Para se tornar um cão-guia, o animal precisa passar por uma seleção genética, onde é avaliada a capacidade da raça de se adaptar a diferentes situações, além, claro, de sua personalidade, que não pode ser agressiva. O professor Fernando Bretas, do departamento de medicina veterinária preventiva da UFMG, explica que os cães devem ter como principal característica o temperamento mais tranquilo: "Ele não pode ser agressivo com pessoas, o que exclui os cães de guarda. Não podem também ser muito pequenos, já que o porte mais avantajado serve de proteção ao portador de deficiência. As duas raças mais indicadas são o labrador e o golden retriever".
Após a seleção, é iniciada a fase de socialização do animal, ou seja, o treinador ou a família voluntária cuida do cão até ele completar um ano de idade. Em seguida, é realizado um treinamento especifico, que dura aproximadamente sete meses, onde são ensinadas situações que ele poderá encontrar no dia a dia, como desviar de obstáculos, identificar entrada e saída de estabelecimentos e conseguir se concentrar mesmo com muito barulho e movimento.
Embora o Brasil possua cerca de 530 mil pessoas com deficiência total de visão, o número de cães-guia é bastante reduzido, chegando a apenas 60 animais. "O processo de treinamento é muito caro e são poucos os lugares no mundo que fazem isso.
O deficiente visual que quer possuir um cão-guia precisa preencher alguns requisitos, como comprovar sua cegueira, possuir boa saúde física e mental, além de ter condições de alojar adequadamente o animal..