na qual as pessoas passassem horas conversando sobre livros. "Hoje, com a tecnologia, é difícil prever o futuro deste ramo. Mas, para o Café com Letras, é impossível existir sem as nossas estandes."

Em março, o Café com Letras precisou repensar toda a sua estrutura de funcionamento, incluindo a parte de eventos. "Para os artistas que vivem do ‘ao vivo’, não poder se apresentar é como ter o chão retirado dos seus pés", afirma Bruno. A solução encontrada para não deixar o setor completamente parado por meses veio no formato das lives, realizadas dentro do próprio Café com Letras. "As doações eram destinadas inteiramente aos grupos. Tudo isso foi feito com a intenção de estender a mão, de ajudar quem estava precisando."

A cozinha deu um show à parte durante a quarentena. "Queríamos fazer algo que carregasse a nossa essência", conta. "Como o Café com Letras já viveu ciclos com vários chefs, tentamos recriar isso durante a pandemia." Fugindo da monotonia em tempos de delivery, a casa apostou em, de tempos em tempos, convidar chefs como Jaime Solares e Felipe Rameh para comandar a cozinha, trazendo novas receitas e um novo olhar para os pratos. "Essa é uma das lições que ficam: é preciso transportar o Café com Letras também para o digital", afirma Bruno, que promete continuar transmitindo as apresentações pelas redes sociais da casa. A unidade do CCBB voltou junto com o centro cultural, no início de novembro.

Rua Antônio de Albuquerque 781, Savassi
(31) 3225-9973

Praça da Liberdade 450, Savassi (CCBB)
(31) 3267-9929

Noete

Guilherme Hamers (à dir.), com o sócio Daniel Cabral:
Guilherme Hamers (à dir.), com o sócio Daniel Cabral: "No dia 28 de janeiro, a gente abriu a loja pela primeira vez, logo na manhã. De noite, veio a enxurrada. Só fomos reabrir as portas no Carnaval. Logo em seguida, chegou a pandemia" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O ano de 2020 começou com grandes planos para o Noete Café Clube. A empresa, criada em 2015 para conectar produtores de grãos de alta qualidade com os consumidores exigentes de uma das bebidas mais famosas de Minas, estava pronta para inaugurar a sua nova unidade, localizada na rua Marília de Dirceu. Até que o azar atacou. "No dia 28 de janeiro, a gente abriu a loja pela primeira vez, logo na manhã. De noite, veio a enxurrada", lembra, com tristeza, Guilherme Hamers, co-fundador do Noete. "Só fomos reabrir as portas no Carnaval. Logo em seguida, chegou a pandemia."

Para sobreviver ao período complicado, a empresa teve de voltar às origens. "Posso dizer, com clareza, que o nosso pilar mais forte é a qualidade do café ", diz Guilherme. A quarentena forçou as pessoas a um confinamento dentro do próprio lar, proporcionando dias repetitivos e uma rotina dividida entre trabalho e as mesmas opções de lazer. Não é surpresa que a procura por novidades tenha aumentado, ainda mais quando se trata de um produto tão querido pelos mineiros. Afinal, nenhum dia começa sem pelo menos um cafezinho. "Foi a primeira vez que muitas pessoas pessoas experimentaram uma xícara de café especial, e posso te falar que dá para sentir de cara a diferença", acredita Guilherme, que viu o volume do clube de assinatura do Noete Café Clube aumentar expressivamente durante a pandemia.

Agora, novamente de portas abertas, as duas casas da cafeteria vão se adequando ao novo normal da capital mineira. Recuperada dos estragos da chuva, a unidade do Lourdes opera no sistema to go, no qual o cliente retira o seu café na loja e vai aproveitando cada gole no caminho, seja para o trabalho ou para um dos banquinhos na charmosa praça Marília de Dirceu. Já a matriz, localizada no Santo Antônio, voltou com o seu clima de cafeteria, ideal para quem procura um lugar diferente para estudar, fazer reuniões ou encontrar velhos amigos. Além das opções de café, que custa R$ 8,00 a xícara, a casa também conta com várias receitas diferentes de cookies e bolos. "Sou suspeito para falar, mas o nosso pão de queijo recheado com porchetta artesanal e queijo canastra é excelente". O prato serve uma pessoa e sai por R$ 16,00.

Rua Santo Antônio do Monte 294, Santo Antônio
(31) 3586-4645

Rua Marília de Dirceu 145, Lourdes

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