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Estado de Minas INDúSTRIA

Fábrica da Fiat em Betim receberá aporte de R$ 8,5 bilhões

Com isso, a unidade mineira vai produzir motores mais modernos


postado em 23/05/2019 15:05 / atualizado em 23/05/2019 15:21

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
A unidade industrial da Fiat, em Betim, vai receber a mais nova fábrica de motores GSE (gasoline small engine) Turbo da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) no mundo. A decisão de localizar em Minas Gerais a nova unidade de produção foi anunciada ontem (22/5) pelo CEO mundial da FCA, Mike Manley, e pelo presidente/COO do grupo para a América Latina, Antonio Filosa, durante solenidade que contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema e do chairman da FCA, John Elkann, neto de Giovanni Agnelli, fundador da Fiat.

A FCA e seus fornecedores vão investir R$ 500 milhões para instalar a nova unidade de motores flex, que operam simultaneamente com etanol e gasolina. Esse aporte amplia para R$ 8,5 bilhões os investimentos programados pela FCA e fornecedores para o Polo de Betim até 2024 - o que representa o maior investimento da FCA em Betim desde a inauguração da fábrica, em 1976. Entre 2018 e 2024, a FCA e fornecedores planejam investir de R$ 16 bilhões no Brasil - o maior do grupo e seus fornecedores no país em todos os tempos, disse Manley.

A nova fábrica de motores vai gerar 1,2 mil empregos adicionais, entre FCA e fornecedores, e transformará Betim no maior polo produtor de motores e transmissões da América Latina, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano a partir de 2020 (data de início da produção dos turbos). A nova unidade terá capacidade inicial de 100 mil propulsores turbolimentados por ano, mas já nasce preparada para e expandir esse volume, acrescentou.

Os novos investimentos ampliam também a capacidade exportadora do Polo Automotivo Fiat, que já tem contratado o embarque de mais de 400 mil motores até 2022. O destino inclui vários mercados, principalmente o europeu.

A nova família de motores turbo a serem produzidos em Betim é formada pelos já conhecidos na Europa GSE T3 e T4 e o inédito E4, de patente desenvolvida no Brasil, com tecnologia turbo voltada apenas à combustão de etanol.

A FCA programa 25 lançamentos até 2024, entre novos modelos, atualizações de veículos em linha e séries especiais. Em Betim, está planejada a produção três novos modelos a partir de 2020. Dois deles marcam a entrada da Fiat no segmento de SUVs, que é o que mais cresce no mercado brasileiro, destacou Filosa.

Na cerimônia de anúncio do investimento na nova fábrica de motores, a FCA e o governo de Minas Gerais assinaram acordos de cooperação para um programa voltado à educação e capacitação em Engenharia Automotiva. O plano inclui programas de escopo, profundidade e duração variados - desde experiências introdutórias às práticas em Engenharia Automotiva até programas de residência tecnológica e pesquisa aprofundada para mestrandos e doutorandos.

O governador Romeu Zema, ao discursar, revelou sua intenção de criar incentivos que reduzam os preços de carros que utilizam gás como combustível. A ideia, ainda não oficial, é isentar esses carros do pagamento de IPVA. No evento foi assinado termo de cooperação técnica entre a FCA e a Gasmig - concessionária de distribuição de gás natural do Estado de Minas Gerais - para a promoção e incentivo ao uso do GNV e biometano como combustível veicular. A Fiat conta em sua gama com o Grand Siena GNV, veículo que sai de fábrica preparado para a utilização do gás natural como combustível.

Motores turbo de três e quatro cilindros

A nova planta produzirá os motores GSE Turbo de três e quatro cilindros, batizados de T3 e T4, que se destinam a equipar o topo da gama de veículos atual e futura da FCA. Esses propulsores vêm completar a família Firefly, lançada em 2016. Os motores T3 e T4 têm as mesmas cilindradas dos motores Firefly N3 e N4, mas ganham versatilidade e potência graças à sobrealimentação, explicou Aldo Marangoni, diretor de Powertrain da FCA para a América Latina.

Com a chegada dos motores GSE Turbo, a FCA passa a ter uma das maiores gamas de propulsores na América Latina. Em Betim (MG) são produzidos os motores Fire 1.0 flex e 1.4 gasolina e flex, Firefly 1.0 flex e 1.3 gasolina e flex, além da nova família GSE Turbo, flex e gasolina. A planta de Campo Largo (PR) vai continuar a produzir os motores E.torQ 1.6 (gasolina, exportação) e 1.8, nas configurações gasolina e flex, afirmou Filosa.

Com a de decisão de integrar motores turbinados, a FCA deverá elevar a competitividade de seus carros. Essa solução vem sendo adotada já há algum tempo por seus principais concorrentes que, em decorrência, aumentaram sua participação no mercado, rebaixando a posição da marca italiana no ranking nacional em vendas.

Melhor consumo para motores a etanol

A chegada dos motores GSE Turbo será a base para acelerar o desenvolvimento de um propulsor, por enquanto chamado de E4, que tem por objetivo melhorar o aproveitamento energético dos motores. A pretensão é reduzir o gap de consumo do etanol em relação à gasolina, que é de 30% atualmente, para obter um motor de alta eficiência energética e baixo impacto ambiental.

Os motores elétricos não fazem parte da pauta de produção da nova fábrica de motores da FCA em Betim, por enquanto.

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