Com investimento de cerca de R$ 10 milhões, o projeto prevê melhorias em 20 trechos de ruas da região, privilegiando o conforto e a segurança dos pedestres, já que cerca de 300 mil pessoas circulam pelo bairro diariamente. As obras devem começar ainda em 2014 e terão duração aproximada de 16 meses, mas já estão sendo programadas para evitar problemas como os que ocorreram na região da Savassi, onde muitos comerciantes fecharam as portas cdevido à queda nas vendas.
Estão previstas a restauração das calçadas e adequação às normas de acessibilidade, criação de travessias elevadas nos cruzamentos de maior fluxo de pedestres, além de melhorias na iluminação, arborização, instalação de bancos para repouso, entre outras mudanças. Fausto Izac, diretor do Conselho CDL Barro Preto, explica que a ideia é dar uma caracterização fashion à região. Até os orelhões e as lixeiras, por exemplo, poderão ter um visual diferenciado.
Lúcio Faria, vice-presidente da Fecomércio e presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos, Vestuário e Armarinho de Belo Horizonte (Sincateva), conta que, há 12 anos, o bairro ganhou placas indicativas de polo da moda, mas depois disso não houve melhorias. Com a revitalização, a expectativa é de um lugar mais atrativo, tanto para os moradores quanto para clientes e lojistas. “Temos uma diversificação muito grande. É um shopping a céu aberto e que tem de ser mais bonito, mexer com a vaidade das pessoas. Com a Copa do Mundo, o Barro Preto será visto como o lugar para o turista comprar roupa, calçados e acessórios”, afirma.
Uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), em setembro, revela que os lojistas estão otimistas com o novo projeto. Foram entrevistados 99 comerciantes, e 92,11% acham que a revitalização irá impactar positivamente as vendas.
Marco Polo Viriato Rolim, proprietário da marca Garotada, confecção infantojuvenil, é um dos lojistas que estão confiantes no projeto. Desde que saiu da Savassi para abrir uma loja no Barro Preto, há 19 anos, viu os negócios prosperarem. “O projeto é um pleito dos empresários do Barro Preto há 14 anos. Recebemos turistas de negócios do Brasil inteiro e precisamos ter um ambiente adequado para recebê-los. A reforma irá trazer uma identidade de moda para a região”, afirma.
Além do visual, a expectativa é de que a revitalização proporcione melhorias na economia da região. Marco Polo não tem dúvidas de que o impacto será positivo para todos os comerciantes.
Jorge de Oliveira Santos, professor de artes plásticas, morador do Barro Preto há 40 anos, conta que tem o costume de andar a pé pelo bairro e percebe que o local precisa de melhorias.
Fernando Rabelo, proprietário das lojas Cláudia Rabelo, confecção de jeans e moda feminina e masculina para atacadistas, está há 20 anos no Barro Preto, onde possui seis lojas. Para Rabelo, a tendência é de que a revitalização traga mais clientes. “Por ter essa fama de polo de moda, aqui é o lugar de comprar roupa para revender. Nossa preocupação é que não ocorra aqui o que houve na Savassi”, resume.
Marcello Faulhaber, secretário municipal de Desenvolvimento, afirma que a prefeitura está adotando medidas para evitar prejuízos. “Vamos chamar as lideranças locais e decidir a logística das obras”, afirma. O fato é que ter um negócio no Barro Preto pode ser muito lucrativo. Especula-se que uma grande loja de departamento que está se instalando no local irá desembolsar R$ 500 mil para ter um ponto na Avenida Augusto de Lima e outros R$ 500 mil para a reforma..