De acordo com o professor Fernando Bretas, do departamento de clínica e cirurgia veterinárias da UFMG, todos os animais possuem três tipos de cones – estruturas responsáveis pela visão colorida –, que proporciona a percepção de cada tipo de luz responsável pela formação da imagem, ou seja, azul, verde e vermelha. Ainda segundo o professor, os três cones juntos são responsáveis pela tonalidade final da imagem e, nos cães e gatos, não existe a percepção da luz verde, bem como suas variantes. Por isso esses animais têm uma visão mais restrita do espectro de cores, tornando-o mais desbotado se comparado ao dos humanos.
Apesar de os animais de estimação captarem imagens com pouca definição, com menos matizes e precisão que os humanos, tanto o olfato quanto a audição são um diferencial, ajudam na percepção das coisas que acontecem ao redor. "Eles possuem uma visão noturna muitas vezes melhor que a do homem. Estima-se que o gato tenha uma capacidade de enxergar até 300 vezes melhor que a gente, com pouca luz”, explica Bretas.
Limitações
"A sensibilidade ao movimento não é mais acentuada que a dos humanos.
A visão lateral, ou seja, capacidade de perceber movimento nas regiões periféricas dos olhos, varia de acordo com a espécie, e está relacionada ao hábito alimentar do animal. As presas têm ótima visão monocular, o que permite uma percepção de quase 360º. O cavalo, por exemplo, tem apenas 2% de área cega na periferia dos olhos. Já os predadores, que têm olhos localizados na região central da cara, o campo de visão binocular é maior, ou seja, enxerga, melhor o que acontece à sua frente, mas têm menor capacidade de perceber objetos nos cantos dos olhos.
Os animais domésticos, e com descendência de predatores, os cães e os gatos, possuem, então, uma ótima visão binocular. Essa limitação visual, no entanto, não é um problema, já que os animais a compensam de outras formas, como, por exemplo, enxergar bem na penumbra e serem capazes de diferenciar tonalidades de cinza.
Cuidados
É precido tomar cuidado com os animais de estimação, que também são propensos a doenças oftalmológicas. O professor e médico veterinário diz que um dos problemas mais comuns são as alterações de córnea, devido a traumatismo. "As doenças mais comuns são glaucoma, causada pela lesão do nervo óptico, catarata, que causa opacidade do cristalino, e uveíte, que é uma inflamação intraocular".
“Em relação ao tratamento clínico, estamos quase equiparados ao que é feito aos humanos. Na parte cirúrgica ainda existe alguma dificuldade por falta de equipamentos.