Para o vereador, nenhum animal deve ser utilizado para divertimento do homem. “Temos de rever nossos conceitos, pois já se sabe que eles não agem apenas por instinto, são dotados de sentimentos e inteligência”, ressalta. Para Mattos, a maioria dos zoológicos apenas confina os animais em celas minúsculas, gerando ainda um processo antipedagógico para a população. “Existem animais que morrem em pouco tempo de confinamento, e aquela área deveria servir para recuperação dos animais”, finaliza.
A arquiteta Cristina Saviotte-Wood, de 33 anos, defende o projeto do vereador. “Não há como negar que esses espaços têm servido como locais educativos e de pesquisa. No entanto, acredito que as pessoas poderiam observar a vida selvagem na própria natureza, em locais protegidos, de preferência conhecendo a fauna local em parques nacionais próximos”, analisa. “Além do mais, muitos animais que vivem em zoológicos perderam suas habilidades, tendo seus hábitos selvagens alterados. Portanto, o zoológico não é o melhor lugar para se observar o comportamento animal”, conclui.
Fundado em 1959, originalmente projetado para receber um Golf Club, o Jardim Zoológico de BH ocupa uma área de 1,75 milhão m², sendo sua maior parte composta por cerrado preservado – a segunda maior área verde de BH, atrás apenas do parque das Mangabeiras. Juntamente com o Jardim Botânico, é administrado pela Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte, fundada em 1991 e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), como parte do Conjunto Arquitetônico e Urbanístico da Pampulha. Recebe 1,3 milhão de pessoas por ano e, aos domingos, cerca de 20 mil.
Com a mudança, os animais só têm a ganhar, mas, procurada por Encontro, a direção do Jardim Zoológico não comentou o PL. Resta saber se, além dos leitores, eles também terão de esperar por uma resposta por muito tempo.
Medidas que devem ser tomadas caso o PL 87/13 seja aprovado:
- Proibir espaços que tenham o único objetivo de ser “vitrines” de animais
- Tratar animais silvestres apreendidos por órgãos ambientais e reinseri-los em seu hábitat
- Propiciar a reprodução em cativeiro das espécies ameaçadas de extinção
- Desenvolver estudos, pesquisas e programas educacionais relacionados à conservação da diversidade biológica
Saiba mais:
Endereço: av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000
Funcionamento: terça-feira a domingo das 8h30 às 16h
Entrada: R$ 2 por visitante (terças a sábado) e R$ 4 (domingos e feriados)
Taxa de entrada para veículos (até nove passageiros): R$ 5 de terça a sábado e R$ 7 aos domingos e feriados. Exceção para ônibus de escolas públicas, de entidades de assistência social e de filantropia