"Embora a morte de Santiago tenha chocado a todos, eu parei para refletir sobre o assunto e verifiquei que, infelizmente, a gente se depara com um processo de retrocesso que está se acelerando: de violência contra profissionais que atuam naquilo que é essencial para a democracia, ou seja, a liberdade de expressão", explica o parlamentar mineiro, que é médico veterinário. Questionado sobre o projeto de lei que protege apenas os jornalistas, ele esclarece que qualquer crime de agressão é abominável, mas que já está previsto em lei. "Precisamos deixar claro para o Brasil que não apenas repudiamos o crime, mas o fazemos de maneira mais dura quando ele se dá contra o sagrado direito de liberdade de expressão. E quem melhor representa a liberdade de expressão é o profissional de comunicação", diz.
Não apenas o deputado federal está preocupado com a onda de violência contra jornalistas, que já vitimou seis profissionais apenas em 2014. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, acha que o problema da violência contra a imprensa não se restringe às manifestações, ainda que, desde junho do ano passado, quando multidões tomaram as ruas de várias cidades, o número de casos tenha aumentado: "Precisamos de proteção, mas os jornalistas não estão pedindo ações restritivas das liberdades individuai".
Domingos Sávio lembra ainda que em Minas, na região do Vale do Aço, dois jornalistas foram assassinados no exercício da atividade, em março de 2013. "Não existe jornalismo investigativo, de denúncia, que não contrarie um interesse.
Já sobre o crime contra profissionais de imprensa ser taxado de hediondo, o político explica que essa denominação, que pode parecer excessiva, se deve à sua diferenciação com outros tipos de violência: "Quando você cria uma situação mais dura, que é o caso do crime hediondo, não existe redução de pena. Ou seja, não é só uma expressão que foi adicionada, ele tem um efeito concreto".
O PL 7107/14, agora, será apreciado por uma comissão especial, que deve ser criada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e que deve debater também outros projetos que têm o mesmo conteúdo..