Aberto o reinado de Momo

Era quase meia-noite de sábado e o movimento na Avenida Brasil entre as ruas Álvares Maciel e Padre Marinho e a fila na porta do Granfino’s pareciam não ter fim. Atores, técnicos e público em geral se espremiam ali para curtir mais uma edição do Baile dos Artistas. A lentidão tinha mais um motivo: como não há muitos recursos financeiros para a produção do evento de forma a evitar a falsificação de ingressos, os bilhetes só são vendidos na hora do baile. Mas, a uma semana do carnaval, os foliões queriam mesmo era diversão.

Marchinhas e troca de faixas

O baile não existiria não fosse o entusiasmo de Claide Gosling. E a memória da criadora da festa, que abre oficialmente o carnaval de Belo Horizonte, foi lembrada pouco antes da troca de faixas entre a rainha e princesas do ano passado, com as atrizes que começarão o reinado naquela noite. Elvécio Guimarães e Wilma Henriques foram os convidados especiais do baile.

Para justificar tantos anos na programação momesca da cidade, animação é o que não falta no baile. Paizinho do Cavaco e banda fizeram seis horas de show, apresentando um repertório variado e rico. Das marchinhas tradicionais aos sambas-enredo dos anos 1970, 1980 e 1990, sem esquecer o frevo, as marchas-rancho, nada escapou do grupo formado por 21 músicos – quatro cantores, uma cantora e instrumentistas. “Nossa ideia é reviver um carnaval que é difícil de ser encontrado nos dias de hoje, quando só o axé e outros ritmos têm vez”, observa Paizinho do Cavaco.

O Rei Momo e suas princesas passaram pelo local para abençoar a folia. Diversão, alegria e respeito ao próximo foi o decreto de Sua Majestade. O público, entre fantasiados solidários, casais e blocos, só voltou para casa quase às cinco da manhã. “Eles não queriam arredar o pé do salão”, contou Paizinho do Cavaco, que este ano vai acompanhar os desfiles das escolas e blocos da cidade.