Revista Encontro

Comportamento

Mulher não compra lingerie pensando no companheiro, é o que diz pesquisa

Segundo 90% das entrevistadas pela UFMG Consultoria Jr, a principal influência na hora de adquirir calcinha ou sutiã é o conforto

João Paulo Martins
"Alô, polícia! Eu tô usando, um exocet, calcinha!", diz a letra da música Kátia Flávia, do cantor e escritor carioca Fausto Fawcett.
Esse objeto, símbolo de sensualidade, na verdade, se traduz em conforto e bem estar, na opinião das mulheres. Se você achava que sua namorada ou companheira, na hora de comprar uma lingerie, se preocupava com sua opinião, esqueça.

“Elas prezam muito pelo conforto, e só depois se preocupam com o estilo e a cor. A gente achou que iriam preferir a aparência”, explica Cecy Nascimento, estudante de economia e gerente de projetos da UFMG Consultoria Jr. A empresa, formada por estudantes da federal, foi contratada por uma marca de lingerie para que fizessem um estudo de viabilidade econômica em Belo Horizonte. Para tanto, a Consultoria Jr realizou uma pesquisa com 120 belo-horizontinas, de 15 a 60 anos, para saber qual era o perfil de consumo de calcinhas e sutiãs na cidade.

Esse mercado, apesar de não ser tão comentado – ainda mais em Minas, estado considerado conservador –, está em alta. De 2008 para 2012 cresceu 40%, chegando a movimentar R$ 5 bilhões, segundo dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial.
“Quando entrevistamos as consumidoras que não gostavam de modelos grandes de calcinhas, elas reclamaram não apenas do tamanho, mas do preconceito que esse formato traz consigo”, diz Cecy Nascimento.

Ou seja, as mulheres, apesar de escolherem as peças mais confortáveis, ainda acreditam que calcinhas grandes e com a cor nude (da pele), são muito relacionadas a pessoas da terceira idade. “Percebemos que a preferência é pela modelagem média, ou seja, não é o fio dental nem as maiores”, completa a gerente da UFMG Consultoria Jr.

Apesar de 60% das entrevistadas terem repudiado o modelo fio dental, este é o preferido pelas mulheres entre 15 e 19 anos. Apenas 28% das belo-horizontinas que participaram da pesquisa disseram comprar os formatos mais ousados. E neste caso, estavam interessadas em usá-las em “momentos especiais”.

Portanto, não espere que sua namorada ou companheira saia até o comércio mais próximo pensando em adquirir uma lingerie especialmente para lhe agradar. “A mulher não vai até uma loja pensando em comprar uma calcinha de determinada cor, e sim, a que a faz se sentir bem”, diz Cecy Oliveira..