Conforme a análise da Seapa – que tem por base os dados do IBGE –, Coromandel concentra a produção do Alto Paranaíba, embora há dois anos o município não fosse citado entre os produtores de expressão. Os agricultores intensificaram o plantio de girassol estimulados pelos preços do produto: a cotação média do quilo varia atualmente de R$ 0,97 a R$ 0,99, pois a referência é o preço da soja. Além disso, o escoamento da produção é facilitado pela proximidade das indústrias de óleo, localizadas principalmente na região do Triângulo Mineiro.
Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, a atuação das empresas no Triângulo, além de facilitar o escoamento da produção do Alto Paranaíba, estimula a atividade na própria região. Segundo colocado no ranking estadual do girassol, o Triângulo tem lavouras espalhadas em 1,3 mil hectares, apresentando nesta safra uma produção estimada de 2,6 mil toneladas. ”O volume é de 35,6% superior ao registrado no período anterior, consequência principalmente de um rendimento muito expressivo (26,8%)”, explica Albanez.
O gerente regional da Emater-MG em Uberlândia, Milton Flávio Nunes, também ressalta a importância da atuação das indústrias. “O município conta com quatro grandes empresas de produção de óleo vegetal, e distantes até 200 quilômetros foram instaladas outras indústrias que também concorrem na aquisição de girassol, milho e soja”, observa.
Além da assistência oferecida pela Emater, os agricultores contam também com o apoio das empresas, que procuram assegurar a obtenção de produtos de alta qualidade para a fabricação do óleo. De acordo com Nunes, os agricultores apostam também nos lucros que obterão por meio das vendas às integrações de produtores constituídas para atender às grandes indústrias avícolas.
Enriquecimento do solo
O Centro-Oeste, embora com pequena representação na safra total de girassol do Estado, também está aumentando a sua participação. Depois da colheita da soja, na chamada safrinha, os agricultores plantam o girassol para aproveitar o nitrogênio incorporado por aquela leguminosa. No outro estágio, o girassol devolverá matéria orgânica para o desenvolvimento do milho que será plantado.
“Trata-se de uma boa troca (rotação de cultura), que possibilita lucros com a soja, o girassol e o milho, além de reduzir a despesa com a compra de adubos”, enfatiza Estêvão Henrique Costa Caetano, que administra com o pai, Guarim Alfredo Carvalho, uma plantação de 130 hectares na Fazenda Mangabeira, localizada em Luz. Estêvão lembra que, no ano passado, o girassol alcançou a cotação de R$ 1,40 o quilo na melhor fase do mercado da soja. Desde o início de abril o preço variou de R$ 0,75 a R$ 0,90 na região.
Em 2012, nos 80 hectares de girassol da Fazenda Mangabeira, a produtividade alcançada foi de 150 sacos por hectare e toda a produção seguiu para a Petrobras. Neste ano, em uma área cerca de 62% maior, a produtividade estimada é de 160 sacos por hectare, conforme a avaliação de Guarim.
No caso do milho, que no ano passado foi plantado em 200 hectares, parte da produção foi utilizada como silagem na fazenda e outra parte foi vendida para ajudar nas despesas da propriedade. Pai e filho acreditam que, na safra 2012/2013, a rotação girassol/milho vai continuar reforçando a receita da propriedade..