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Um dos tratamentos desse tipo é o peeling de fenol, um peeling químico profundo feito por quem deseja tratar rugas mais severas. Nele, a substância é aplicada sobre a pele, no intuito de remover parte dela. Quando cicatrizada, o resultado são menos rugas. Segundo a dermatologista Ana Cláudia Brito Soares, presidente da regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Dermatologia, este é um procedimento que deve ser feito em ambiente hospitalar, pois requer acompanhamento médico constante e envolve sedação, e o paciente fica algumas horas no local, após a realização da técnica, em recuperação. "É um tratamento que dá bons resultados", explica. Normalmente, é procurado por pacientes com a pele envelhecida por causa da exposição prolongada à luz solar. Por retirar a camada superficial da pele, a recuperação exige que a pessoa não se exponha ao sol de forma alguma por no mínimo uma semana.
Lasers fracionados - como o de CO2 e o chamado 2940 - também são procurados no friozinho, já que exigem ficar alguns dias fora de circulação. Com objetivo de rejuvenescimento, e de melhora no aspecto de cicatrizes de acne, eles podem ser feitos em clínicas, com anestesia tópica. Contudo, também podem gerar inchaço, a pele descama bastante e fica bem marcada durante a recuperação. "Lida-se melhor com esse desconforto em dias mais frios", explica Ana Cláudia. "E a partir do momento em que o paciente pode sair de casa, a oportunidade de se expor ao sol é menor no inverno, o que também é uma vantagem", completa.
No caso da luz pulsada, que trata melanoses (manchas escuras causadas por anos de exposição ao sol), sardas e rosácea, a exposição ao sol é vetada durante o tratamento. O procedimento pode ser feito não apenas no rosto, mas também no dorso das mãos e no braço, onde costuma haver essas manchas marrons que dão aparência envelhecida à pele. Segundo a dermatologista Letícia Pires, a luz pulsada geralmente não causa descamação da pele, mas, onde há melanose, costuma-se formar uma crosta. "Parece que a pele piorou antes de melhorar. Mas é apenas parte do processo", diz. Ela ressalta ainda que os cuidados após a recuperação, como em qualquer outro tratamento, são essenciais para que se obtenha o melhor resultado. "A quantidade de sessões e o resultado dependem da pessoa - em termos de genética, do quanto de sol a que se expôs ao longo da vida etc. - e dos cuidados que ela tem no dia a dia", diz.
A babá Vilma Cristina Oliveira fez três sessões de luz pulsada, associada a microagulhamento (técnica em que são feitas microperfurações na pele), para tirar melanoses dos braços e das mãos. "Essas manchas davam um aspecto que não condiz com minha idade e me incomodavam muito", diz. Ela começou o tratamento no início do ano e fez a última sessão em junho. "Quis me adiantar e comecei ainda no verão, mas passei calor usando mangas compridas e luvas. A época ideal é realmente o inverno, quando é mais apropriado usar um casaco, ainda que mais leve", afirma. "O resultado me agradou muito, e estou mais consciente quanto a ter de fugir do sol", completa.
O dermatologista Alexandre Lima lembra que nenhum desses procedimentos é contraindicado em outras épocas do ano. "É mais prático fazer esses tratamentos no inverno, mas não imprescindível", afirma. Ele ressalta, ainda, a importância de se evitar o sol e se proteger dele independentemente da estação, pois a luz solar é responsável por 90% do envelhecimento da pele e aparecimento de manchas. "É importante se prevenir com uso de protetor solar sempre. Há também a opção de ácidos para retardar o envelhecimento da pele e outros tratamentos focados na prevenção. Sempre com acompanhamento de um profissional", afirma.
*Publicado originalmente em 19/07/2018