De acordo com Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a garantia é possível porque o sistema elétrico do país adota o modelo hidrotérmico, que possibilita o acionamento das usinas termoelétricas.
“O modelo atual é baseado em uma matemática que determina o acionamento das térmicas nos períodos secos e sempre que houver riscos ao nível dos reservatórios.
Para o presidente da EPE, responsável pelo planejamento energético do país no longo prazo, com os leilões já realizados há energia contratada suficiente para garantir o abastecimento energético do país até 2018: “Nós agora já estamos pensando em leilões que garantam o suprimento para 2019, porque para 2018 o grosso já está garantido”.
Maurício Tolmasquim lembra que nos próximos anos várias usinas estarão em operação, como a Hidroelétrica de Teles Pires – localizada na divisa dos estados do Pará e do Mato Grosso, que está sendo construída ao custo de cerca de R$ 4 bilhões, com capacidade instalada de gerar 1.820 megawatts (MW) –; Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no estado do Pará, a segunda maior hidroelétrica do Brasil, perdendo apenas para Itaipu Binacional, e a terceira maior do mundo, com capacidade de produção 4,571 MW; e a Usina de Angra 3, no litoral sul Fluminense, com investimentos de R$ 12,9 bilhões e capacidade de geração de cerca de 1.350 MW.
Apesar de dois anos de seca consecutivos, o modelo energético brasileiro passou pelo teste sem risco de desabastecimento, como afirma o especialista: “O sistema mostrou que é à prova de períodos secos. No ano passado nós tivemos no nordeste a pior seca dos últimos 50 anos e agora estamos passando janeiro com uma seca muito forte no sudeste. E apesar desses exemplos, por dois anos consecutivos não houve e nem haverá risco de racionamento. Isto significa que nós temos um sistema elétrico bastante seguro e estruturalmente tem sobra de energia”.
Ele destaca ainda o fato de que as chuvas que ocorreram este ano foram em locais onde não se encontram os grandes reservatórios, como no Espírito Santo. “ As precipitações não foram suficientes. No sudeste, por exemplo, agora em janeiro as chuvas estão bem abaixo da média histórica – mais ou menos 54% a 55% da média histórica”..