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Estado de Minas SAÚDE

Procura pela técnica de congelamento de óvulos cresceu até 200% em BH na pandemia

Clínicas de reprodução assistida da capital mineira registraram aumento no número de mulheres que adiaram a gravidez devido às incertezas originadas pela Covid-19


postado em 04/06/2021 15:39 / atualizado em 08/06/2021 00:07

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O ginecologista e obstetra Selmo Geber, da clínica Origen, explica que o material coletado é transferido para um tanque com nitrogênio líquido, em temperatura a 196 graus negativos:
O ginecologista e obstetra Selmo Geber, da clínica Origen, explica que o material coletado é transferido para um tanque com nitrogênio líquido, em temperatura a 196 graus negativos: "Tecnicamente, o óvulo pode ficar congelado para sempre" (foto: Uarlen Valério/Encontro)
"Um dia histórico e um tremendo passo à frente". A manchete publicada na revista Der Stern, na década de 1960, informava sobre o lançamento da pílula contraceptiva no mercado alemão. Criado originalmente nos Estados Unidos, o método anticoncepcional significaria uma revolução sexual. Um símbolo da emancipação feminina. Mais de meio século depois, outro avanço da ciência alcançaria status semelhante: o congelamento de óvulos. Se a mulher contemporânea acumulou conquistas como a inserção no mercado de trabalho, independência financeira e a ampliação de sua liberdade sexual e reprodutiva, tal evolução cobrou um preço. Já não bastava tomar pílula para evitar uma gravidez indesejada. Tornou-se urgente também a necessidade de driblar o relógio biológico. A perspectiva de poder escolher com qual idade engravidar, sem se preocupar com o fim certo da produção de óvulos, foi mais um marco na história.

A pandemia do novo coronavírus colocou mais um ingrediente nesse caldeirão. Diante das incertezas trazidas pela Covid-19, mulheres que nunca haviam se preocupado com o assunto viram que o sonho da gestação teria de ser adiado. Primeiro, porque muitas das que estavam sem parceiro continuaram assim. Se no início do ano passado a expectativa era de que as medidas de isolamento durariam dias, talvez semanas, com o passar do tempo as semanas se transformaram em meses. Muitos meses. Depois, a própria evolução da doença trouxe uma névoa pesada sobre as grávidas. Em abril último, o Ministério da Saúde recomendou o adiamento dos planos de gestação. Em entrevista coletiva, o secretário de atenção primária à saúde do ministério, Raphael Parente, afirmou que o mais indicado no momento seria "esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma". O alerta justifica-se. De acordo com estudo internacional liderado pelas universidades de Oxford e Washington com mais de 2 mil gestantes, a Covid-19 pode aumentar em até 20 vezes o risco de morte nesse público. Outros estudos mostram que grávidas têm mais chances de ir para unidades de terapia intensiva e de precisar de ventilação mecânica caso sejam infectadas com o novo coronavírus. A procura por clínicas de reprodução assistida explodiu. Na clínica Origen, foi registrado um aumento de 30% na procura pelo congelamento de óvulos de janeiro a abril deste ano quando comparado ao mesmo período de 2020. Na LifeSearch, o crescimento foi de impressionantes 200% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a obstetra e ginecologista Rívia Mara Lamaita, do Centro de Reprodução Humana da Rede Mater Dei de Saúde, a recomendação é se planejar:
Para a obstetra e ginecologista Rívia Mara Lamaita, do Centro de Reprodução Humana da Rede Mater Dei de Saúde, a recomendação é se planejar: "O ideal é ter uma primeira gestação antes dos 35 anos de idade e não adiar gestações para além de 42 anos, quando os riscos podem superar os benefícios" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
O público majoritário que procura informações sobre o congelamento de óvulos pode ser dividido basicamente em três: 1) mulheres solteiras, por volta de 32 a 35 anos, sem perspectivas de um relacionamento estável; 2) mulheres que poderiam engravidar naturalmente, mas decidem adiar os planos por questões profissionais; 3) pacientes oncológicas que irão passar por tratamentos capazes de causar menopausa precoce, como quimioterapia. Há três anos, a servidora pública Carolina Adaid Fontes viu que se encaixava perfeitamente no primeiro grupo. Não pensava em investir num relacionamento sério, mas não abria mão do sonho de ser mãe - num futuro que, à época, era distante. "Sabia que era o momento de realizar o procedimento", diz ela, que se mostra feliz com a escolha (confira ao longo da reportagem o relato de mulheres que optaram pelo congelamento de óvulos). "Sei que ainda posso esperar alguns anos para ter filhos. Antes disso, tenho muitos projetos pessoais e profissionais para realizar."

O ginecologista e obstetra Francisco de Assis Pereira, da clínica LifeSearch, diz que não há qualquer discussão ética a respeito de um possível descarte do material congelado:
O ginecologista e obstetra Francisco de Assis Pereira, da clínica LifeSearch, diz que não há qualquer discussão ética a respeito de um possível descarte do material congelado: "O óvulo pertence à paciente e ela pode decidir, em qualquer momento, se ele será descartado, levado para pesquisa ou mesmo doado para outra mulher, respeitando as exigências legais" (foto: João Avelino/Divulgação)
A questão de como a idade interfere na fertilidade é explicada pela biologia. Embora o homem saudável produza praticamente a mesma taxa de espermatozoides ao longo de toda a vida, para as mulheres a realidade é bem diferente. Por volta dos 30 anos, a maioria das mulheres já perdeu quase 90% de seus óvulos. Elas já nascem com um número fixo de óvulos que varia de acordo com cada organismo e diminui com o avanço da idade. "Ao nascer a mulher tem entre 1 e 2 milhões de óvulos", diz o médico Leonardo Augusto Meyer de Moraes, ginecologista e obstetra da Fertibaby Medicina Reprodutiva. "Mas vai perdendo óvulos ao longo dos anos e chega à puberdade, quando começa a menstruar, com algo entre 300 e 500 mil restantes."

Entre os 40 e 55 anos, quando ocorre a menopausa, o estoque de óvulos acaba. "É possível que uma mulher que irá entrar na menopausa mais tardiamente, ainda esteja com uma boa reserva ovariana aos 40 anos", explica Leonardo. O especialista lembra, no entanto, que a idade máxima ideal para congelar os óvulos é entre 30 e 35 anos. Após esse período ocorre a piora da qualidade oocitária e maior risco de má resposta aos medicamentos utilizados para estimulação ovariana. O procedimento é necessário para realizar uma maior coleta de óvulos. A recomendação é que sejam congelados uma média de 20 óvulos de uma só vez, mas nem sempre é possível obter essa quantidade em um único ciclo. O que não é motivo para desespero, pois a mulher pode realizar quantas coletas de óvulos desejar (veja no quadro o passo a passo do procedimento).
O congelamento de óvulos evoluiu a partir da chegada da vitrificação (técnica desenvolvida na Itália pela equipe da ginecologista Eleonora Porcu). "O método, que já está no Brasil há mais de 12 anos, trouxe a chance de o descongelamento ocorrer perfeitamente em 92% dos casos", diz o médico Bruno Scheffer, especialista em reprodução humana assistida do Instituto Ibrra. A vitrificação permite preservar a qualidade do óvulo. Se a mulher congelou os óvulos aos 26 anos, mas quis ser mãe só aos 40, considera-se a idade do óvulo e não da mulher. O organismo envelhece, eles não. "Congelar óvulos não se trata de ser ou não mãe. Trata-se de se emancipar podendo ser mãe quando e ‘se’ quiser. Sem se prender a idade ou parceiro e sem precisar recorrer a doação", diz Bruno. Esse "quando e se quiser" é uma mudança radical no papel da mulher na sociedade. A empresária Claudianne Ribeiro tinha 34 anos e uma filha de 5 quando começou a pensar em engravidar novamente. A ideia de mais um filho agradava. Mas aquele não era o momento certo. Foram amigas que indicaram o congelamento de óvulos. "Essa chance é libertadora."

Bruno Scheffer, especialista em reprodução humana assistida do Instituto Ibrra, destaca a liberdade que o congelamento proporciona à mulher:
Bruno Scheffer, especialista em reprodução humana assistida do Instituto Ibrra, destaca a liberdade que o congelamento proporciona à mulher: "Não se trata de ser ou não mãe. Trata-se de se emancipar, podendo ser mãe quando e se quiser" (foto: Gui Barros/Divulgação)
A ciência permite que os limites humanos sejam ultrapassados, tornando possível adiar a maternidade, mas é preciso que haja um planejamento reprodutivo consciente. "Em uma análise de pacientes submetidas a tratamentos de fertilização in vitro nos EUA, a taxa de aborto aumentou progressivamente com a idade, de 13% em mulheres com menos de 35 anos para 54% em mulheres com 44 anos ou mais", diz obstetra e ginecologista Rívia Mara Lamaita, coordenadora do Centro de Reprodução Humana da Rede Mater Dei de Saúde. Recomenda-se, portanto, que a mulher discuta com seu médico a idade ideal para uma primeira gestação e o número de filhos que pretende ter. Se a ideia é ter mais de um filho, o ideal é programar a primeira gestação para antes dos 35 anos de idade. "E não adiar gestações para além de 42 anos, quando os riscos podem superar os benefícios", afirma a médica. Mesmo o óvulo sendo mais jovem, o organismo tem de estar bem como um todo para gerar uma criança. E quanto mais as mulheres envelhecem, mais riscos de surgirem complicações, como hipertensão arterial e diabetes mellitus.

Uma dúvida que surge entre quem pensa em congelar os óvulos é se há alguma discussão ética sobre um possível descarte do material, seja após o procedimento seja em caso de se desistir da gestação. Não há. O óvulo é um gameta, não um embrião, portanto não pode ser entendido como uma vida. "O óvulo pertence à paciente e ela pode decidir, em qualquer momento, se ele será descartado, levado para pesquisa ou mesmo doado para outra mulher, respeitando as exigências legais", diz o ginecologista e obstetra Francisco de Assis Pereira, que dirige a clínica LifeSearch ao lado das também especialistas em reprodução humana Cláudia Navarro Lemos, Maria das Graças Camargos e Ines Katerina Cruzeiro.

O ginecologista e obstetra João Pedro Junqueira, especialista em medicina reprodutiva da Pró-Criar:
O ginecologista e obstetra João Pedro Junqueira, especialista em medicina reprodutiva da Pró-Criar: "Não existe nenhum exame que determine a qualidade do óvulo. O que determina a idade do óvulo e a probabilidade de engravidar é a idade que a paciente tem quando decide congelar" (foto: Leonardo Horta/Divulgação)
Os especialistas são unânimes: o congelamento de óvulos é uma possibilidade de gravidez futura e não a garantia de um filho. As chances não são 100%. Uma vez congelados, os óvulos terão de ser descongelados, fertilizados com o espermatozoide no laboratório pela técnica de injeção intracitoplasmática (ICSI), para então originar os embriões que serão transferidos para o útero cujo endométrio foi devidamente preparado. Esse embrião ainda deverá ser implantado e se desenvolver dentro do útero. "Não existe nenhum exame que determine a qualidade do óvulo. O que determina a idade do óvulo e a probabilidade de engravidar é a idade que a paciente tem quando decide congelar", diz o ginecologista e obstetra João Pedro Junqueira, especialista em medicina reprodutiva da Pró-Criar. Em média, são necessários de 8 a 10 óvulos para alcançar 1 a 2 embriões no laboratório. Se a paciente tiver até 35 anos a chance de eles vingarem é de 50%. Se não engravidar, precisará de mais óvulos. "Por isso, quanto mais for congelado, melhor", diz o obstetra. A bancária Jakeline Mendonça, que congelou seus óvulos em 2016, quando foi diagnosticada com câncer de mama, conta que passou pelo drama de uma tentativa frustrada. Em fevereiro do ano passado, implantou apenas um embrião, que não vingou. Oito meses depois, em outubro, passou pelo procedimento novamente. "Decidimos tentar com dois embriões e engravidei de um casal", conta, com um sorriso no rosto.

Para Leonardo Augusto Meyer de Moraes, ginecologista e obstetra da Fertibaby Medicina Reprodutiva, a idade máxima ideal para congelar os óvulos é entre 30 e 35 anos, mas ele faz uma ressalva:
Para Leonardo Augusto Meyer de Moraes, ginecologista e obstetra da Fertibaby Medicina Reprodutiva, a idade máxima ideal para congelar os óvulos é entre 30 e 35 anos, mas ele faz uma ressalva: "É possível que uma mulher que irá entrar na menopausa mais tardiamente ainda esteja com uma boa reserva ovariana aos 40 anos" (foto: Jean Assis/Divulgação)
O procedimento tem um custo médio de 15 mil reais - mais 1 mil reais por ano, aproximadamente, para a manutenção do material coletado. Logo após a primeira consulta é realizado exame para verificar a reserva ovariana da mulher. Só então é feita a estimulação com hormônio pelo período de até quinze dias. "O crescimento é acompanhado via ultrassom até chegar ao ponto de colher para congelar em nitrogênio, a menos 196 graus", explica o ginecologista e obstetra Selmo Geber, sócio da clínica Origen. "Tecnicamente, o óvulo pode ficar congelado por tempo indeterminado." Especialista em fertilização in vitro e embriologia, Selmo é, ele mesmo, prova de que o congelamento pode realizar sonhos, mesmo aqueles que você nem imagina que terá. Seu terceiro filho veio ao mundo por meio de fertilização in vitro, 20 anos depois de ele ter feito vasectomia. "E foi com óvulos congelados da minha esposa."

Presente inesperado

(foto: Uarlen Valério/Encontro)
(foto: Uarlen Valério/Encontro)
Aos 41 anos de idade e grávida de gêmeos, a bancária Jakeline Mendonça é só alegria. Diagnosticada com câncer de mama, em 2016, não desistiu do sonho de ser mãe. Natural de Teresina, no Piauí, mora há 13 anos em Belo Horizonte, onde conheceu o marido. "Passei em um concurso e acabei aterrissando aqui", brinca ela. Suas armas para vencer a doença sempre foram o bom-humor, o otimismo e a fé. À época, ela vivia uma das melhores fases da sua vida. Havia acabado de se casar, fez sua primeira viagem ao exterior e tinha sido promovida no trabalho. "A notícia abalou a todos, mas decidi que não ia morrer por causa da doença." Antes de realizar o tratamento de quimioterapia, optou pelo congelamento de óvulos. "O médico me disse que eu poderia ficar estéril e o melhor era prevenir." Em fevereiro do ano passado, decidiu realizar a primeira tentativa para engravidar. Dos 21 óvulos colhidos, 12 foram descongelados e, destes, seis estavam maduros. Apenas um embrião foi implantado, mas não vingou. Certa de que ainda lhe restavam cinco embriões, não perdeu a esperança. Oito meses depois, em outubro, tentou novamente. "Dessa vez, decidimos implantar dois embriões pois as chances de serem gerados gêmeos eram de apenas 20%. Surpreendentemente, engravidei de um casal." Com a boa notícia, ela e o marido, o bancário Fábio Penna, agora aguardam o término da reforma do apartamento onde moram e a chegada dos filhos para celebrar.

Sem medo de arriscar

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
A servidora pública Carolina Adaid Fontes, de 37 anos, sempre foi avessa a planos de casamento. Filha de pais separados e criada pela mãe, desde pequena decidiu que não era preciso ter um relacionamento estável para ter filhos. Por outro lado, também não abria mão do sonho de ser mãe. Encontrou no congelamento de óvulos a solução para seu dilema. "Quando fiz 34 anos sabia que era o momento certo de realizar o procedimento." Dos 50 óvulos colhidos - número bem acima da média -, 31 foram congelados. Na mesma época, ela conheceu o atual namorado, que a fez repensar suas questões acerca do casamento. Três anos depois, afirma que continua feliz com a escolha de congelar os óvulos. "É uma liberdade sem tamanho. Sei que ainda posso esperar alguns anos para ter filhos. Antes disso, tenho muitos projetos pessoais e profissionais para realizar."

Família em primeiro lugar

(foto: Geraldo Goulart/Encontro)
(foto: Geraldo Goulart/Encontro)
Em 2018, quando soube que tinha câncer de mama, aos 38 anos de idade, a modelo Mariana Hamacek não perdeu a vontade de ser mãe. Seguindo a intuição e tendo a certeza de que a doença não iria lhe tirar a vida, decidiu viajar com a família e, logo ao retornar para Belo Horizonte, congelar os óvulos. "Eu nem imaginava que isso pudesse acontecer comigo. Tinha ficado dois anos sem fazer exames preventivos, descobri meio por acaso. Mas Deus tem sido muito bom", afirma. Agressivo, o câncer metastático já havia migrado da sua mama esquerda para a axila. A cirurgia para retirada do nódulo foi um sucesso, mas não tirou a necessidade da quimioterapia. "Perdi meu cabelo, mas minha única preocupação era a vida." O congelamento dos óvulos, dezenove no total, foi feito doze dias antes do início do tratamento. Ainda solteira e morando com os pais, sabe que o sonho de construir sua própria família foi adiado, mas não abandonado.

Correndo atrás do sonho

(foto: Violeta Andrada/Encontro)
(foto: Violeta Andrada/Encontro)
"Minha mãe me teve aos 40 anos de idade e a minha irmã aos 42, de forma natural", conta a representante comercial Débora Batista Vaz de Lima, de 38. Sem um parceiro fixo e com a intenção de constituir uma família, há dois anos decidiu logo congelar os óvulos. "Acho até que demorei. Não pretendo ter produção independente, mas prefiro me resguardar", diz. Na primeira tentativa, dos 12 óvulos colhidos, apenas três estavam em condições de ser congelados. Um ano depois, aos 37 anos, nova tentativa e o total de 20 óvulos reservados. "Nas duas vezes, os meus exames estavam todos bons. Acredito que o fator emocional também influencia, por isso o sucesso da segunda vez", diz.

Prazer em ser mãe

(foto: Geraldo Goulart/Encontro)
(foto: Geraldo Goulart/Encontro)
A empresária Claudianne Ribeiro, de 37 anos, já sabe bem o prazer que é ser mãe. A filha Luíza, de 8 anos, fruto de um relacionamento estável, é uma das suas maiores alegrias. O amor é tanto que ao perceber a corrida do relógio biológico, não quis arriscar. Em 2018, algumas amigas lhe indicaram a técnica de congelamento de óvulos. "Na época ela tinha 5 anos e fiz para poder ter outro filho no futuro". Dos 22 óvulos colhidos, 18 foram congelados. Para a empresária, poder planejar uma gestação é um benefício que faz toda a diferença. Ainda mais quando o fator idade deixa de ser um empecilho. "Na minha primeira gravidez, planejei, emagreci. Sou muito organizada. A chance de congelar os óvulos é libertadora."

Entenda como funciona a reprodução assistida

  • O primeiro passo é se reunir com o especialista em reprodução humana, que pede exames ginecológicos capazes de indicar a capacidade do ovário em produzir óvulos

  • Se estiver tudo certo com os exames, a aplicação de hormônios para estimular a reserva ovariana é iniciada após a menstruação. O procedimento leva até 15 dias. A partir do quinto dia, o monitoramento é feito por meio de ultrassom para verificar a resposta dos ovários e a produção de folículos

  • A extração é feita com um ultrassom transvaginal e uma agulha acoplada para aspirar o líquido dos folículos contidos no óvulo. A média ideal para congelamento é de 20 óvulos. Quando o número é muito baixo, recomenda-se realizar novo ciclo

  • Os óvulos maduros são separados do líquido e preparados para o processo de vitrificação, técnica de congelamento rápido e eficaz

  • O material é transferido para um tanque com nitrogênio líquido, em temperatura a 196 graus negativos, onde pode ficar armazenados por tempo indeterminado. No Brasil, a escolha de sexo é proibida

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