Faculdade de Direito Milton Campos prevê vila educacional jurídica para 2022

Prestes a completar meio século de história, a Faculdade Milton Campos entra em uma nova fase. Recém adquirida pelo Grupo Ânima, a instituição sediada em Nova Lima, promete para o próximo ano a entrega de uma vila educacional jurídica para os cerca de seus 900 estudantes. Chamado de Law Village, o espaço irá oferecer simulações práticas e aulas abertas em parceria com a Escola Brasileira de Direito (Ebradi). De acordo com João Batista Antunes de Carvalho, presidente da instituição, a novidade irá preencher uma lacuna histórica em cursos de direito no país. "Vamos unir teoria à prática, a partir de ambientes onde os alunos poderão simular atividades do direito. Haverá ainda salas imitando tribunais, gabinetes de promotores e de juízes, além de escritórios de advocacia", diz. Conforme João Batista, os estudantes terão acesso também a processos eletrônicos de domínio público. A previsão é que o novo espaço fique pronto no primeiro semestre de 2022. "Com a proposta de um ensino de Direito único no Brasil, o Law Village será um espaço inovador para estudo, com simulações práticas, aulas abertas e as melhores parcerias dentro e fora do ‘Ecossistema Ânima’", diz Tatiane Puiati, diretora executiva da Ebradi e da vertical de Ciências Jurídicas da Anima.

As coisas andam bem mudadas pelos lados da instituição especializada em direito. Depois de quase cinco anos de namoro, o Grupo Ânima adquiriu a Milton em maio por 57 milhões de reais. As negociações envolveram pelo menos 24 famílias, antigas proprietárias da instituição, que concordaram totalmente com a venda. Criada por professores da UFMG, a faculdade agora se junta a outras 17 instituições de ensino superior que fazem parte do grupo, dentre as quais as mineiras UniBH, UNA e Faseh. "A ideia é manter toda a tradição da Milton Campos e somar com a expertise de gestão educacional que a Ânima oferece", afirma João Batista, que antes de presidir a instituição era o diretor jurídico do grupo desde o seu surgimento, em 2003. Ele lembra ainda que a Milton Campos, que completa 50 anos em janeiro próximo, é a melhor faculdade de direito privada do estado e a quinta do país, de acordo com o ranking da OAB.

Pelo menos 35 mil alunos de direito estudam em escolas do grupo Ânima que, segundo João Batista, são autônomas. "Cada uma tem seu perfil. A Milton sempre foi focada em direito, ao contrário da UNA e UniBH, por exemplo, que oferecem um leque maior de cursos", diz. Esse cenário vai possibilitar, revela o presidente, a realização de eventos competitivos interestaduais entre alunos de direito do Ânima. Os estudantes poderão também fazer disciplinas em outras faculdades que têm o selo do grupo.

Tereza Mafra, filha de Arthur Mafra, um dos fundadores da escola, segue como diretora da faculdade. Entusiasmada com a nova fase da instituição, ela diz que os sócios escolheram o Ânima para dar continuidade ao legado de tradição e qualidade de ensino da Milton. "Será um salto para o futuro, para alcançarmos patamares ainda maiores", afirma. "Os alunos atuais e os que ainda estão por vir têm muito a ganhar com essa nova etapa da Milton."