A Funed possui atualmente 25 jararacas adultas em cativeiro, cujos venenos são matéria-prima para a produção do soro antibotrópico – usado no tratamento de picadas. Elias Martins, técnico em animais peçonhentos da Funed, conta que a jararaca é responde por quase 50% do volume de veneno usado na produção desse soro: “A produção do antibotrópico é resultado da combinação de vários venenos. O da jararaca pintada, por exemplo, corresponde a 12% do soro”.
O problema é que o volume de veneno retirado dessa cobra é de apenas 80 mg, em médio, muito abaixo do que se consegue com outras espécies do gênero Bothrops, que pode chegar a 150mg. “Por isso comemoramos o nascimento dos filhotes”, diz Elias.
Por ano, a Funed produz 100 mil ampolas do soro antibotrópico.
Apesar de a ninhada ter sido de 14 filhotes, segundo o técnico da Funed, 12 sobreviveram. “Esse animal se reproduz uma vez por ano. Geralmente seu acasalamento ocorre próximo à primavera, e ela pare no verão". Essa é a segunda ninhada deste ano, sendo que a primeira foi da jararaca pintada (Bothrops neuwiedi) – comum na região central do estado –, em meados de janeiro, na qual nasceram sete filhotes.
De acordo com Elias Martins, os filhotes serão, agora, criados em compartimentos separados até a fase adulta, por volta de dois ou três anos, quando já poderão ser incluídos no processo de extração do veneno para produção de soro..