Revista Encontro

Meio ambiente

Funed comemora nascimento de novas jararacas

Com os 14 novos filhotes, Fundação Ezequiel Dias terá um aumento na produção de soro antiofídico

Talles Cabral - Funed
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) comemora o nascimento de uma ninhada de 14 filhotes de jararacas (Bothrops jararaca).
Essa espécie pode ser encontrada principalmente em regiões de mata atlântica, muito presente no sul e sudeste de Minas Gerais. A mãe da ninhada foi capturada em Pouso Alegre, cidade próxima à fronteira com São Paulo, e chegou à Funed no final do mês de janeiro já prenha.

A Funed possui atualmente 25 jararacas adultas em cativeiro, cujos venenos são matéria-prima para a produção do soro antibotrópico – usado no tratamento de picadas. Elias Martins, técnico em animais peçonhentos da Funed, conta que a jararaca é responde por quase 50% do volume de veneno usado na produção desse soro: “A produção do antibotrópico é resultado da combinação de vários venenos. O da jararaca pintada, por exemplo, corresponde a 12% do soro”.

O problema é que o volume de veneno retirado dessa cobra é de apenas 80 mg, em médio, muito abaixo do que se consegue com outras espécies do gênero Bothrops, que pode chegar a 150mg. “Por isso comemoramos o nascimento dos filhotes”, diz Elias.

Por ano, a Funed produz 100 mil ampolas do soro antibotrópico.
Toda a produção é destinada ao Programa Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde, responsável pela distribuição em todo o território nacional. “A reprodução desses animais em cativeiro é muito importante para garantir a entrega dos produtos e o cumprimento de nossa missão de proteção à saúde”, explica Francisco Antônio Tavares Junior, presidente da Funed.

Apesar de a ninhada ter sido de 14 filhotes, segundo o técnico da Funed, 12 sobreviveram. “Esse animal se reproduz uma vez por ano. Geralmente seu acasalamento ocorre próximo à primavera, e ela pare no verão". Essa é a segunda ninhada deste ano, sendo que a primeira foi da jararaca pintada (Bothrops neuwiedi) – comum na região central do estado –, em meados de janeiro, na qual nasceram sete filhotes.

De acordo com Elias Martins, os filhotes serão, agora, criados em compartimentos separados até a fase adulta, por volta de dois ou três anos, quando já poderão ser incluídos no processo de extração do veneno para produção de soro..