Revista Encontro

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Fina flor do samba

Luciana Coelho
None - Foto: Luciana Coelho

Com um samba diferente, cheio de ritmos, como gafieira, salsa, tambor mineiro e até mesmo o batuque do axé, a cantora e compositora Aline Calixto conquista espaço na música popular brasileira. Intérprete de palco, como ela mesma se define, a sambista se entrega à música de “corpo e alma”. De voz intensa, seu timbre é comparado, por muitos críticos, a grandes artistas brasileiros como Clara Nunes, Milton Nascimento e João Bosco.

 

A mineira "meio carioca" – Aline nasceu no Rio de Janeiro e mudou-se para Belo Horizonte aos seis anos de idade – sempre gostou do samba. Ela conta que essa ligação começou muito cedo; sempre esteve em contato com a música. A década de 1990 foi especial para ela, já que seu pai tinha um bar na capital mineira e lá era um ambiente de ritmos variados.  “O samba sempre me tocou mais, talvez pela questão percussiva, já que sempre gostei de percussão, que é o coração pulsante desse ritmo”, diz a cantora.

 

Aline é formada em geografia pela Universidade Federal de Viçosa e chegou até a lecionar por algum tempo. A incursão no samba começou no início do curso, quando ela e alguns amigos se reuniam em pequenas rodas de samba, em um bar de Viçosa. O povo gostou, e o que antes era um encontro para 20 pessoas, chegou a lotar a rua onde ficava o estabelecimento. “Era um trabalho informal, a gente estudava e fazia o que gostava.

O negócio foi tomando outros rumos e em 2007 deixei o magistério de lado e me dediquei exclusivamente à música, porque o samba é minha vida”, conta Aline.

 

Aline Calixto é a nova promessa do samba
 

 

O ano de 2007 foi o marco para a cantora, que fez seu primeiro grande show em BH, dentro do projeto A fina flor do samba, que contou com participação especial dos cantores e compositores cariocas Nelson Sargento, Luiz Carlos da Vila e Monarco. Aline explica que cantar ao lado desses artistas lhe deu mais convicção para seguir o caminho da música. A sua entrada nas rodas de samba cariocas, segundo Aline, deixou os músicos um pouco “ressabiados”. Mas a mineira foi bem recebida e mostrou seu talento. Com sua voz marcante e a bela interpretação, venceu o festival Novos bambas do velho samba, no bar Carioca da Gema, no Rio de Janeiro. Em seguida, fechou contrato com uma grande gravadora que resultou no segundo álbum: Flor morena.

 

Outra surpresa aconteceu em 2009, quando ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos da Arte (APCA), como o melhor Disco do Ano. “Eu não esperava por essa premiação. Fiquei um pouco assustada, por estar começando, mas depois veio alegria total pela crítica e o público reconhecer isso”, exalta Aline Calixto. O curioso é que ela nunca fez aula de canto. “Participei do coral da faculdade por três anos e isso contribuiu muito para me ensinar a cantar em grupo, que é super complicado”, conta.

 

Tema da personagem Dagmar, interpretada pela atriz Cris Viana, na novela Fina Estampa, da Rede Globo, a música Flor morena caiu no gosto do povo. Presente dos compositores Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Júnior Dom, a música é uma homenagem feita à filha do Zeca. “É uma música muito bonita e fui incumbida de cantá-la, o que é uma grande honra. Ainda mais depois que ela entrou para a trilha da novela, sendo apresentada a todo Brasil”.

 

Clique aqui e veja a programação do show que ela fará dia 23/03.

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