Talvez os mais novos não saibam, mas na década de 1980, quem queria se divertir com jogos eletrônicos, numa viagem de férias, tinha de torcer para que o local de destino tivesse fliperamas, ou, então, levar seu console para ser ligado numa televisão. A diversão portátil era quase um sonho. Ela se restringia a alguns sistemas, como o Microvision, que tinha poucos títulos e, devido aos problemas técnicos, parou de ser vendido em 1981; e, a outra opção para os gamers da época, era o famoso Tetris, lançado pelos russos Alexey Pajitnov, Dmitry Pavlovsky e Vadim Gerasimov, em 1984, e que viria a ser o jogo mais vendido de todos os tempos.

Porém, em 1989, a empresa japonesa Nintendo apresenta ao mercado um novo e viciante console portátil: o Game Boy. Era barato – custava cerca de U$ 100 –, tinha tela de cristal líquido em preto e branco e 8 bits de processamento. Ele conseguia alcançar o mesmo poder gráfico do seu "irmão", o console "nintendinho". "O grande diferencial da empresa japonesa sempre foi o design de seus produtos, que são parecidos com brinquedos, e a jogabilidade de seus títulos, voltados para toda a família", explica Marcelo Nery, coordenador do curso de jogos digitais da PUC Minas. "Seus jogos são muito divertidos e acabam criando verdadeiros fãs", completa.

O Game Boy original parou de ser comercializado em 2003, e alcançou a marca de 118,69 milhões de unidades vendidas. Um de seus títulos de sucesso, aliás, foi o Tetris, que, em 1993, juntamente com o portátil da Nintendo, foi o primeiro jogo a sair do planeta Terra: foi levado por astronautas russos para a estação espacial MIR, passando 196 dias no espaço.

Ao longo do tempo, o console ganhou várias modernizações, chegando a ficar mais fino e, o mais importante, ganhou uma tela colorida. É inegável que tenha deixado sua marca no mercado mundial de games. Hoje, seu sucessor, o Nintendo 3DS, ainda tem muito apelo entre os fãs de jogos, especialmente pelos títulos de sucesso como Super Mario Bros., Zelda, Pokémon e Animal Crossing..